Direitos de adaptação retornaram à Kodansha, editora original da obra, encerrando um dos projetos mais longos e complexos da indústria cinematográfica
Redação Publicado em 01/07/2025, às 11h00
Após duas décadas de desenvolvimento interrompido, a Warner Bros. não detém mais os direitos para adaptar Akira, o clássico mangá e anime criado por Katsuhiro Otomo. Os direitos de adaptação retornaram à Kodansha, editora original da obra, encerrando um dos projetos mais longos e complexos da indústria cinematográfica recente.
Desde 2002, o estúdio tentou transformar Akira em um filme live-action, mas enfrentou sucessivas trocas de diretores, roteiristas e produtores, além de dificuldades criativas e orçamentárias. O projeto passou por nomes como Stephen Norrington (Blade: O Caçador de Vampiros), os irmãos Hughes (O Livro de Eli), Jaume Collet-Serra (Adão Negro) e, mais recentemente, Taika Waititi (Thor: Amor e Trovão). Apesar de várias tentativas, nenhuma versão chegou a ser produzida.
A adaptação de Akira sempre foi vista como um enorme desafio. O enredo, ambientado em uma Tóquio pós-apocalíptica, envolve temas complexos, como poder, trauma e questões sociais, exigindo sensibilidade cultural e fidelidade ao material original. Tentativas anteriores de “ocidentalizar” a história ou escalar atores não asiáticos geraram críticas e resistência dos fãs.
O projeto ganhou novo fôlego em 2017, quando Taika Waititi foi anunciado como diretor, prometendo respeitar a essência do mangá e evitar polêmicas de whitewashing. No entanto, conflitos de agenda e outras prioridades fizeram com que o filme voltasse ao limbo. Com o tempo, a Warner Bros. optou por não renovar os direitos, encerrando oficialmente sua participação.
Com os direitos novamente sob controle da Kodansha, o caminho está aberto para que novos estúdios ou plataformas de streaming tentem adaptar Akira. O interesse global por produções baseadas em anime e mangá segue em alta, como mostram os recentes lançamentos de One Piece e A Vigilante do Amanhã (Ghost in the Shell). Empresas como Netflix, Amazon e estúdios japoneses já são apontados como possíveis interessados.
Especialistas destacam que uma adaptação bem-sucedida depende de profundo respeito à cultura japonesa e à visão de Otomo. A expectativa é que qualquer novo projeto busque equilíbrio entre inovação e fidelidade, atendendo tanto ao público global quanto aos fãs de longa data.
Apesar das dificuldades em levar a história para o live-action, Akira segue influente no cinema, na animação e nos games. O filme animado de 1988 e o mangá original continuam a conquistar novas gerações, consolidando-se como referências do gênero cyberpunk e da cultura pop mundial. O futuro do projeto, agora, depende de quem assumirá a responsabilidade de reimaginar Neo-Tokyo nas telas.
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