Com direção de Fede Álvarez ("O Homem nas Trevas"), o nono filme da franquia criada por Ridley Scott já está em cartaz nos cinemas
Publicado em 14/08/2024, às 16h00 - Atualizado em 15/08/2024, às 12h00
A franquia “Alien” foi perdendo seu prestígio com o público e a crítica com o passar dos anos. Muito por ter seguido caminhos que nem sempre se apresentaram interessantes ao público, mas também por ter sofrido influências do estúdio e de seus produtores.
O caso mais claro é de “Alien³”, longa de 1992 assinado por David Fincher, que renega o próprio filme. Responsável por sucessos como “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2008) e “A Rede Social” (2010), o cineasta já afirmou, em diversas entrevistas, que não gostou do resultado obtido em sua produção de estreia na direção.
Dito isso, não é exagero afirmar que o sucesso — de crítica e de público — dos dois primeiros filmes se deve aos seus realizadores: Ridley Scott, idealizador da franquia, no primeiro, lançado em 1979; e James Cameron, conhecido por blockbusters como “Titanic” (1997) e “Avatar” (2009), no segundo, de 1986. Ambas as histórias são conduzidas por cineastas empenhados em exibir seus maneirismos e servir aos gêneros trabalhados: o primeiro à ficção científica e ao terror e o segundo à ação.
Após “Alien - A Ressurreição” (1997), quarta entrada da franquia — que afundou de vez quaisquer chances de continuações —, uma nova manobra foi tentada: um crossover com a franquia “Predador”. O resultado? Mais um fracasso de crítica e público, mas não grande o suficiente para impedir uma sequência, que também não teve sucesso.
Ridley Scott voltou a assumir as rédias da franquia em 2012 com "Prometheus", em que o cineasta apresentava uma abordagem mais filosófica e diferente do que a franquia havia tentado até então. O longa dividiu opiniões, mas garantiu uma sequência, "Alien: Covenant", de 2017, que fracassou e sepultou novamente os planos de Scott de reviver "Alien".
Agora, anos depois, a franquia volta para uma nova rodada com "Alien: Romulus", que chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira, dia 15 de agosto. Além de escalar Fede Álvarez, um diretor bastante acostumado ao terror, a novidade volta às origens da franquia para apresentar uma história claustrofóbica conduzida por novos rostos de Hollywood, como foi o caso de Sigourney Weaver, que teve a sua grande estreia em "Alien, o Oitavo Passageiro" e hoje é considearada um ícone.
Em "Alien: Romulus", que se passa após os eventos do primeiro filme, um grupo de jovens colonizadores espaciais se aventura nas profundezas de uma estação espacial abandonada. Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, que os força a lutar por sua sobrevivência. Assista ao trailer:
Os principais acertos de "Alien: Romulus" são a escalação do diretor Fede Álvarez, que já conduziu produções como “A Morte do Demônio” (2013) e “O Homem nas Trevas” (2016); e o retorno às origens que, ironicamente, parece ser o sopro de originalidade que a franquia precisava.
A história é bastante simples, mas o que torna "Alien: Romulus" tão gratificante é como ele assume uma roupagem que remete ao longa original, trazendo ainda diversas referências às sequências da franquia — de “Alien - A Ressurreição”, talvez a mais polêmicas delas, já no terço final, a “Prometheus”, quando certo elemento é citado por um personagem curioso, que surge inusitadamente na história.
Porém, a novidade está longe de se limitar a referências. Esse é um filme cru e sujo, com foco na construção da tensão encarada pelos personagens, sem a pretensão de apresentar nada que já não tenha sido feito anteriormente.
Álvarez sabe bem onde está pisando e a tensão escalona até os minutos finais, quando "Alien: Romulus" se eleva a um patamar de angústia e ação comparável apenas ao que Scott e Cameron atingiram em suas fitas, nos levando a crer que, afinal, a franquia ainda pode ter salvação.
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