Brutal e nonsense, "A Maldição de Cinderela" mistura "Carrie" e "Evil Dead" em terror trash (Divulgação/A2 Filmes) -
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Brutal e nonsense, "A Maldição de Cinderela" mistura "Carrie" e "Evil Dead" em terror trash | Crítica

Dos mesmos produtores da franquia "Ursinho Pooh: Sangue e Mel", terror de Louisa Warren chega aos cinemas a partir de 20 de junho

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 19/06/2024, às 10h00

Depois que alguns personagens clássicos entraram em domínio público, muitos deles têm sido utilizados em histórias de terror. O caso mais recente é o do Ursinho Pooh, que já ganhou duas histórias: "Ursinho Pooh: Sangue e Mel" e "Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2". Não é à toa que os produtores executivos desses filmes - e de várias outras “pérolas” do terror B - também estão envolvidos na produção de “A Maldição de Cinderela”, que chega aos cinemas brasileiros a partir de 20 de junho.

O resultado fica evidente já nos primeiros minutos: um terror de baixo orçamento que aposta no brutal e no trash, pois são as únicas coisas que se aproveitam em uma história por muitas vezes nonsense. É complicado afirmar que esses tipos de filme têm um público cativo, já que a maioria chega desavisada ao cinema, mas é certo dizer que as más avaliações não são surpresa: “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”. Não é uma fórmula de sucesso, mas a curiosidade mórbida ainda pode atrair algumas pessoas.

A história

Baseado no mesmo conto popular que a Disney atualizou e popularizou para crianças na década de 1950. “A Maldição da Cinderela”, dirigido por Louisa Warren, coloca a gata borralheira e todos ao seu redor dentro de uma bola sangrenta que eles nunca esquecerão. Depois de sofrer nas mãos de suas meias-irmãs e da madrasta malvada, e sofrer humilhação no baile, Cinderela (Kelly Rian Sanson) é levada ao limite. A Fada Madrinha concede a ela o poder para sua vingança final e, transformada, Cinderela vai limpar a casa de uma vez por todas.

Não dá pra exigir muito

Claramente, esse não é o tipo de história que o espectador vai ao cinema para analisar minuciosamente as escolhas artísticas - apesar de um esforço de se fazer um filme de época que por vezes remete a uma novela da Record - “A Maldição de Cinderela” é puro trash e combina mais se assistido com amigos, sem grandes expectativas de profundidade narrativa. 

As situações são bastante absurdas, repentinamente a protagonista ganha os poderes telecinéticos da personagem Carrie, do clássico de Brian De Palma que adapta Stephen King - poderes estes dados por Fadas Madrinhas que são idênticas aos cenobitas de “Hellraiser” - junta-se isso aos diálogos péssimos, que por vezes parecem saídos de um episódio ruim de uma sitcom cancelada, e a sessão até pode se tornar mais divertida se compartilhada com a galera, criando um ambiente descontraído onde o público poderá rir das bizarrices e se assustar com os sustos previsíveis.

Nem tudo é ruim

Um dos pontos positivos de “A Maldição de Cinderela” é a forma com que o filme explora a violência de maneira exagerada e brutal, com cenas que se destacam mais pela quantidade de sangue do que pela tensão psicológica e uso de efeitos práticos até bastante convincentes. É principalmente ao se valer dessa brutalidade que a trama remete a “Evil Dead”, considerado por muitos um ícone do cinema trash. O banho de sangue no terço final que lava a protagonista de vermelho está a anos luz de ser comparado ao que acontece com Ash nos filmes de Sam Raimi, mas valeu a tentativa.

Em suma, “A Maldição de Cinderela” é o tipo de história que oferece uma experiência descompromissada para os fãs do gênero que só querem ver um personagem clássico se dando mal. Embora tenha seus problemas, como a montagem inconsistente, a sua proposta de entretenimento barato - apesar do preço dos ingressos - pode torná-lo uma opção recomendada para uma sessão descontraída entre amigos, especialmente para quem aprecia o estilo único dos filmes de terror B.

Assista ao trailer de A Maldição de Cinderela:

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