Documentário “Quebrando Mitos” explora masculinidade frágil de Bolsonaro sob o ponto de vista de casal gay - Divulgação/Crédito: Jivi Oxy
VEM AÍ!

Documentário “Quebrando Mitos” explora masculinidade frágil de Bolsonaro sob o ponto de vista de casal gay

Filme traça paralelo entre a vida de Fernando Grostein Andrade e a de Jair Bolsonaro

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 12/09/2022, às 12h57 - Atualizado às 12h58

O “Quebrando Mitos”, dirigido por Fernando Grostein Andrade ao lado do ator e cantor Fernando Siqueira, destrincha a masculinidade frágil de Jair Bolsonaro, através de um olhar biográfico.

O filme, que estreia na página www.quebrandomitos.com.br no dia 16 de setembro, investiga ainda como o governante – cuja candidatura era antes considerada por muitos uma piada – usou o ódio aos LGBTQs como alavanca eleitoral para pavimentar o seu caminho ao poder.

Masculinidade não precisa ser catastrófica. É importante dizer que isso não é uma crítica ao masculino, afinal sou um homem gay. Não estou falando que os homens não têm que participar do poder. Estou dizendo que o poder precisa ser dividido – cabe mais gente. Quando todo mundo olha uma coisa pelo mesmo lado, todo mundo só enxerga o mesmo ângulo. Quem perde é a sociedade, porque eliminamos assim a inteligência coletiva”, afirma Andrade

Desde que lançou o documentário “Quebrando o Tabu” (2011) – no qual defende que o tema das drogas deveria ser tratado como questão de saúde e não com punição criminal –, o cineasta anos vem sofrendo ataques de ódio.

Cerca de dez meses depois de se mudar para Los Angeles, em 2019, Fernando sentiu-se na obrigação de fazer um filme contra as posições do governante, já que, segundo ele, “o privilégio vem acompanhado de responsabilidade”.

No documentário, que tem co-direção da finlandesa Claudia Virkkila, o diretor revela suas fragilidades em primeira pessoa, com o propósito de estimular e ampliar a discussão entre LGBTQs e seus familiares, além de aproximar indivíduos com visões políticas distintas, ajudando indecisos a votarem conscientemente. 

Grande parte dos LGBTQs têm uma família conservadora e vice-versa. Debater é sempre bom, porém é fundamental qualificar o debate. Para o filme, fizemos uma ampla pesquisa, bem como uma profunda reflexão, e é essa a nossa contribuição às famílias e eleitores”, diz Andrade, que foi nomeado Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial, em 2019.

O documentário traça um paralelo entre a vida de Andrade e a de Bolsonaro, alternando material de arquivo com novas imagens e entrevistas com políticos, jornalistas, pensadores, líderes sociais e ativistas, além de amigos de infância e pessoas próximas ao presidente em exercício.   

Ao terminar o primeiro corte, o cineasta consultou colegas de confiança do meio audiovisual, como o cineasta Sérgio Machado e o compositor Antonio Pinto – responsável pela trilha sonora do projeto –, pois ficou com a impressão de que o resultado estava sombrio demais. 

O filme começou totalmente focado na história e vida do Bolsonaro e acabou ficando muito difícil de assistir. Ficou pesado, tinha muita desgraça, muito ódio, muita coisa negativa. O Sérgio e o Antonio sugeriram que houvesse mais cenas delicadas, e o Fernando (Siqueira) achou que essa delicadeza deveria se expressar através da ênfase na resistência e na vida LGBTQ”, recorda Andrade.

Após finalizar a versão inicial do filme, o diretor teve um burnout e achou mais prudente fazer uma pausa. No período, encontrou no piano um refúgio e começou a fazer música com Fernando Siqueira. O que era para ser algo despretensioso transformou-se em um álbum – atualmente em pós-produção – de 13 faixas. Uma delas, a música sobre exilio “California”, criada por Siqueira, foi adaptada para o documentário.

A maior parte das músicas são compostas pelo Fernando [Siqueira], que toca piano e violão. Eu também compus algumas canções no teclado e, como estudei Engenharia de Som, por conta própria, fiz a produção musical”, revela. “‘California’ não foi feita especialmente para o filme, mas sentimos que se encaixava perfeitamente e acabou sendo um dos destaques da trilha.

A segunda versão do longa-metragem começou a tomar corpo quando Siqueira se aproximou e apontou a câmera para o cineasta. “A minha geração tem orgulho de ser queer. Eu cresci com muito mais referências LGBTQs na minha infância e adolescência. Isso tem muita força. Desde que filmamos o ‘Cê já se sentiu um ET?” eu vejo o Fê (Andrade) se sentir cada vez mais confortável em ser quem é. Acho admirável o quanto ele se propõe em desafiar as ‘normas’ que foram impostas pela geração dele”, diz Siqueira


Depois de "Mulher-Hulk: Defensora de Heróis", para qual lançamento da Marvel você está mais ansioso?


+ Já segue o CineBuzz nas redes sociais? Então não perde tempo!


Quebrando Mitos Fernando Siqueira Fernando Grostein Andrade

Leia também

Amy Adams revela que não esperava retornar ao papel de Lois Lane após Liga da Justiça


Sebastian Stan comenta tentativas de Donald Trump de censurar cinebiografia: 'Hipócrita'


Filme-concerto da nova turnê Olivia Rodrigo ganha trailer e pôster


O Brutalista, favorito ao Oscar de Melhor Filme, ganha data de estreia no Brasil


Conheça o filme de ação polonês Assalto Brutal, que faz sucesso na Netflix


Conheça Através das Sombras, filme de ação que está bombando na Netflix