CineBuzz conversou com a atriz e Seu Jorge, que protagonizam a série do Spotify, de volta com a sua segunda temporada
Henrique Nascimento | @hc_nascimento Publicado em 23/02/2022, às 10h00 - Atualizado às 11h00
O que você faria se um homem aparecesse na sua frente, dizendo que veio do futuro e que você foi escolhido(a) para salvar a humanidade de ser vítima de um vírus mortal? Talvez, antes de 2020, nós nem daríamos bola e acreditaríamos que isso era apenas obra de ficção, como as histórias contadas no livro de Dean Koontz, "Os Olhos da Escuridão", lançado em 1981; ou no filme "Contágio", de 2011, estrelado por Laurence Fishburne, Jude Law, Matt Damon, Marion Cotillard e Kate Winslet, entre outros.
Porém, depois de dois anos vivendo na pandemia do novo coronavírus, nós talvez nos permitíssemos acreditar na história um pouco mais do que a psiquiatra Elisa Amaral (Mel Lisboa) ao ser confrontada pela história de Pedro Roiter (Seu Jorge) sobre a pandemia do vírus Pégaso, na primeira temporada de "Paciente 63", podcast original do Spotify, que agora está de volta com a continuação dessa história.
Na segunda temporada, após Elisa falhar em sua missão de imunizar Maria Cristina Borges, a paciente zero do vírus Pégaso, a médica é enviada para o passado, assim como aconteceu com Pedro, para tentar evitar a destruição da humanidade em outro ponto da história. Agora, os papéis se inverteram e ela é a paciente 63.
Os novos episódios do podcast ficcional, que se tornou uma das produções mais ouvidas do Spotify, já estão disponíveis e nós batemos um papo com Mel Lisboa e Seu Jorge, os protagonistas de "Paciente 63", sobre os desafios que seus personagens enfrentam na nova temporada e como é chegar no ano em que essa história começou ainda em meio a uma pandemia. Confira a seguir:
Como é trazer a continuação de "Paciente 63" por uma nova perspectiva, de dez anos antes?
Seu Jorge: Foi muito bacana e, ao mesmo tempo, desafiador, porque é novidade para nós, que também somos ouvintes. Nós saímos da primeira temporada pensando: "como é que isso termina?" E, de repente, a gente recebe o roteiro e toma aquela paulada. Agora a gente tem que contar essa história de outra forma: tem outros personagens, tem outras figuras, tem outros ambientes, tem um outro "onde", outro universo. Foi muito bom.
Na segunda temporada, há uma mudança de paciente/psiquiatra. Como foi para vocês trazer essa diferença para os seus personagens?
Mel Lisboa: Desde a primeira temporada, eu procurei estudar essa série criando esse sentimento empático com as duas personagens, tanto com a Elisa quanto com o Pedro. Como seria a situação de você ser uma psiquiatra e você receber um paciente, que diz vir do futuro, e você tenta explicar para ele que ele está em um surto psicótico, que ele não veio do futuro; e, se eu realmente tivesse vindo do futuro, como eu conseguiria convencer uma pessoa de que eu venho do futuro. De que maneira você chega? Qual é a abordagem? Você chega e fala tudo de uma vez ou vai aos poucos, que é o que ele faz?
Quando a gente vai para a segunda temporada, eu me vi um pouco como eu tinha pensado, como seria fazer o Pedro Roiter. Ela chega com uma bagagem e é interessante, porque é uma bagagem que quem já ouviu, já sabe, então ela tem essa testemunha, ela tem esse cúmplice, que é o ouvinte. Isso é muito legal.
Seu Jorge: Eu já previa isso. O que foi diferente é que, dessa vez, eu não tinha a Mel para contracenar. Quando eu tive a Mel para contracenar na primeira temporada, a gente sentava e discutia algumas coisas. A gente não pode mudar nada, sobre esse texto, sobre como os personagens se comportam. É uma tradução muito fiel [da versão original, "Caso 63", de Julio Rojas, também disponível no Spotify], mas às vezes a gente trocava uma palavra. Dessa vez eu não tive, eu tive a Mel já pronta. Mas como o trabalho dela estava tão consistente, a personagem dela estava tão consistente, eu tinha uma base para tentar alguma coisa diferente. Meu desafio era mudar o registro da minha voz, de um personagem para o outro. É um trabalho técnico, com uma exigência artística muito grande.
Como é interpretar esses personagens em meio a uma pandemia, mas com a esperança de que o futuro do qual o Pedro vem pode ser evitado?
Mel Lisboa: Tem essa questão muito interessante na série. Embora ela faça uma prospecção de um futuro apocalíptico e a gente olha o planeta, a humanidade e vê essa possibilidade real, o Pedro vir do futuro e dizer que alguma coisa pode ser feita, é uma mensagem de esperança. E, ao mesmo tempo, também é um alerta. Porque quando ele fala que o horror do fim da humanidade não é o seu imediatismo, na primeira temporada, mas que ela acontece aos poucos, é o que a gente está vivendo.
Quando a gente fala, por exemplo, sobre a crise climática, talvez eu não esteja viva quando o mundo, possivelmente, estiver um caos absoluto em termos climáticos, mas eu tenho filhos e a humanidade segue. Toda essa realidade que a série traz é muito próxima da gente e traz essa mensagem de uma forma muito sutil de esperança. De que se a gente olhar com cuidado para o que está acontecendo, tomar atitudes individuais, mas junto com o coletivo, a gente pode mudar o destino catastrófico da humanidade.
As duas temporadas de "Paciente 63" estão disponíveis na íntegra no Spotify. Ouça a seguir:
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