CineBuzz
Busca
Facebook CineBuzzTwitter CineBuzzInstagram CineBuzz
#CineBuzzJáViu / CRÍTICA

Em Superman, James Gunn nos leva por um dia excepcional no mundo dos heróis

Longa de estreia do novo Universo Cinematográfico da DC é uma experiência leve, mas intensa, que diverte e, ao mesmo tempo, aborda temas atuais e urgentes

Henrique Nascimento (@hc_nascimento)
por Henrique Nascimento (@hc_nascimento)

Publicado em 08/07/2025, às 16h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Em Superman, James Gunn nos leva por um dia excepcional no mundo dos super-heróis; leia a crítica - Divulgação/Warner Bros. Pictures
Em Superman, James Gunn nos leva por um dia excepcional no mundo dos super-heróis; leia a crítica - Divulgação/Warner Bros. Pictures

Apesar da popularidade e do sucesso financeiro, filmes de super-heróis continuam bastante subestimados. E, realmente, há produções feitas meramente para a diversão, como O Esquadrão Suicida (2021) ou Deadpool & Wolverine (2024), mas também há aquelas que vão além, utilizando os heróis como veículo para histórias maiores e mais significativas, como Pantera Negra (2018), The Batman (2022) ou, mais recentemente, Thunderbolts* (2025).

Em Superman, que chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira, dia 10 de julho, James Gunn (Guardiões da Galáxia: Volume 3) inaugura o seu novíssimo Universo Cinematográfico da DC (DCU) com dois pés no peito — e fortes chances de abalar a "concorrência" —, trazendo uma experiência cinematográfica leve, mas intensa, que diverte e, ao mesmo tempo, aborda temas atuais e urgentes.

Na novidade, o Superman (David CorenswetHollywood) enfrenta críticas por ter interferido em um conflito internacional, que pode ter repercussões desastrosas nos Estados Unidos. Apesar disso, o super-herói tem o apoio da maioria da população, que o reconhece por seus atos de bravuras e a sua bondade inerente. No entanto, a sua situação muda rapidamente quando o motivo para o seu envio à Terra é revelado ao mundo — e ao próprio Superman, que desconhecia a verdade —, gerando desconfiança e, principalmente, medo.

Aclamado por transformar um grupo de desajustados em favoritos na Marvel, Gunn faz Superman parecer brincadeira de criança. Sem se preocupar em nos reapresentar ao super-herói — um compromisso que assumiu ao topar comandar a nova fase da DC nos cinemas —, o diretor, que também é roteirista da novidade, apenas cumpre a tarefa de nos situar e, logo, entendemos a origem dos meta-humanos e do Superman, o que ele significa para os humanos, o ódio de Lex Luthor (Nicholas Hoult, Nosferatu) pelo herói, a existência da Gangue da Justiça — composta por Lanterna Verde (Nathan Fillion, O Esquadrão Suicida), Mulher-Gavião (Isabela Merced, The Last of Us) e Sr. Incrível (Edi Gathegi, Crepúsculo), a princípio —, o relacionamento entre Clark Kent e Lois Lane (Rachel Brosnahan, The Marvelous Ms. Maisel), o seu trabalho no Planeta Diário e tudo o que forma aquele universo.

Ao não focar nesses detalhes, Gunn nos joga diretamente na ação, em meio ao ápice da histórica rivalidade entre SupermanLuthor, explorando a aversão do vilão pelo herói, especialmente por sua origem extraterrestre.

A trama é uma clara alusão à situação vivida por imigrantes nos Estados Unidos desde que o presidente Donald Trump instaurou uma política contra essa população no país e, em Superman, o cineasta rebate o discurso xenofóbico da melhor maneira possível: mostrando que, mesmo que não tenha nascido aqui, o Superman daria a própria vida para proteger qualquer ser — humano ou não — e a Terra em si, algo que Luthor jamais faria, o que torna o alienígena, como o vilão faz questão de frisar em diversos momentos, ainda mais mais humano que o seu rival.

A isso, Gunn junta um ótimo timing para a comédia, enriquecendo o filme com o cuidado de não abobalhá-lo; ótimas cenas de ação, que parecem arrancadas das páginas dos quadrinhos; e uma atenção admirável aos detalhes, com destaque para os momentos em que o cineasta enaltece o bom coração do Superman, de forma honesta e, principalmente, natural, que nos faz entender perfeitamente o porquê de ele ser o maior símbolo de esperança entre os heróis.

Ainda é cedo para dizer, mas após anos tentando estabelecer um universo cinematográfico, a DC pode ter se encontrado nas mãos de James Gunn, que parece ter "virado a casaca" com gana de superar a sua antiga casa, o Universo Cinematográfico da Marvel. Resta saber se, no papel de "Kevin Feige da DC", o cineasta sustenta o peso que derrubou muitos no passado. Por agora, com um ótimo Superman, o Cabeça Branca começou muito bem.

LEIA A CRÍTICA ORIGINAL EM:Em Superman, James Gunn nos leva por um dia excepcional no mundo dos heróis


Já segue o CineBuzz nas redes sociais? Então não perde tempo!