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Cinema / POLÊMICA

Os bastidores turbulentos de Elio: mudanças de direção e fracasso de bilheteria

Mudanças não só impactaram a direção artística, mas resultaram em reescritas significativas do roteiro e na reestruturação de personagens centrais

Redação Publicado em 01/07/2025, às 19h00

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Os bastidores turbulentos de Elio: mudanças de direção e fracasso de bilheteria da nova animação da Pixar - Divulgação/Disney-Pixar
Os bastidores turbulentos de Elio: mudanças de direção e fracasso de bilheteria da nova animação da Pixar - Divulgação/Disney-Pixar

A animação Elio, lançada pela Pixar em junho passado, tornou-se um dos projetos mais conturbados da história recente do estúdio. O filme, que prometia ser uma nova aposta original, após sucessos como Divertida Mente 2 (2024), passou por uma série de mudanças criativas e administrativas ao longo de sua produção. Inicialmente dirigido por Adrian Molina, conhecido por seu trabalho em Viva: A Vida é uma Festa (2017), o projeto sofreu alterações profundas após exibições internas e avaliações de executivos da Pixar.

Durante o desenvolvimento, Adrian Molina apresentou um corte inicial do filme à liderança do estúdio. Após feedbacks considerados duros, o cineasta se afastou do projeto, o que levou à entrada das diretoras Madeline Sharafian e Domee Shi. Essas mudanças não só impactaram a direção artística, mas também resultaram em reescritas significativas do roteiro e na reestruturação de personagens centrais.

Mudanças no elenco e polêmicas sobre representatividade

Outro ponto marcante da produção foi a saída de America Ferrera (Barbie), originalmente escalada para dar voz à mãe do protagonista, Olga. Em 2024, Ferrera deixou o elenco, sendo substituída por Zoë Saldaña (Emilia Pérez), que passou a interpretar Olga, agora transformada em tia de Elio. A alteração foi atribuída a conflitos de agenda, mas relatos indicam que as mudanças criativas e a saída de Molina também influenciaram a decisão da atriz.

Nos bastidores, houve debates sobre a abordagem de temas de diversidade e identidade. Fontes internas apontam que elementos que sugeriam uma maior representatividade LGBTQIAPN+ foram suavizados ou removidos durante as revisões do roteiro. Essa decisão gerou insatisfação entre parte da equipe criativa e resultou na saída de profissionais envolvidos no projeto.

Baixo desempenho nas bilheteiras e impacto para a Pixar

Após sucessivos adiamentos, Elio chegou aos cinemas em junho registrando uma abertura de apenas US$ 20,8 milhões nos Estados Unidos, a menor da história da Pixar. O orçamento, estimado em até US$ 300 milhões devido a refilmagens e reestruturações, tornou o resultado ainda mais preocupante para o estúdio.

Apesar das dificuldades, Elio recebeu avaliações positivas de parte da crítica, alcançando 81% de aprovação no Rotten Tomatoes. No entanto, a falta de identificação do público com a história e a ausência de uma campanha de divulgação robusta foram apontadas como fatores para o desempenho abaixo do esperado.

O futuro da Pixar após Elio

O fracasso comercial de Elio ocorre em um momento de transição para a Pixar, que tem priorizado franquias consolidadas e projetos com apelo mais amplo. Após o lançamento de Divertida Mente 2 e o anúncio de Toy Story 5, o estúdio busca equilibrar inovação e segurança financeira. O caso de Elio levanta discussões sobre os rumos criativos da Pixar e a relação entre liberdade artística e decisões corporativas.

Enquanto isso, Adrian Molina retorna ao estúdio para codirigir Viva: A Vida é uma Festa 2, indicando que a Pixar ainda aposta em talentos internos para conduzir suas próximas produções.

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