A comédia sobrenatural "Fervo" mostra que mesmo após a morte existe uma segunda chance #CineBuzzJáViu -
CRÍTICA

Em "Fervo", até morto a gente ganha uma segunda chance | #CineBuzzIndica

Com um elenco estrelar a comédia nacional já se encontra em cartaz nos cinemas

FERNANDA AZEVEDO | @fenovello Publicado em 24/01/2023, às 20h00

“Fervo”, nova comédia sobrenatural, conta a história de um casal que acaba comprando um imóvel ocupado por visitantes bem indesejáveis e que no meio de muitas confusões, usa a sensibilidade para arrancar o riso – e em determinados momentos, até lágrimas – do espectador, já que o roteiro de Thiago Gadelha acerta muito em trazer a humanização dos personagens sejam eles do plano terrestre ou espiritual.

Na trama, conhecemos o casal de arquitetos Leo (Felipe Abib) e Marina (Georgiana Góes) que percebem que se meteram em uma enrascada ao comprar uma casa abandonada. Como se não fosse o suficiente, Leo descobre que o imóvel na verdade veio com três moradores que não são deste mundo. Mo Nanji Manhattan (Rita Von Hunty), Diego (Gabriel Gody) e Lara (Renata Gaspar) são os antigos proprietários do local – que anteriormente havia sido uma balada LGBTQUIA+ – e que se encontram presos na casa por questões mal resolvidas no mundo terrestre.

Diante disso, Leo embarca numa jornada para ajudar o trio e ao seu lado estão seu melhor amigo Jorge (Dudu Azevedo) e um sensitivo da internet chamado Jonas (Paulo Vieira) que juntos tentarão desvendar os motivos pelas quais os fantasmas se encontram presos no casarão, como também, o que ocasionou a misteriosa morte deles.

Sim, estamos diante de uma trama que soa familiar, mas não se engane porque o filme surpreende pelo poder de sua narrativa, já quem em “Fervo” estamos diante de arcos dramáticos extremamente correlacionáveis.

Em Leo é possível perceber um protagonista carismático. A chegada do trio fantasmagórico pode parecer um mal presságio, mas na verdade é uma oportunidade de evolução.É como se o personagem estivesse tendo a mesma oportunidade que Scrooge teve em “Um Conto de Natal”, livro do escritor Charles Dickens, e Mo Nanji, Diego e Lara fossem um pedaço do fantasma de Marley que ajudasse Leo nessa jornada de amadurecimento e autoconfiança.

Sim, estamos diante de uma trama que soa familiar, mas não se engane porque o filme surpreende pelo poder de sua narrativa, já quem em “Fervo” estamos diante de arcos dramáticos extremamente correlacionáveis.

A chegada do trio fantasmagórico pode parecer um mal presságio, mas na verdade é uma oportunidade de evolução de Leo.É como se o personagem estivesse tendo a mesma oportunidade que Scrooge teve em “Um Conto de Natal”, livro do escritor Charles Dickens, e Mo Nanji, Diego e Lara fossem um pedaço do fantasma de Marley que ajudasse Leo nessa jornada de amadurecimento e autoconfiança, sendo todas as nuances dessa transformação brilhantemente interpretada por Felipe Abid.

Por falar em fantasmas, esses também apresentam arcos bem construídos. Seus anseios e incertezas simplesmente conversam com que assiste, pois são situações reais. Seja pela culpa de Lara de não poder ver com a esposa a filha de ambas crescer; talvez pelo arrependimento de Diego de nunca ter conseguido pedir o namorado em casamento; ou pela falta de oportunidade de Mo Nanji em nunca ter dito para seus pais que era uma drag queen e como queria que tivessem visto um dos seus shows.

É por meio dessa sensibilidade narrativa que “Fervo” vai construindo um enredo cada vez mais convincente e que ganha a simpatia do espectador. Um fator muito importante para que tudo isso seja crível é a química entre o elenco e devo confessar que o de “Fervo” é formidável, tudo é feito de uma forma muito natural. Por falar em naturalidade é muito bom ver uma produção que traz personagens LGBTQUIA+ e suas histórias de uma forma saudável, sem ser caricato ou pesado.

Como disse anteriormente, “Fervo” não possui a história mais original, mas ganha muitos pontos pelos personagens carismáticos e mensagem pela qual quer transmitir. Estamos diante de um longa que fala sobre a vida e como fazemos uso dela. Um tema complexo, mas que a produção trata com leveza e sobretudo com esperança ao mostrar que sempre há chance de mudar e recomeçar até mesmo depois da morte.

Assista o trailer:

 

 


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