Com direção de Angus MacLane, "Lightyear" está previsto para o dia 17 de junho de 2022
ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 18/03/2022, às 16h04
“Lightyear”, próxima animação da Pixar, promete ser um ponto de virada importante para a representação LGBTQIA+ não apenas nos filmes do estúdio, mas na animação em geral.
Isso porque no filme que mostrará a suposta história real do astronauta que inspirou a criação do boneco Buzz Lightyear de "Toy Story", uma personagem feminina importante (dublada por Uzo Aduba), vive em um relacionamento com outra mulher.
De acordo com a Variety, embora o fato desse relacionamento nunca tenha sido questionado no estúdio, um beijo entre as personagens havia sido cortado do filme.
Ainda segundo o site, após o polêmico comunicado dos funcionários da Pixar que afirmava que as histórias com personagens diversificados foram “reduzidas a migalhas do que eram antes”, o beijo foi reintegrado ao filme na semana passada.
ENTENDA O CASO
Em carta aberta assinada pelos “funcionários LGBTQIA+ da Pixar e seus aliados” e divulgada pela Variety, as equipes afirmam que os executivos corporativos da Pixar ordenam que “quase todos os momentos de afeto abertamente gay” dos personagens sejam cortados de seus filmes.
A declaração chega logo após Bob Chapek, CEO da Walt Disney Company, ter emitido um comunicado para todos os funcionários na segunda-feira (7), depois do projeto de lei conhecido como “Don’t Say Gay” ser aprovado na Flórida. Segundo o executivo, a legislação não irá afetar a forma como a empresa triunfa “na criação de um mundo mais inclusivo” que eles ajudam a alcançar “através do conteúdo inspirador” que produzem.
Mas na prática, parece que não é bem assim que as coisas funcionam. De acordo com a carta, os funcionários estão tentando obter liberdade criativa para continuar trabalhando em histórias que contém também com afeto de pessoas do mesmo sexo, mas eles não obtem aprovação dos executivos da Disney.
“Nós da Pixar testemunhamos pessoalmente belas histórias, cheias de diversos personagens, voltando das críticas corporativas da Disney reduzidas a migalhas do que eram antes. Mesmo que a criação de conteúdo LGBTQIA+ fosse a resposta para corrigir a legislação discriminatória no mundo, estamos sendo impedidos de criá-lo”, afirma o comunicado.
Ainda no texto, os funcionários exigem que a Disney retire o financiamento das legislaturas que apoiaram o projeto de lei “Don’t Say Gay” e “tome uma posição pública decisiva” contra a legislação e também a projetos semelhantes que ganharam força em outras partes dos Estados Unidos.
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