Em entrevista à Rolling Stone EUA sobre a cinebiografia de Bob Dylan, o diretor James Mangold falou sobre o “brilho de atuação” de Chalamet e mais
ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 10/02/2025, às 11h00
A cinebiografia do músico Bob Dylan, Um Completo Desconhecido, estrelada por Timothée Chalamet (Duna: Parte 2), chega em breve aos cinemas brasileiros e, em entrevista concedida à Rolling Stone EUA, o diretor James Mangold, de trabalhos como Ford vs Ferrari, Johnny & June e Logan, falou sobre o processo por trás do filme, a performance de Chalamet e muito mais. Antes, saiba mais do filme:
A história começa com a chegada de Dylan (Chalamet) a Nova York em 1961 e termina pouco depois de sua histórica apresentação no Festival Folk de Newport em 1965.
Além de Timothée Chalamet como Bob Dylan, o elenco conta com Elle Fanning (Malévola) como sua namorada Sylvie Russo, Monica Barbaro (Top Gun: Maverick) como Joan Baez e Edward Norton (Clube da Luta) como a lenda folk Pete Seeger. Confira a seguir os principais momentos da entrevista:
"Este filme não é apenas uma cinebiografia, é um forte conjunto de personagens"
"Quando digo que é um forte conjunto de personagens, certamente seguimos Bob, mas estou muito mais interessado no que essa pessoa desperta nos outros, assim como estou interessado em desvendar quem ele é de uma maneira mais convencional e freudiana", afirma Mangold.
"Um exemplo muito simples do que estou dizendo: 'Amadeus' é sobre Mozart e ele é o personagem principal, mas de certa forma você experimenta o filme através de Salieri, do Rei, de sua esposa e outros personagens", completa.
A ideia desse personagem artístico incrível chegando a Nova York com 12 dólares no bolso — tentando costurar o caminho de como se vai de lá para cá é muito interessante para mim.
Mangold conversou com o próprio Bob Dylan sobre o filme que queria fazer de sua vida, e foi questionado pelo músico sobre exatamente o quê ele seria, ao que o diretor respondeu: "É sobre um cara que está sufocado em Minnesota, deixa para trás todos os seus amigos e família, reinventa-se em um lugar completamente novo, faz novos amigos, constrói uma nova família, torna-se fenomenalmente bem-sucedido, começa a se sufocar novamente — e foge".
Ele completa dizendo que Dylan sorriu e disse: "Eu gosto disso".
"Será impossível para as pessoas perceberem em trailers, teasers ou fotos [a atuação de Chalamet], mas a maneira como ele desenvolve esse personagem é um verdadeiro ato de brilhantismo na atuação, na minha opinião."
Para Mangold, imitar Bob Dylan nunca foi algo que ele queria de Timothée Chalamet, seu desejo era que o ator se conectasse com o personagem de forma mais poética, à qual Timmy - como o diretor o chama - corresponde.
"Houve momentos em que parecia que algo estava sendo canalizado. Não estou falando de imitação, estou falando de sentimento. Mas também houve momentos em que Timmy vinha até mim e dizia: 'Acho que me perdi um pouco como Bob', ou eu dizia, quando isso acontecia, 'Você está se perdendo um pouco dele'. E esse era o nosso código para quando ele estava se desviando demais de Bob e não mantendo algumas daquelas afetações e maneirismos que são parte integrante de ser ele", conta Mangold sobre o processo de construção do personagem aplicado por Chalamet.
Bob Dylan é uma personagem e uma personalidade de várias fases e facetas - e isso pode ser visto em outra cinebiografia sobre ele "Não Estou Lá", de 2007, dirigida por Todd Haynes - por isso, Mangold confessou que teve de fazer uma escolha:
"Você precisa seguir seu próprio caminho. Eu realmente limitei as coisas a uma quantidade enorme de pesquisa e conversas com o Sr. Dylan. E havia tanta documentação física real desde 1963 — de concertos, bastidores, quartos de hotel, entrevistas. A quantidade de entrevistas que Bob deu foi imensa. Eu ouvi todas elas e tentei colher tudo o que pude para o filme."
"E então você tinha outras coisas. Jeff Rosen, o empresário de Bob, disponibilizou para mim as cartas que Johnny Cash [que será interpretado por Boyd Holbrook] e Bob escreveram um para o outro nesse período, e elas se tornaram uma voz fundamental no filme", completa o diretor.
Johnny Cash será vivido por Boyd Holbrook no filme, e vale lembrar que Mangold já dirigiu a cinebiografia do cantor, "Johnny & June", que fora interpretado por Joaquin Phoenix. Ao ser questionado por que não trouxe Phoenix de volta para criar um multiverso, Mangold foi enfático:
"Eu adoro o Joaquin, mas ele não tem 30 anos, ou seja lá quantos anos Johnny tinha naquele momento. Ambos eram jovens naquela fase da vida. É estranho que eu tenha trabalhado no mundo do entretenimento de propriedade intelectual, porque não gosto de construir multiversos."
"Acho que isso [multiverso] é inimigo da narrativa. A morte da narrativa. É mais interessante para as pessoas como os Legos se conectam do que como a história funciona diante de nós."
Para Mangold, o filme deve funcionar em nível emocional, sempre com o objetivo de nos "fazer pensar o que é único sobre este filme e seus personagens, e não fazer pensar em outro filme, em algum easter egg ou algo assim".
Estrelado por Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome), o filme chega aos cinemas brasileiros em 27 de fevereiro de 2025.
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