O enredo central de Tieta do Agreste será mantido, mas a narrativa será aprofundada para destacar temas de liberdade e resiliência feminina
Luis Maluf Publicado em 18/07/2025, às 20h00
Um dos romances mais emblemáticos de Jorge Amado, Tieta do Agreste, será aadaptado mais uma vez. Desta vez, a novidade está no olhar da produção: a atriz e roteirista Suzana Pires assina o roteiro e assume o papel principal, prometendo uma abordagem inédita e centrada em uma perspectiva feminina. A direção ficará a cargo de Joana Mariani, conhecida por trabalhos recentes no audiovisual brasileiro.
A trama, ambientada nos anos 1970, acompanha o retorno de Tieta à fictícia Santana do Agreste, após 26 anos de exílio forçado por conta de sua conduta considerada inadequada pela sociedade local. O livro de Jorge Amado, publicado em 1977, já foi adaptado para a televisão em 1989 e para o cinema em 1996, mas a nova versão pretende aprofundar temas de resiliência e liberdade feminina.
Suzana Pires destacou que o objetivo é reimaginar Tieta sob uma ótica feminina, trazendo à tona nuances pouco exploradas em adaptações anteriores. Segundo a produção, o filme irá enfatizar a relação entre Tieta e Perpétua, personagens que simbolizam, respectivamente, liberdade e repressão. Esse contraste promete enriquecer o debate sobre o papel da mulher e os limites impostos pela sociedade.
A escolha de uma equipe majoritariamente feminina, tanto na direção quanto no roteiro, reforça o compromisso do projeto em apresentar uma narrativa mais sensível às questões de gênero. A expectativa é que a nova adaptação amplie o alcance internacional da obra, apresentando uma protagonista forte e multifacetada, alinhada com discussões contemporâneas sobre identidade e autonomia.
A produção do longa está sob responsabilidade de Eliane Ferreira, da Muiraquitã Filmes, empresa reconhecida por investir em projetos de relevância cultural. O filme busca não apenas homenagear a trajetória de Jorge Amado, mas também renovar o interesse mundial por sua literatura, marcada por temas como amor, desigualdade social e identidade cultural.
Jorge Amado, falecido em 2001, é um dos autores brasileiros mais traduzidos e adaptados para outras mídias. Obras como Gabriela, Cravo e Canela e Dona Flor e Seus Dois Maridos já conquistaram o cinema e a televisão. Com a nova versão de Tieta, espera-se que mais uma personagem complexa e profunda da literatura nacional conquiste o público dentro e fora do Brasil.
O enredo central permanece fiel ao original: Tieta retorna à sua cidade natal sob a aparência de uma viúva bem-sucedida, sendo recebida calorosamente pela família. No entanto, para salvar as praias do vilarejo de um projeto predatório, ela precisa revelar sua verdadeira identidade e utilizar sua influência em círculos poderosos de São Paulo. A nova adaptação promete destacar ainda mais a força e a inteligência da protagonista, evidenciando sua luta contra o preconceito e a hipocrisia.
A produção ainda não divulgou a data de estreia, mas a expectativa é alta entre fãs da literatura e do cinema nacional. O filme tem potencial para dialogar com temas atuais e reafirmar a importância de narrativas que valorizam a voz feminina na cultura brasileira.
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