Cinema / PROBLEMAS COM IA

Disney desiste de usar inteligência artificial em Moana e Tron: Ares

A decisão foi motivada por preocupações com direitos autorais, segurança dos dados e o risco de repercussão negativa junto ao público e sindicatos

Disney desiste de usar inteligência artificial em Moana e Tron: Ares (Foto: Divulgação)

Disney esteve próxima de implementar tecnologias de inteligência artificial em dois de seus próximos filmes: o live-action de Moana e o aguardado Tron: Ares. As ideias envolviam o uso de deepfake para replicar digitalmente o rosto de Dwayne “The Rock” Johnson e a criação de um personagem totalmente gerado por IA. No entanto, ambas as iniciativas foram abandonadas devido a preocupações legais e de imagem.

No caso de Moana, a proposta era utilizar a tecnologia de deepfake para reduzir a necessidade de Johnson estar presente em todas as filmagens. O plano previa que o dublê e primo do ator, Tanoai Reed, realizasse algumas cenas, enquanto o rosto de Johnson seria inserido digitalmente por meio de IA. A empresa Metaphysic seria responsável pela parte tecnológica do projeto.

Motivos para o cancelamento das iniciativas

Apesar do aval do próprio Dwayne Johnson, a Disney optou por não seguir adiante com o uso de deepfake em Moana. Entre os principais motivos estavam dúvidas sobre a segurança dos dados utilizados na criação das imagens digitais e a propriedade intelectual do material gerado por IA. Havia o receio de que a empresa não conseguisse garantir todos os direitos sobre o conteúdo final do filme.

No caso de Tron: Ares, a ideia era ainda mais ousada: criar um personagem chamado Bit, totalmente desenvolvido por inteligência artificial generativa. O personagem seria um sidekick do protagonista vivido por Jeff Bridges. No entanto, a proposta foi descartada devido ao potencial de repercussão negativa e à possibilidade de controvérsias envolvendo sindicatos, direitos autorais e a substituição de profissionais humanos por IA.

Impactos e tendências no uso de IA em Hollywood

As discussões sobre o uso de IA em grandes produções refletem um cenário de incerteza em Hollywood. Empresas do setor buscam inovar, mas enfrentam resistência de sindicatos e preocupações com direitos autorais. Além disso, o temor de publicidade negativa tem levado estúdios a adotar uma postura mais cautelosa em relação à adoção de novas tecnologias.

A Disney já esteve envolvida em debates e ações judiciais relacionadas ao uso de IA, especialmente quanto ao treinamento de algoritmos com material protegido por direitos autorais. O caso de Moana e Tron: Ares mostra que, apesar do potencial de transformação, a implementação de IA em filmes ainda enfrenta barreiras significativas.

O futuro das produções com inteligência artificial

A tendência é que o uso de inteligência artificial continue sendo avaliado cuidadosamente por grandes estúdios, levando em conta aspectos legais, éticos e a reação do público. O equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos direitos dos profissionais envolvidos será fundamental para definir os próximos passos do setor.

Enquanto isso, produções como Moana e Tron: Ares seguirão métodos tradicionais, priorizando a participação direta dos atores e evitando riscos associados ao uso de IA. O debate sobre o papel da tecnologia no entretenimento, no entanto, deve se intensificar nos próximos anos.

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