Covil de Ladrões 2 é ação com potencial, e desejo, de virar franquia - Divulgação/Diamond Films
CRÍTICA

Covil de Ladrões 2 é ação com potencial, e desejo, de virar franquia | Crítica

Após o primeiro filme, lançado em 2018, Gerard Butler e O'Shea Jackson Jr. voltam às telonas como Big Nick e Donnie a partir desta quinta-feira (30)

ANGELO CORDEIRO | @OANGELOCINEFILO Publicado em 31/01/2025, às 13h00

Covil de Ladrões 2, sequência da ação lançada em 2018, vem na esteira de produções que buscam expandir o universo de seus primeiros filmes e se tornar uma franquia, como aconteceu com John Wick, Velozes e Furiosos, etc. Se o primeiro longa se destacava pela construção meticulosa de tensão e pela ação realista, a continuação adota um tom mais simplificado e, por vezes, bastante cômico, mirando o buddy movie à la Bad Boys (1995), Dois Caras Legais (2016), entre tantos outros.

O maior mérito do longa do diretor Christian Gudegast, responsável também pelo primeiro filme, está na performance de Gerard Butler (Invasão à Casa Branca, 2013), que consegue transmitir a energia necessária para manter o público engajado com um humor típico de tio do churrasco, contribuindo para a sensação de que a franquia - caso assim se torne - caminha para se tornar a galhofa que Velozes e Furiosos virou. Potencial existe, porém é necessário encontrar um tom.

Na trama de Covil de Ladrões 2, Donnie (O’Shea Jackson Jr., de Straight Outta Compton: A História do N.W.A.), que fugiu para Londres no final do primeiro filme, pretende se infiltrar no mundo de contrabando de pedras preciosas e Big Nick (Butler) o acompanha de perto, mas não para prendê-lo e sim para entrar no esquema criminoso. A sequência brinca com a dinâmica entre Big Nick e Donnie sem apostar em grandes inovações para o subgênero de filmes de assalto, se limitando ao entretenimento despretensioso.

As reviravoltas, que tentam evocar a mesma sensação de surpresa do longa de 2018, são previsíveis e não sustentam a tensão esperada; no geral, Covil de Ladrões 2 caminha por uma estrada segura e, embora tenha alguns momentos de tensão genuína, a falta de um ritmo mais conciso, com subtramas que só existem para justificar a feitura de um terceiro capítulo, e a ausência de uma ameaça real enfraquecem a narrativa, deixando a história previsível demais, ainda que consiga entreter dentro de suas próprias limitações.

É possível enxergar a tentativa de criar uma franquia com um estilo de ação mais direto e menos afetado por efeitos especiais ou coreografias estilizadas, como as vistas em produções como John Wick, se valendo até mesmo de elementos de Missão: Impossível e Onze Homens e Um Segredo. Isso até pode agradar aos fãs de uma ação mais clássica e das fitas que enchiam as prateleiras das locadoras, mas diante do longa anterior, Covil de Ladrões 2 fica aquém porque não inova.

Mesmo com um desenvolvimento que parece estender desnecessariamente uma trama que, se fosse mais enxuta, poderia ter mais impacto, Covil de Ladrões 2 está longe de ser um desastre, embora tampouco consiga ser a sequência que o primeiro Covil merecia. A fórmula de ação sem grandes afetações e o retorno de Butler oferecem momentos divertidos, mas a fita perde sua essência ao tentar se moldar a um estilo de franquia que mais se preocupa em criar ganchos para novas continuações.

Por fim, para os fãs de filmes de ação despretensiosos, Covil de Ladrões 2 pode ser uma opção aceitável, mas para aqueles que esperavam uma evolução mais ousada ou uma trama mais complexa ao nível do primeiro, a sequência se revela mais genérica, limitando-se a ser um entretenimento passageiro, sem deixar uma marca duradoura, seja para filmes de assalto, buddy movies ou por suas cenas de ação.

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