Ator que quis antecipar a própria morte reaparece após meses de reclusão

Alain Delon, veterano ator francês que encantou gerações de espectadores com seus impressionantes olhos azuis e se tornou sex symbol, reapareceu após meses de reclusão. 

O artista não faz mais aparições públicas e vive em uma propriedade no norte da França. No dia 13 de julho, em seu perfil do Instagram, Anouchka Delon postou fotos do pai.

“Sempre lindo. Sempre impecável. Sempre elegante. Como um bom vinho”, escreveu a herdeira e cuidadora do galã que hoje tem 88 anos e vive com complicações de doenças físicas e mentais. Confira a postagem:

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Morte assistida

Há dois anos, em suas redes sociais, Alain Delon surpreendeu o mundo ao revelar o desejo de ter morte assistida na Suíça, onde o procedimento usando dose letal de medicamentos é permitido. 

Ele quer seguir o exemplo de um amigo, o cineasta Jean-Luc Gordard, vencedor de um Oscar Honorário, que recorreu ao polêmico método para antecipar seu fim aos 91 anos em 2022.

“Eu gostaria de agradecer a todos que me acompanharam ao longo dos anos e me deram grande apoio. Espero que os futuros atores possam encontrar em mim um exemplo não só no campo do trabalho, mas na vida cotidiana entre vitórias e derrotas. Obrigado, Alain Delon”, escreveu o ator à época.

“Tomei minha decisão faz tempo. Minha vida foi bela, mas também difícil”, explicou Delon. Em guerra por conta da herança equivalente a R$ 800 milhões, os três filhos de Delon não entram em acordo sobre o desejo do pai. 

Desde abril, por decisão judicial, o ator não toma nenhuma decisão sobre a própria vida. Foi considerado incapaz devido às limitações cognitivas. 

Entenda a morte assistida

Há uma diferença entre a morte assistida e a eutanásia. Na primeira, o paciente em estado de saúde terminal é autorizado a antecipar seu fim após cumprir uma série de requisitos legais. Na segunda, a pessoa tem sua vida abreviada pelos médicos como forma de aliviar sofrimentos causados por uma doença incurável. No Brasil, por exemplo, ambas as práticas são proibidas por lei.

Sobre Alain Delon

Com mais de 50 anos de carreira, Delon ganhou reconhecimento internacional durante os anos 60, quando estrelou filmes como "Rocco e seus Irmãos" (1960), "O Leopardo" (1963) e "O Samurai" (1967), além de "O Sol por Testemunha" (1960) — que anos depois foi refilmado como "O Talentoso Ripley" (1999), com Matt Damon no papel principal.

Ao longo de sua carreira, Delon participou de pelo menos 80 longas-metragens e foi dirigido por grandes cineastas como Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni, Jean-Pierre Melville e Joseph Losey. 

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