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Cinema / ESPECIAL

"Barbie", "Thor: Amor e Trovão" e mais filmes que foram boicotados por grupos religiosos

Diversas produções são ameaçadas todos os anos por abordarem questões LGBTQIAPN+

Fernanda Decaris | @ferdecaris (Colaboração de Rolling Stone Brasil com o CineBuzz) - Publicado em 25/07/2023, às 17h30 - Atualizado em 27/07/2023, às 16h00

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"Barbie", "Thor: Amor e Trovão" e mais filmes que foram boicotados por grupos religiosos - Divulgação/Warner Bros. Pictures/Marvel Studios/Disney
"Barbie", "Thor: Amor e Trovão" e mais filmes que foram boicotados por grupos religiosos - Divulgação/Warner Bros. Pictures/Marvel Studios/Disney

"Barbie", que estreou no último dia 20 de julho nos cinemas brasileiros, foi acusado de ser "problemático" por grupos religiosos por estar relacionado à comunidade LGBTQIAPN+. Na última semana, um pastor, Kent Christmas, chegou a pedir um "julgamento divino" em sua igreja, que fica no Tennessee, Estados Unidos.

"Eu amaldiçoo em nome do Senhor este novo filme da Barbie que foi lançado cheio de transexual, transgênero e homossexualidade”, declarou o religioso em um vídeo publicado nas redes sociais. Porém, "Barbie" não foi a única produção a causar polêmica nesses grupos. Relembre filmes ameaçados de boicote abaixo:

Thor: Amor e Trovão (2022)

O grupo cristão norte-americano One Million Moms protestou e pediu o boicote de "Thor: Amor & Trovão", que estreou em maio de 2022, porque seu enredo possuía "conteúdo LGBTQIAPN+ explícito", de acordo com a instituição religiosa.

Na ocasião, o grupo usou alguns excertos do filme para pedir cancelamento da exibição do longa, incluindo a história de Korg (Taika Waititi), afirmando que o personagem tem dois pais e a sua espécie faz "sexo com as mãos" para se reproduzir. 

A petição também mencionava que a "deusa bissexual" Valquíria, interpretada por Tessa Thompson, beija a mão de uma das súditas de Zeus (Russell Crowe) para demonstrar seu interesse nela. Além disso, também citam que Axl (Kieron L. Dyer) insiste em ser chamado por este nome, por ser "de gênero neutro", ao invés de seu nome de batismo.

A última objeção do One Million Moms é curiosa: "A tensão romântica gay entre Thor (Chris Hemsworth) e o Senhor das Estrelas (Chris Pratt) é aparente e tratada como uma piada durante o filme", diz o texto. A cena "sensual" entre os personagens, inclusive, chegou a viralizar na época de lançamento do filme.

A Bela e Fera (2017)

E "Thor: Amor e Trovão" não foi o primeiro alvo do One Million Moms. O live-action de "A Bela e a Fera", estrelado por Emma Watson ("Harry Potter") e lançado em 2017, foi ameaçado de boicote pela inclusão de personagens queer em suas tramas.

Na ocasião, a Associação da Família Americana (AFA), um grupo cristão conservador que faz campanha contra os direitos LGBTQIA+, arrecadou dinheiro para criar "filmes de famílias de Deus" e ser um novo rival da Disney, além de pedir para que pais protestassem contra produções da Disney antes do lançamento. 

"Pais devem ser avisados que a Disney deu sinal verde para uma forte agenda LGBTQ em um filme que atinge o mercado entre 5 e 11 anos", declarou a instituição.

Os filmes "Lightyear" (2022), "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022), "Amor, Sublime Amor" (2021) e "Eternos" (2021) também estão na lista crescente de grandes títulos da Disney a serem bloqueados devido à inclusão de cenas LGBTQIAPN+, que muitas vezes entram em conflito devido à homossexualidade ser oficialmente ilegal na maioria do Oriente Médio e Ásia.

"A Primeira Tentação de Cristo", do Porta dos Fundos (2019)

O especial "A Primeira Tentação de Cristo",do grupo Porta dos Fundos, retratou Jesus como homossexual e causou revolta em líderes de diferentes religiões. A produção foi tida como "um legítimo exercício da crítica, que não incita a violência nem traz qualquer conteúdo discriminatório" pelo judiciário (via Omelete).

Netflix e o Porta dos Fundos venceram ação contra o especial de Natal que foi ao ar na plataforma em 2019. O processo foi movido pelo líder do centro de umbanda Ilê Asé Ofá de PrataAlexandre Montecerrathe, segundo o jornal O Globo.

Além de R$ 1 bilhão em indenização, Alexandre pedia a retirada do episódio do serviço de streaming. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) enviou o processo ao Rio de Janeiro, para que seja arquivado. Assim, não há a possibilidade de recurso. O tema chegou a STJ após diversas ações movidas por motivos similares.

Sobre "Barbie"

Na história, Barbie (Margot Robbie, "O Esquadrão Suicida) começa a questionar o seu mundo perfeito - onde não existem banhos gelados, pesadelos ou pés chatos - não é mais tão perfeito quanto ela pensava. Assim, para recuperar a perfeição, ela decide ir até o Mundo Real para descobrir toda a verdade sobre o universo.

Junto com Ken (Ryan Gosling, "La La Land: Cantando Estações"), ela viaja da Barbielândia e invade o nosso mundo, pronta para conhecer os humanos mais de perto. Porém, o impiedoso presidente da companhia que fabrica as bonecas Barbie não a deixará vagar por muito tempo e a perseguirá até que esteja perfeitamente segura em seu mundo perfeito... que já não é mais tão perfeito assim quando ela retorna. Confira o trailer:

Além de Robbie e Gosling, "Barbie" ainda conta com Alexandra Shipp ("Tick, tick... BOOM!"), Simu Liu ("Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis"), Emma Mackey ("Sex Education"), Kingsley Ben-Adir ("Invasão Secreta"), Issa Rae ("Um Crime Para Dois") e Ncuti Gatwa ("Doctor Who") e a cantora Dua Lipa como diferentes versões de Barbie e Ken.

Michael Cera ("Juno"), Will Ferrel ("Eurovision"), Kate McKinnon ("Caça-Fantasmas"), America Ferrera ("Superstore"), Connor Swindells (“Sex Education”), Emerald Fennell ("Bela Vingança"), e Helen Mirren ("Shazam: Fúria dos Deuses"), entre tantos outros, completam o elenco.

Greta Gerwig, além de dirigir o longa-metragem, assina o roteiro de "Barbie" junto com o marido, Noah Baumbach ("A Lula e a Baleia", "Ruído Branco"). CineBuzz já viu o filme e você pode conferir a crítica clicando aqui.

Leia a matéria original publicada pela Rolling Stone Brasil, parceira de CineBuzz, clicando aqui!


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