Ator retorna às telonas no papel de Marco de Maria, companheiro do artista, na cinebiografia estrelada por Jesuíta Barbosa, que já está em cartaz
Publicado em 03/05/2025, às 08h00
Na última década, Bruno Montaleone se destacou em projetos desafiadores e de projeção internacional, tanto nos cinemas quanto na TV e no streaming. Após se despedir do papel de Cristiano em Mania de Você, última novela das nove da Globo, o ator retorna às telonas com Homem com H, filme sobre a vida e carreira de Ney Matogrosso.
Com produção da Paris Entretenimento, distribuição da Paris Filmes e direção de Esmir Filho (Boca a Boca), a cinebiografia, que já está em cartaz, traz o artista na pele do médico Marco de Maria, companheiro de Ney. "Homem com H é oposto a tudo que significa uma masculinidade frágil baseada em seguir padrões comportamentais na busca de status, poder ou aceitação", disse Montaleone em entrevista à Rolling Stone Brasil, parceira de CineBuzz.
É muito bonito ver celebrada uma pessoa de tamanha personalidade, que mesmo em tempos difíceis não se curvou às aparentes imposições da vida e não foi moldada pelas expectativas de uma sociedade, em grande parte, preconceituosa. Ney é mais que um ícone da nossa música, é um símbolo de liberdade e resistência. Uma pessoa inspiradora e, mais que um artista de ofício, um artista de alma".
O ator sentiu a responsabilidade de retratar alguém que existiu sem tantos registros e o processo de construção do personagem foi diferente de tudo o que já havia feito até então. “Lembro de ter visto o nome de Marco e feito uma breve pesquisa, mas não encontrei muita coisa sobre ele na internet. Nessa espécie de sinopse inicial, dizia que ele foi um grande amor na vida de Ney, mas como não havia encontrado nada sobre online, fiquei curioso e correndo atrás de tudo que pudesse me ajudar a desvendar como ele era”, explicou.
O longa-metragem mostra todo o relacionamento do casal até a morte de Marco após receber o diagnóstico de AIDS. “O próprio Ney foi fonte essencial para que pudéssemos saber mais sobre esse cara tão especial com quem ele se relacionou por 13 anos”.
À Rolling Stone Brasil, o ator falou sobre a experiência de ter Ney Matogrosso no set de filmagens, o que os fãs podem esperar da sequência de Perdidae o desejo de trabalhar em projetos autorais. Confira:
Bruno Montaleone:Junto com Esmir, [o preparador de elenco] Roberto Áudio e até mesmo o Jesuíta, fui construindo Marco. Conversávamos sobre memórias valiosas que Ney havia compartilhado com Esmir para recriar essas situações e fazer acontecer a química dos dois. Esmir foi como um "totem", que nos fornecia informações importantes sobre as nossas personagens. Ao mesmo tempo, ele me estimulou também a poder criar em cima, para que eu não ficasse apenas apegado aos fatos reais, dando a minha cara para o personagem. Foi ótimo, pois me deu confiança e liberdade artística para trabalhar em cima do roteiro, fui me sentindo super à vontade.
B. M.:Foi incrível! Foi a primeira vez que o vi assim tão de perto. Conhecer Ney dessa maneira foi muito legal. Claro que a gente aproveitava pra fazer perguntas de tudo que a gente podia, e ele, super desprendido e generoso, compartilhou suas histórias conosco. Acredito que, a princípio, ele tinha ido só para ver uma cena ou outra, ter ideia do todo, mas acabou ficando até o fim. A gente se emocionou junto, eu nunca pensei que um dia de trabalho poderia ser assim. Vou guardar para sempre na memória.
BM:Estava tão feliz com a possibilidade de contar essa história, tão rica e com mil nuances, perspectivas e camadas, que nem me liguei se elas de fato eram numerosas. Estamos ali retratando a vida de alguém, acho que mostra episódios reais e naturais que fizeram parte da vida e trajetória de Ney.
As cenas têm um propósito de estar ali e, embora não tenha qualquer tabu, não fazem o filme ser sobre isso, elas ajudam a contar essa história. Mas, claro, tudo ocorreu com seu devido cuidado e amparo da equipe, mas não especificamente com alguém que tivesse esta função de coordenador de intimidade. Não foi tão diferente do nosso processo com outras cenas do filme.
BM:Vai ser um prazer retornar para esse universo fantástico. É muito legal trabalhar nesse campo da fantasia, vestir figurinos, fazer viagens no tempo... Os fãs de Perdida já têm uma ideia e quase pequeno spoiler do que podem esperar através da saga literária, mas antecipo que não deixaremos a desejar em magia, romance, dilemas entre dois mundos que colidem, mensagens importantes e de reflexão, mesmo que com leveza e diversão, e aquele sentimento de coração aquecido e esperança de lembrar como o sentimento pode sobreviver aos desafios que a vida apresenta, e que a vontade de fazer acontecer e das boas energias move mundos, mesmo que no caso de Encontrada, dois mundos tão diferentes. Eu e Gi [a atriz Giovanna Grigio, que interpreta a protagonista Sofia] já estamos muito ansiosos para ter acesso ao roteiro e começar a pirar nessa aventura que a gente ama tanto. E poder trazer isso tudo para os fãs, claro!
BM:No começo, a gente leva até um susto com o tanto de gente apaixonada por essa história, embora ela tenha esse potencial mesmo. Acredito que, inicialmente, há uma responsabilidade extra, sim, de querer fazer jus, além do frio na barriga, para que haja acolhimento do personagem tão amado pelas bookstans, agora em live-action. Mas chega um momento em que tudo isso tem que ficar pra trás, afinal, você está trabalhando com afinco pra construir uma personagem e é nisso que você tem que focar. Embora seja humana essa tentativa, não existe alguém que agrade a todo mundo e seja unanimidade, em nenhuma instância da vida, então, o que a gente pode fazer é ralar muito pra entregar um bom trabalho. Eu tento não me apegar às coisas que eu não controlo mas, ao mesmo tempo, fazer tudo que está ao meu alcance.
BM:Desde que comecei, sempre sonhei fazer cinema. Confesso que foi um lugar que me agradou muito e, de fato, foi onde eu mais me senti realizado como artista, ou onde sinto que meu potencial foi mais explorado. Mas acredito que isso é possível em qualquer formato. Talvez o segredo seja juntar grandes profissionais, que apostam todas as suas fichas na história que estão contando e têm plena confiança na força dela. Eu gosto de estar trabalhando. Em paralelo, no meu mundo ideal, sonho cada vez mais ter o privilégio de embarcar somente naquilo que de fato quero fazer.
BM:Creio que com esse marco veio à tona com um pensamento: quero executar as minhas ideias. Por muito tempo tenho feito histórias dos outros, e não há nada de errado com isso. Ao mesmo tempo, penso que um artista deve criar, deve porque é isso que um artista faz. Quero então me permitir criar e desenvolver também projetos autorais que tragam meu DNA, angústias, aspirações e urgências impressos neles.
BM:Sim! Estamos nas fases bem iniciais, ainda sei pouco sobre o projeto. O Rafa me chamou pra contar essa história e eu topei de cara. Acho que é um recorte bem atual sobre uma bolha no Rio de Janeiro e que reflete alguns dos nossos problemas. Sem contar que o personagem me parece bem interessante e com uma faceta que acho que não explorei ainda. Quero poder estar e trabalhar com meus amigos também.
Desde que estreou nas telas da TV Globo em Malhação: Seu Lugar no Mundo, em 2015, Bruno Montaleone emendou projetos que mostram sua versatilidade. Na TV, ele participou das novelas O Tempo Não Para, Verdades Secretas II, do Globoplay, e Amor Perfeito (2023).
Em paralelo, também participou do filme O Lado Bom de Ser Traída, suspense da Netflix com Giovanna Lancellotti e, no mesmo ano, o artista fez sua estreia nas telonas em Perdida, baseado no best-seller da escritora brasileira Carina Rissi.
Ele conquistou uma legião de fãs na pele do mocinho Ian Clarke no filme da Disney, que teve sua continuação, intitulada Encontrada, confirmada para 2026. Além disso, dividiu o papel de Fabrício com João Guilherme nas três temporadas de De Volta aos 15, série que adapta o romance de Bruna Vieira.
LEIA A MATÉRIA ORIGINAL EM: Bruno Montaleone relembra visitas de Ney Motogrosso no set de Homem com H: 'Vou guardar para sempre na memória'
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