Segundo Catherine Hardwicke, o sucesso do filme não resultou em um aumento significativo de oportunidades para mulheres diretoras na indústria
Redação Publicado em 10/07/2025, às 09h00
O filme Crepúsculo, lançado em 2008, rapidamente se tornou um fenômeno global. Dirigido por Catherine Hardwicke, a adaptação do romance de Stephenie Meyer arrecadou mais de US$ 400 milhões em bilheteiras ao redor do mundo. O sucesso inesperado consolidou a saga como um marco na cultura pop, impulsionando a carreira dos protagonistas Kristen Stewart e Robert Pattinson, e abrindo caminho para quatro sequências cinematográficas.
Apesar das expectativas iniciais modestas do estúdio, que previa uma arrecadação de cerca de US$ 30 milhões, o desempenho de Crepúsculo superou todas as previsões. O filme conquistou fãs de diferentes faixas etárias e se destacou pelo seu apelo junto ao público jovem, tornando-se referência no gênero de romance sobrenatural.
Mesmo diante do sucesso estrondoso, Catherine Hardwicke revelou recentemente que o reconhecimento recebido pelo estúdio foi bastante modesto. Em entrevista, a diretora contou que, ao participar de uma celebração interna, foi presenteada com uma caixa. Ao abri-la, encontrou apenas um mini cupcake como agradecimento por seu trabalho à frente do filme.
A diretora destacou que, tradicionalmente, diretores homens que comandam grandes sucessos costumam receber recompensas mais expressivas, como contratos para novos projetos, carros ou acordos para dirigir múltiplos filmes. O contraste entre o presente simbólico e o impacto financeiro do longa chamou atenção para as diferenças de tratamento dentro da indústria cinematográfica.
Catherine Hardwicke também abordou a questão da desigualdade de gênero em Hollywood. Segundo ela, o êxito de Crepúsculo não se traduziu em novas oportunidades de direção para mulheres. A cineasta relatou que, mesmo após o sucesso, não recebeu convites para comandar outros grandes projetos e não foi escolhida para dirigir as sequências da franquia, que ficaram sob responsabilidade de diretores homens.
A experiência de Hardwicke evidencia um cenário recorrente na indústria do entretenimento, no qual conquistas de mulheres nem sempre resultam em avanços proporcionais em suas carreiras. O caso reacende debates sobre a necessidade de maior reconhecimento e valorização do trabalho feminino no cinema, especialmente em produções de grande alcance.
Apesar dos desafios, Catherine Hardwicke segue como uma referência entre diretoras de Hollywood. Seu trabalho em Crepúsculo é lembrado por ter capturado com sensibilidade o universo dos personagens e por ter dado início a uma das franquias mais lucrativas da década. O episódio do presente simbólico serve como alerta para a importância de promover equidade e oportunidades para profissionais de todos os gêneros na indústria audiovisual.
O debate sobre reconhecimento e igualdade de oportunidades permanece atual e relevante. A trajetória de Hardwicke inspira discussões sobre como o sucesso comercial pode — e deve — ser acompanhado de valorização profissional, independentemente do gênero do diretor.
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