As declarações surpreenderam o público e reacenderam discussões sobre o passado do cineasta, conhecido mundialmente por obras como O Sétimo Selo
Durante o Festival de Cinema de Karlovy Vary, o ator sueco Stellan Skarsgård trouxe à tona questões delicadas sobre o lendário cineasta Ingmar Bergman. Em uma entrevista, Skarsgård afirmou que Bergman foi o único que conheceu que chorou com a morte de Hitler, além de relatar comportamentos manipulativos do diretor durante a Segunda Guerra Mundial. As declarações surpreenderam o público e reacenderam discussões sobre o passado do cineasta, conhecido mundialmente por obras como O Sétimo Selo e Fanny e Alexander.
Skarsgård descreveu sua relação com Bergman como "complicada", destacando que, apesar do talento do diretor, sua postura pessoal era questionável. Segundo o ator, Bergman demonstrava uma visão distorcida sobre as pessoas ao seu redor, sendo capaz de manipular colegas de trabalho e mostrando pouca empatia em situações delicadas. A fala do ator reforça a ideia de que grandes artistas podem ter trajetórias pessoais controversas, o que levanta debates sobre a separação entre obra e autor.
As afirmações de Skarsgård encontram eco em relatos históricos. O próprio Ingmar Bergman admitiu, em entrevistas e autobiografia, ter sido simpatizante do nazismo durante a juventude. Em 1936, Bergman esteve na Alemanha, onde assistiu a um discurso de Hitler e ficou impressionado com o carisma do ditador. O diretor relatou que, por influência familiar e do ambiente, via o nazismo como algo "divertido e juvenil" até o fim da guerra, quando foi confrontado com os horrores dos campos de concentração.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, Bergman declarou ter ficado profundamente chocado ao descobrir as atrocidades cometidas pelo regime nazista. Ele afirmou ter perdido a inocência de maneira abrupta, reconhecendo o erro de suas antigas convicções. Apesar disso, o episódio permanece como um dos capítulos mais polêmicos de sua biografia, frequentemente discutido por estudiosos e admiradores do cinema.
O legado de Ingmar Bergman no cinema mundial é indiscutível. Suas obras influenciaram gerações de cineastas e continuam sendo referência em festivais e premiações. No entanto, as recentes declarações de Skarsgård e a reavaliação de seu passado nazista trazem novas perspectivas sobre a figura do diretor. A discussão sobre a vida pessoal de Bergman e suas escolhas durante a juventude desafia o público a refletir sobre a complexidade dos grandes nomes da cultura.
A repercussão das falas de Skarsgård mostra que, mesmo décadas após sua morte, Bergman segue sendo alvo de debates intensos. O caso evidencia a importância de revisitar a história sob diferentes olhares, considerando tanto as contribuições artísticas quanto os aspectos controversos da trajetória de personalidades marcantes.
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