Jack Dylan Grazer, de "Shazam!", dubla Barney no longa - Divulgação/Locksmith Animation/20th Century Studios
COLETIVA

"Ron Bugado" usa a tecnologia para ensinar o valor da amizade

CineBuzz participou da coletiva de imprensa do filme estrelado por Jack Dylan Grazer ("Shazam!")

CAMILA GOMES | @CAMILAGMS Publicado em 09/09/2021, às 15h00 - Atualizado em 08/10/2021, às 12h30

A relação entre o homem e as máquinas costumam aparecer como enredo de filmes futuristas ambientados em séculos no futuro, como “Eu, Robô”, “Inteligência Artificial” e “O Exterminador do Futuro”, mas “Ron Bugado” chega com um peso atual retratando o impacto da tecnologia na vida das pessoas, especialmente das crianças.

A nova animação da 20th Century Studios acompanha a jornada de Barney, um garoto de 11 anos sem amigos; e Ron, um brinquedo eletrônico que fala e anda, uma nova tecnologia comercializada para ser o Melhor Amigo Fora da Caixa das crianças. Quando ele ganha o brinquedo de aniversário, o aparelho chega com erros de configuração e mau funcionamento, colocando os dois em uma aventura durante a época de redes sociais onde, segundo a sinopse, “os Termos de Serviço vão se mesclar com os de uma verdadeira amizade”.

Como toda boa amizade, a relação entre os dois tem seus conflitos, mas não deixa de evoluir ao longo da história. Segundo Octavio E. Rodriguez (“Viva – A Vida É uma Festa”), co-diretor da produção, a animação propõe uma reflexão sobre o que ter um amigo de verdade e como deixar o coração nos guiar em um relacionamento.

"Eu realmente me conectei a ele [filme], especialmente como um pai. Meu filho mais velho estava lutando para fazer amizades em seu período pré-adolescente e meio que se esforçando para saber qual grupo ele pertencia. E realmente me ajudou enquanto trabalhamos com Barney, o personagem principal. E assim como, tematicamente essa a ideia é tirar do filme que uma boa amizade tem conflito e tudo bem", explica o diretor Jean-Philippe Vine (“Carros 3”) em coletiva de imprensa de “Ron Bugado”.

Foi analisando o comportamento das crianças em casa que surgiu a ideia de retratar a dificuldade que elas sentem para fazerem novas amizades fora do mundo digital. Sarah Smith (“Borat”), que também dirige e roteiriza o longa, conta que decidiu criar a história ao observar a filha em casa e pensar: “Temos que fazer esse filme para crianças, porque as crianças não entendem que talvez a experiência delas online seja diferente. A sua não é necessariamente completamente direto e verdadeiro”.

“É como o problema universal de que todos nós temos de sentir que todo mundo está sob controle, exceto nós. E, ao mesmo tempo, estar super ciente de como a tecnologia tornou tudo o que você sabe realmente ainda mais complicado para as crianças”, acrescenta ela.

O projeto cinematográfico, cujo o lançamento é fruto da parceria entre Locksmith Animation e 20th Century Studios, também enfrentou seus desafios para ser finalizado, já que a pandemia começou em meio ao processo de produção, e novamente, a tecnologia foi uma grande amiga neste momento.

“O filme em si foi um desafio”, afirmou Julie Lockhart, cofundadora da Locksmith. “No meio do caminho, tivemos que realocar cerca de 350 pessoas para suas próprias casas. E muitas das casas das pessoas não eram no Reino Unido, nós meio que reunimos essa quantidade incrível de talento global, então todos eles tiveram que voltar para suas respectivas casas. Então o maior desafio foi tentar fazer com que todos trabalhassem com tecnologia, os animadores e a equipe eram fantásticos, mas a coisa mais difícil era realmente o tipo de comunicação criativa, que você consegue tanto por estar com as pessoas em uma sala, que quando todos estão em Zooms individuais e você não consegue aquele acontecimento maravilhoso.”

Apesar das dificuldades no processo de produção, Smith brinca alegando que o momento mais assustador foi guiar Olivia Colman (“The Crown”) logo no início do processo de dublagem. “Ela literalmente tinha acabado de ganhar o Oscar. E fizemos uma espécie de teste e então retiramos a filmagem e percebemos que basicamente a tínhamos conduzido um pouco na direção errada, realmente não se encaixava bem no que nós queríamos”, explicou. “E ter que voltar e dizer a Olivia: ‘Oh, talvez não desse jeito’, e ela foi simplesmente incrível, porque na verdade ela também começou na comédia da televisão britânica como nós, e ela disse: ‘Oh, isso foi errado, o que foi, foi uma besteira, o que devo fazer agora?’. Ela era a pessoa mais agradavelmente descontraída, prestativa e divertida com quem se trabalhar, por isso fomos muito abençoados com a forma como todo o elenco era divertido, gentil e disposto a isso.”

Para mergulhar ainda mais a fundo neste universo tecnológico, a equipe assistiu diversos filmes que giram em torno da relação dos humanos com robôs, mas garantem que o foco de “Ron Bugado” é diferente de tudo que já foi retratado para as telonas antes. Diferente de muitas histórias, Ron aprende por imitação, baseado em tudo que ele vê e ouve, construindo seu próprio conhecimento de mundo aos poucos. A inspiração para o personagem foram as assistentes online, que prometem ajudar as pessoas a solucionarem um problema, mas que no fim não fornecem as respostas necessárias.

“É realmente sobre algo que as crianças têm em suas casas, é sobre a forma como o iPad fala com eles, sabe? É realmente sobre a mídia social e a experiência online”, afirma Smith. “Barney se propõe a ensinar essa coisa de amizade, e no final Barney é quem entende a verdadeira lição, e Ron é quem o ensina”, completa Peter Baynham (“Borat”, “Borat: Fita de Cinema Seguinte”), que também assina o roteiro e faz a produção executiva da animação.

“Há algo realmente ótimo sobre uma criança tentando definir o que é amizade. E eu acho que esse é o grande cenário único sobre esta história, é que ele está sentado lá, imitando ou recebendo informações das pessoas da sociedade sobre, é assim que devemos ser. E é completamente desinformado. Então é ótimo ver que ele está aprendendo com Ron também, sobre o que é amizade e como construir relacionamentos, o que é incrível”, finaliza Rodriguez.

O elenco de vozes em inglês conta com um time poderoso de estrelas incluindo Olivia Colman, Ed Helms (“The Office”), Justice Smith (“Por Lugares Incríveis”), Rob Delaney (“Catastrophe”), Jack Dylan Gazer (“Shazam!”), Zach Galifianakis (“Se Beber, Não Case!”) e Kylie Cantrall (“Gabby Duran: Babá de Aliens”).

“Ron Bugado” está previsto para chegar às salas de cinemas brasileiras em 22 de outubro deste ano.


Ron Bugado Jack Dylan Gazer Animação Olivia Colman

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