Longa de Walter Salles se tornou o grande fenômeno do cinema brasileiro em 2024 desde sua estreia no Festival de Veneza
Angelo Cordeiro Publicado em 24/12/2024, às 12h00
Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles (Central do Brasil), se tornou o grande fenômeno do cinema brasileiro em 2024 desde sua estreia no Festival de Veneza, de onde saiu vencedor do prêmio de Melhor Roteiro.
Na última terça-feira (17), o drama apareceu na shortlist da categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2025, aumentando a possibilidade do Brasil voltar a ser indicado à categoria após 25 anos.
A última vez que um longa brasileiro foi indicado a Melhor Filme Internacional aconteceu em 1999, com Central do Brasil, do mesmo Walter Salles. De lá pra cá, o Brasil só apareceu uma vez na shortlist, em 1998, com O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, que não conseguiu um lugar entre os 5 finalistas.
Sabem quando os astros se alinham para que algum fenômeno aconteça? Não é absurdo afirmar que Ainda Estou Aqui é resultado disso. Mas, logicamente, existem outros fatores que contribuem para o sucesso do candidato do Brasil ao Oscar 2025.
Desde a forma com que aborda a ditadura a partir de um viés intimista e familiar - leia nossa crítica clicando aqui -, passando pelo sucesso em festivais internacionais e na bilheteria nacional, das avaliações positivas da crítica internacional à campanha promovida pela distribuidora Sony Pictures Classics junto de Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello durante algumas semanas nos Estados Unidos, tudo isso em sintonia fez com que o filme chegasse ao Brasil com status de ser o grande evento do nosso cinema em 2024.
Desde a estreia em Veneza, Ainda Estou Aqui vem colecionando prêmios e menções em listas de melhores do ano. O longa apareceu no top 5 melhores filmes internacionais de 2024 da National Board of Review. Também foi considerado um dos melhores filmes do ano pela BBC e pela Sight & Sound, revista de maior prestígio no mundo do cinema.
Após ser selecionado pelo Brasil como candidato do país ao Oscar de Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui ganhou forte campanha da Sony Pictures Classics, tanto na categoria citada como em Melhor Atriz, para Fernanda Torres.
A campanha vem colhendo resultados, fazendo com que o filme aparecesse entre os indicados a Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Atriz em Drama no Globo de Ouro. No Critics Choice Awards, o longa também aparece na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. No Goya, premiação espanhola, apareceu entre os indicados a Melhor Filme Íbero-Americano. Confira alguns outros prêmios recebidos por Ainda Estou Aqui em 2024:
Em sua estreia no Brasil, Ainda Estou Aqui levou mais de 50 mil pessoas aos cinemas, arrecadando 1,1 milhão de reais. Desde então, o drama vem colecionando bons números na bilheteria nacional, ultrapassando a marca de 2 milhões de espectadores com poucas semanas em cartaz e se tornando o filme brasileiro de maior bilheteria pós-pandemia, de acordo com dados da Folha de São Paulo.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e ambientado no Brasil de 1971, durante a ditadura militar, Ainda Estou Aqui conta a história da mãe do autor, Eunice Paiva, que foi obrigada a se reinventar como ativista quando seu marido foi sequestrado e desapareceu durante a ditadura militar.
O filme é protagonizado por Fernanda Torres (Tapas e Beijos), Fernanda Montenegro (O Auto da Compadecida) e Selton Mello (O Palhaço). O elenco ainda traz nomes Maeve Jinkings (Pedágio), Antonio Saboia (Deserto Particular), Humberto Carrão (Marighella), Marjorie Estiano (Sob Pressão) e Valentina Herszage (Hebe - A Estrela do Brasil).
LEIA TAMBÉM: Ainda Estou Aqui pode concorrer ao Oscar de Melhor Filme em 2025, prevê site
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