"Maria - Ninguém Sabe Quem Sou Eu" tem direção e roteiro de Carlos Jardim
ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 08/08/2022, às 16h49
A cantora Maria Bethânia, de 76 anos, sendo 57 deles dedicados à carreira artística, será estrela de "Maria - Ninguém Sabe Quem Sou Eu", escrito e dirigido por Carlos Jardim. O filme será lançado nos cinemas brasileiros no dia 1º de setembro.
A própria cantora fala sobre Bethânia no longa, num depoimento inédito e exclusivo gravado no teatro do Hotel Copacabana Palace. Entre as falas, imagens raras garimpadas nos arquivos da TV Globo e da TV Bahia, afiliada da Globo, como ensaios do show antológico que Bethânia e Chico Buarque fizeram em 1975, e do espetáculo que a cantora e o irmão Caetano Veloso realizaram em 1978.
Ao longo de 100 minutos, Bethânia fala sobre assuntos importantes na sua trajetória, como a paixão pelo palco, a força de sua presença em cena, fé e religiosidade, a ligação de amor com a mãe, “que privilégio ser filha de minha mãe, Dona Canô”, e o pai, Seu Zezinho, “Um trabalhador brasileiro, funcionário público honrado. Apaixonado por poesia!”, e o irmão Caetano Veloso: “Caetano é mestre do meu barco desde que eu nasci. Ele me ensinou a andar, a dar os passos”.
A cantora fala ainda sobre a importância da literatura em seus trabalhos e sobre três escritores que admira e fazem parte de seu repertório: Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Mia Couto. E, claro, aparece declamando textos destes três mestres. Há ainda registros de “A Hora da Estrela”, de 1984, baseado na obra de Clarice Lispector.
O filme conta com a participação da atriz Fernanda Montenegro, que narra cinco textos marcantes sobre Bethânia, ilustrados com imagens registradas por fãs-fotógrafos da cantora, que o diretor do filme garimpou nas redes sociais dos fãs-clubes de Bethânia.
São textos escritos por Ferreira Gullar, Nelson Motta, Fauzi Arap, Caio Fernando Abreu e Reynaldo Jardim, este último autor do livro “Bethânia Guerreira Guerrilha”. A cantora revela no filme que, por conta do livro e de ter feito o “Opinião”, foi presa de madrugada em casa durante a ditadura militar e levada para o Dops (Departamento de Ordem Pública e Social), usada como polícia política dos militares.
Entre as cenas de ensaios e shows da artista, grandes sucessos de sua carreira como “Olhos nos olhos” (Chico Buarque), “É o amor” (Zezé di Camargo), “Gita” (Raul Seixas”), “Amor de índio” (Beto Guedes) e “Álibi” (Djavan).
Assista ao teaser:
E lá se foi metade do ano... Até agora, qual foi o melhor filme de 2022?
- "O Beco do Pesadelo"
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