Quinta temporada de "Stranger Things" - Divulgação/Netflix
CRÍTICA

"Stranger Things" retorna com nova temporada mais assustadora e madura | #CineBuzzIndica

Quarto ano da série expande mitologia do Mundo Invertido e define Hawkins como um local amaldiçoado

CAMILA GOMES | @CAMILAGMS Publicado em 27/05/2022, às 14h15

A segunda temporada de "Stranger Things" já havia servido uma boa dose de sustos e cenas de terror, mas o quarto ano da série chega uma atmosfera ainda mais aterrorizante, agora que sua principal ameaça ataca a mente dos personagens e o perigo pode estar em qualquer lugar.

Depois de quase três anos, a série de ficção científica da Netflix retorna com uma nova temporada, que será dividida em duas partes: a primeira leva de episódios foi liberada nesta sexta-feira (27) e a segunda chega ao streaming apenas em 1º de julho. E ambas prometem tirar o sono do público.

Nesta quarta temporada, os episódios começam com os adolescentes de Hawkins separados. Não apenas pela distância, já que Joyce (Winona Ryder) decidiu deixar a cidade após a “morte” de Hopper (David Harbour), mas especialmente pela falta de sincronia e pelas feridas internas que a batalha no Starcourt deixaram. Eleven (Millie Bobby Brown), Will (Noah Schnapp) e Jonathan (Charlie Heaton) tentam se adaptar à vida na Califórnia; Mike (Finn Wolfhard) e Dustin (Gaten Matarazzo) agora fazem parte de um grupo de Dungeons & Dragons; e Lucas (Caleb McLaughlin) quer deixar seu lado “nerd” para trás, especialmente com o término de seu relacionamento com Max (Sadie Sink).

Mesmo com o distanciamento inicial, uma coisa que os irmãos Duffer, os criadores de “Stranger Things”, fazem muito bem é trabalhar núcleos individuais e amarrar todas as pontas em um evento central, que desta vez é marcado pelas misteriosas e macabras mortes de estudantes de Hawkins. Certos que as criaturas sobrenaturais encontraram um novo portal para invadir sua realidade, os amigos provam novamente sua química e conexão ao trabalharem juntos para descobrir como o Mundo Invertido está envolvido nessas mortes misteriosas.

Depois do Demogorgon e o Destruidor de Mentes, o grande responsável por instalar o clima de terror pelas ruas da cidade é o Vecna, um monstro com consciência que se alimenta da dor, do arrependimento e do medo de suas vítimas. E se a segunda temporada teve como inspiração "O Ataque do Vermes Malditos" (1970), "O Exorcista" (1973), "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (1977), “A Vingança do Espantalho” (1981) e "Jovens Bruxas" (1996), a quarta tem “A Hora do Pesadelo” (1984) como sua principal referência. Esses elementos de terror não tornam os novos capítulos repetitivos, mas dão abertura para uma narrativa mais enriquecedora, profunda e nerd, bem do jeitinho que os próprios personagens gostam.

Não são apenas as cenas de luzes piscando, os jump scares como em “A Maldição da Residência Hill” e os corpos das vítimas tendo seus ossos destroçados em momentos gráficos, que contribuem para aumentar o clima de tensão. A trilha sonora também tem um papel efetivo e espetacular que dá até arrepios de medo, passando por “Dream a Little Dream of Me”, “Running Up That Hill”, “Separate Ways (Worlds Apart)" até o som do relógio alertando que o tempo de vida dos personagens está acabando.

Agora que Eleven perdeu seus poderes, a trama abre espaço e dá destaque para que as personagens contribuírem ainda mais na missão de salvar o mundo. E esse poder cai nas mãos de Max, Nancy (Natalie Dyer), Robin (Maya Hawke) e Suzie (Gabriella Pizzolo), já que Joyce e Murray (Brett Gelman), que seriam os adultos responsáveis, embarcam em uma missão suicida para resgatar Hopper da prisão russa e a jornada da dupla serve mais como alívio cômico do que para avançar a história.

A primeira parte de “Stranger Things 4” concretiza o fim da infância dos protagonistas e não são apenas os obstáculos - cada vez mais perigosos - que evidenciam isso, mas quando cada um precisa refletir sobre quem é a pessoa que eles desejam se tornar e se vão deixar o medo impedi-los de atingir esse objetivo. Para saírem dessa aventura vivos, eles terão que fazer sacrifícios, voltar a trabalhar em equipe e confiar em seu potencial para acabar com a maldição que assombrou Hawkins durante décadas.


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