Com Mari Oliveira e Julia Stockler no elenco, thriller psicológico de Lírio Ferreira já está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil
Publicado em 25/04/2025, às 14h00
Com distribuição da Imagem Filmes, Serra das Almas, novo projeto do diretor pernambucano Lírio Ferreira (Baile Perfumado), já está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.
Com grande elenco, composto por nomes como Julia Stockler (A Vida Invisível), Mari Oliveira (Medusa), Ravel Andrade (Raquel 1:1) e David Santos (Estranho Caminho), a novidade acompanha um grupo de desajustados que se envolve em um roubo de joias em Pernambuco.
Com uma narrativa inquietante, repleta de ação e suspense, Serra das Almas conduz o espectador por uma verdadeira jornada emocional, repleta de nuances e com profundidade. O projeto partiu de um roteiro prévio, mas evoluiu com o envolvimento do elenco e da equipe, até encontrar sua identidade definitiva nas paisagens da Serra Negra, em Pernambuco.
Segundo Lírio Ferreira, as filmagens começaram no dia da eleição do presidente Lula, em 2022, um momento simbólico que marcou a equipe: “Foi um momento muito delicado para o país e para a gente. A gente viveu isso lá, e influenciou muito no filme”, revelou em entrevista à Rolling Stone Brasil, parceira de CineBuzz.
O diretor contou que entrou no projeto à convite da produtora Carnaval Filmes. O roteiro já existia, mas foi amplamente adaptado ao longo do ano. “Entrou uma roteirista, Maria Clara Escobar, que foi fundamental pra apontar novos caminhos e novas saídas do filme”, afirmou.
Desde o início, o grupo buscava fugir das limitações dos gêneros cinematográficos: “Serra das Almas é um filme de aventura, é um filme de ação, mas é um thriller, é um filme de terror…”, explicou Lírio.
Mari Oliveira também conversou com a Rolling Stone Brasil e revelou que aceitou o papel assim que leu a primeira sequência do roteiro: “Era muito promissora a sequência de uma personagem correndo de uma vaca e boiando no lago. Sempre penso nas imagens que vão me render também.”
A atriz confessou que ficou animada ao perceber a força da equipe envolvida, incluindo os colegas Júlia e Ravel, além da direção de Lírio. “Parece vários filmes dentro de um filme só”, classificou, destacando o caráter multifacetado da obra.
Mari ainda contou que, ao ficar sabendo do projeto, ficou empolgada com o personagem e preparou um teste extenso: “Fiz quase um curta dentro da minha casa, uma cena grande, um teste de cinco minutos”, disse aos risos.
Ao ser questionada sobre o maior desafio durante as gravações, Mari destacou uma cena em especial, que lhe provocou inquietação: “Eu tinha muito receio com essa coisa do tiro no ouvido. Esse zumbido a persegue [Vera, sua personagem] durante a vida inteira. O grande trauma nasce ali.”
Ela explicou que buscou compreender como expressar essa dor física e persistente de forma crível, pois o trauma não era apenas emocional, mas também corporal. Apesar do desafio, foi justamente essa complexidade que a atraiu: “Sempre quando olho para uma coisa e penso ‘como é que eu vou fazer isso?’, significa que é algo que nunca fiz. Então, é sempre empolgante também.”
Mari relatou que, durante as filmagens, o elenco e a equipe viveram uma imersão intensa em Serra Negra, sem separações de núcleo: “A gente ficou um mês imerso. Vivemos quase um Big Brother de convivência. Equipe, elenco, todo mundo junto", comparou.
Nesse período, eles passaram por eventos marcantes como a Copa do Mundo, as eleições e a morte de Gal Costa. A convivência intensa fortaleceu os laços entre os protagonistas e permitiu que eles descobrissem Serra das Almas coletivamente.
Em 2024, durante Mostra de São Paulo, Serra das Almas recebeu o Prêmio Netflix, o que garantiu a distribuição do longa nos cinemas e, posteriormente, na plataforma de streaming. Lírio confessou ter se surpreendido com a vitória, mas ressaltou que o verdadeiro reconhecimento foi a experiência da própria filmagem. “O maior prêmio do cinema é isso, né? É você ir pra Serra Negra, encontrar uma massa, se envolver, criar uma família.”
Além disso, o diretor também valorizou a visibilidade internacional que a associação com o serviço de streaming pode trazer a Serra das Almas: “São 190 países quase. Eu me lembro de dizer lá no palco: haja amor e haja legenda”, brincou.
Segundo Lírio, a decisão de começar o filme pelo meio já estava no roteiro: “O montador, André Sampaio, disse que quando alguém perguntasse sobre a montagem, ele diria que já estava no roteiro.” A estrutura fragmentada foi uma escolha consciente: “Eu acho que os personagens precisavam disso. A dramaturgia permitia isso.”
A opção de desorganizar a cronologia contribuiu para os mistérios e reviravoltas do filme. “É muito mais arriscado, porque você vai percebendo, aos poucos, o porquê daquilo.” Ele reforçou que, apesar do multigênero, o tema central do filme é o poder: “É um filme sobre poder que vai passando de mão em mão e termina onde deve terminar — no poder feminino.”
Mari descreveu com entusiasmo a cena em que sua personagem segura uma arma como parte do processo de empoderamento: “Foi maravilhoso. Me senti uma vingadora, uma super-heroína, de verdade. Uma Tarantina”, brincou.
Para ela, o papel representou uma virada em sua carreira: “Em tudo [que já fizera antes], eu estava machucada, sofrendo, triste… Esse filme é a minha reação.” Ela contou que os amigos reagiram com entusiasmo: “Finalmente! Chega de sofrer!”
LEIA A ENTREVISTA ORIGINAL EM:Serra das Almas 'é filme em que o poder acaba onde deveria: no feminino', afirma diretor Lírio Ferreira
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