No Dia do Cinema Brasileiro, o CineBuzz, a Rolling Stone Brasil e a Contigo! listam as produções recentes mais impactantes do cinema nacional
Angelo Cordeiro (@angelocinefilo), Camila Gomes (@camilagms) e Henrique Nascimento (@hc_nascimento) Publicado em 19/06/2024, às 16h00
Há quem diga que o cinema brasileiro é só feito de comédias ruins. A realidade, no entanto, está bem longe dessa simplificação, que pretende apenas minar a força de produções nacionais responsáveis por impactar e encantar corações cinéfilos pelo mundo inteiro.
No Dia do Cinema Brasileiro, o CineBuzz, a Rolling Stone Brasil e a Contigo!fizeram uma seleção de filmes recentes, que mostram a força do nosso cinema, não só nas comédias, mas em gêneros como drama, suspense, ação, true crime, ficção científica e muito mais. Confira a lista a seguir:
Baseado em uma história real, "O Sequestro do Voo 375"conta a história de Nonato (Jorge Paz, Marighella) que, abalado com a crise econômica no Brasil, decide sequestrar um avião para jogá-lo em cima do Palácio do Planalto, em Brasília, e matar o então presidente do Brasil, José Sarney.
O longa de Marcus Baldini (Bruna Surfistinha) explora a ação, gênero pouco trabalhado no Brasil, e tem ares de superprodução, com direito a efeitos especiais replicando uma manobra perigosíssima praticada pelo piloto do avião, Murilo (Danilo Grangheia, Hebe: A Estrela do Brasil) e recuperada pelos passageiros que testemunharam o acontecimento.
Onde assistir? Disponível no Star+.
Em Bacurau, os moradores do pequeno povoado sertanejo, que leva o nome do filme, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, eles percebem que estão sendo atacados e precisam agir para identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.
Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, de Aquarius (2016), é tido como um dos melhores e mais influentes exemplares do cinema brasileiro recente. Misturando gêneros como ação e suspense, o enredo provocativo é bem direto em sua crítica sociopolítica e cultural, sarcasmo e violência.
Onde assistir? Disponível no Globoplay.
Em Carvão, uma família camponesa luta para cuidar de seu patriarca doente. Um dia, porém, um traficante argentino oferece uma quantia substancial de dinheiro a eles, mas com a condição de permitir que ele mate o velho e tome o seu lugar como parte de seus esforços para se esconder de um processo criminal.
Com Maeve Jinkings (O Som ao Redor) no elenco, o longa da diretora Carolina Markowicz (Pedágio) é o tipo de obra que não deixa o espectador sair ileso. Nele, observamos um mundo de hipocrisia em uma área rural, focando em uma família de valores aparentemente sólidos, mas que caminha para a destruição moral, algo que Markowicz faz sem abrir mão de um humor ácido e por vezes sombrio.
Onde assistir? Disponível no Globoplay.
Uma reclusa estilista (Malu Galli, Paraíso Perdido) se enclausura em seu carro blindado para se proteger de uma revolta dos trabalhadores da fazenda de sua família. Separados por uma camada impenetrável de vidro, dois universos estão prestes a colidir.
Em Propriedade, o diretor Daniel Bandeira (Amigos de Risco) constrói a narrativa em cima de críticas sociais, utilizando-se da polarização política para provocar o espectador. Dessa forma, o filme entrega uma tensão que vai crescendo à medida que a trama avança, reservando um final surpreendente.
Onde assistir? Disponível na Netflix.
Dirigido pela dupla Juliana Rojas (Boca a Boca) e Marco Dutra (Quando Eu Era Vivo), As Boas Maneiras mistura elementos de drama, fantasia e terror. A trama gira em torno de Clara (Isabél Zuaa, A Viagem de Pedro), uma enfermeira negra contratada para ser babá do filho ainda não nascido da rica e solitária Ana (Marjorie Estiano, Sob Pressão). Conforme a gravidez avança, segredos sombrios começam a emergir, revelando uma conexão profunda e perturbadora entre Clara e o bebê.
Combinando elementos do folclore brasileiro com uma narrativa contemporânea e socialmente consciente, As Boas Maneiras transcende os limites do terror convencional, oferecendo uma experiência cinematográfica rica em simbolismo e profundidade, além de explorar questões universais como identidade, maternidade e os mistérios do sobrenatural.
Onde assistir? Disponível na Netflix.
Sertânia retrata a vida de Antão (Vertin Moura, Cangaço Novo), um vaqueiro solitário, que vive no sertão nordestino brasileiro, em uma rotina monótona e solitária. Quando ele é ferido, preso e deixado para morrer pelo bando de Jesuíno (Julio Adrião, Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro), a sua mente febril e delirante rememora todos os acontecimentos.
Muito elogiado pela crítica brasileira, o filme de Geraldo Sarno (A Terra Queima) parece distante de seu tempo, com fortes influências do Cinema Novo, e uma abordagem poética e reflexiva sobre a vida e as paisagens do sertão brasileiro.
Onde assistir? Disponível para compra e aluguel no Google Play Filmes & TV.
Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Carlos Marighella (Seu Jorge, Asteroid City) tenta divulgar sua luta contra a ditadura civil para o povo brasileiro, mas a censura é contra a revolução. Seu principal opositor é o policial Lúcio (Bruno Gagliasso, Biônicos), que o rotula como inimigo público do país.
Filme de estreia de Wagner Moura (Guerra Civil) na direção, Marighella aborda a militância, resistência contra o regime opressivo e a trajetória do guerrilheiro como escritor e político, propondo uma visão necessária sobre um período histórico tumultuado do Brasil, celebrando a coragem e o legado de um dos líderes mais emblemáticos da resistência contra a ditadura militar.
Onde assistir? Disponível no Globoplay.
Na história, Júlio (Marco Pigossi, Gen V) é um pai de família, homem caridoso e um orgulho para os seus pais. No entanto, ele esconde outra identidade sob a fachada exemplar: ele é um assassino profissional responsável por 492 mortes.
O Nome da Morte, de Henrique Goldman (Jean Charles) foi inspirado no livro homônimo de Klester Cavalcanti sobre a história do brasileiro Júlio Santana, um assassino de aluguel com 35 anos de carreira. O longa oferece uma visão provocativa e perturbadora sobre o submundo da criminalidade brasileira, explorando questões éticas e morais complexas através da jornada de seu protagonista.
Onde assistir? Disponível para compra e aluguel em plataformas como Prime Video, Apple TV (iTunes) e Google Play Filmes & TV.
Iremar (Juliano Cazarré, Pantanal) é um vaqueiro de curral, que viaja pelo Nordeste trabalhando em vaquejadas. No entanto, seu maior sonho é largar tudo e começar uma nova carreira na moda como estilista no Polo de Confecções do Agreste.
Por Boi Neon, o diretor Gabriel Mascaro (Divino Amor) foi elogiado pela forma com que captura a essência da cultura nordestina de forma autêntica e poética ao explorar temas de identidade, desejo, classe social e as complexidades das relações humanas. O filme ainda venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza.
Onde assistir? Infelizmente, o filme não está disponível nas plataformas de streaming brasileiras.
O filme de Adirley Queirós (Mato Seco em Chamas) se passa em um futuro próximo e distópico na periferia de Brasília, onde dois sobreviventes de um tiroteio policial, Marquim e Dilmar, refletem sobre suas experiências e traumas.
Em Branco Sai, Preto Fica, o diretor utiliza uma mistura de documentário e ficção para abordar questões de racismo estrutural, violência policial e resistência negra, mesclando os gêneros para explorar esses temas de maneira intensa e provocativa.
Onde assistir? Infelizmente, o filme não está disponível nas plataformas de streaming brasileiras.
Em Divino Amor, Joana (Dira Paes, Pantanal), uma escrivã de cartório, usa sua posição no trabalho para salvar casais que chegam para se divorciar. Ela faz de tudo para levar os clientes a participarem de uma terapia religiosa de reconciliação, em nome de um projeto maior para a manutenção da família sagrada dentro da fé e da fidelidade conjugal.
Dirigido por Gabriel Mascaro, de Boi Neon, é uma obra provocativa, que não se limita a uma crítica ao uso da religião no Brasil contemporâneo, mas também explora temas como identidade, sexualidade e o impacto da tecnologia nas relações humanas.
Onde assistir? Disponível no Globoplay.
Meu Nome é Bagdá conta a história de Bagdá (Grace Orsato), uma jovem skatista, que enfrenta desafios em sua vida cotidiana, incluindo o preconceito e a intolerância de gênero. Para fugir disso, ela encontra apoio e solidariedade em seu grupo de amigos skatistas.
Dirigido por Caru Alves de Souza (Tudo Igual... SQN), o longa aborda temas de identidade, empoderamento feminino, amizade e autoaceitação, além de mostrar o skate como forma de expressão e resistência.
Onde assistir? Disponível no Star+.
A história de Benzinho se concentra em Irene (Karine Teles, Os Últimos Dias de Gilda), uma mãe dedicada, que administra uma casa cheia com muito amor, apesar das dificuldades financeiras e dos desafios do cotidiano.
Quando seu filho mais velho, Fernando (Konstantinos Sarris, Os Dias Eram Assim), é convidado para jogar handebol na Alemanha, Irene é confrontada com a perspectiva de seu filho sair de casa e as mudanças que isso trará para a dinâmica familiar.
A partir de um retrato sincero e comovente de uma mãe lutando para manter sua família unida, o diretor Gustavo Pizzi (Riscado) explora a complexidade das relações familiares e a busca por felicidade em meio às dificuldades cotidianas, tudo de uma maneira genuína.
Onde assistir? Disponível no Looke.
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