"Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola" tem sido acusado por apologia à pedofilia
A Secretaria Nacional do Consumidor, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, emitiu um despacho nesta terça-feira (15) determinando que os serviços de streaming removam de seus catálogos o filme "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola", baseado no livro homônimo do humorista Danilo Gentili.
Caso não cumpram a ordem em até cinco dias, as empresas estarão sujeitas a multas diárias de R$ 50 mil. O longa lançado em 2017 presente no acervo da Netflix desde fevereiro de 2022 passou a ser acusado por comentaristas e políticos bolsonaristas de fazer apologia à pedofilia.
A polêmica gira em torno de uma cena do filme em que o personagem Cristiano, interpretado por Fábio Porchat, pede a dois estudantes menores de idade (Bruno Munhoz e Daniel Pimentel), que o masturbem. Quando eles negam, Cristiano argumenta: “O que é isso, preconceito nessa idade? Gente, é super normal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês. Uma juventude retrógrada?”.
No Twitter, a hashtag #PedofiliaNaNetflix viralizou desde domingo (13). Confira a cena compartilhada pelo Secretário Especial da Cultura, Mário Frias:
A explícita apologia ao abuso sexual infantil protagonizada pelo Fábio Porchat no filme em cartaz na Netflix é uma afronta às famílias e às nossas crianças.
— MarioFrias (@mfriasoficial) March 13, 2022
Utilizar a pedofilia como forma de “humor” é repugnante! Asqueroso! pic.twitter.com/rcHSYPsqKO
Gentili foi ao Twitter responder às reações adversas: "O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista". Confira a seguir:
O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista.
— Danilo Gentili 🇺🇦 (@DaniloGentili) March 13, 2022
Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados.
Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu.
Sigo rindo :) pic.twitter.com/zh4sz2aZcr
Parte dos usuários do Twitter apoiam a decisão de censurar o filme, enquanto outros apontam a possibilidade de ser uma estratégia dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para desviar a atenção da alta nos preços dos combustíveis.