Nem tudo o que a gente espera é o que a gente acaba recebendo e 2022 é a prova disso
Henrique Carvalho-Nascimento | @hc_nascimento Publicado em 25/12/2022, às 18h00 - Atualizado em 31/12/2022, às 18h00
Não tem nada pior do que aguardar ansiosamente por algo e aquilo acabar não satisfazendo as nossas expectativas, não é mesmo? Infelizmente, para os fãs de cultura pop, essas decepções costumam acontecer a todo o tempo e, em 2022, não foi muito diferente, não.
Grandes filmes como "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore", que levou quatro anos desde o lançamento do seu antecessor até a chegada aos cinemas; e a série "Maldivas", que marcava o reencontro de Bruna Marquezinee Manu Gavassi nas telinhas após o sucesso do "BBB20", nos deixaram com o gostinho amargo da decepção na boca. A seguir, confira as maiores decepções de 2022 em nossa #RetrospectivaCineBuzz:
Em quatro anos, muita coisa pode acontecer e os bastidores de "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" foram bastante agitados. J.K. Rowling expôs, dia após dia, a sua transfobia, minando a própria franquia no processo; e Johnny Depp foi demitido e substituído por Mads Mikkelsen("Hannibal") após ser acusado de agredir a ex-esposa, Amber Heard.
Porém, quando o terceiro longa da franquia chegou aos cinemas, dois anos após a data inicialmente prevista, nós percebemos que os problemas não eram só externos: o filme era uma baita porcaria. Nem mesmo a ajuda de Steve Kloves, que escreveu sete dos oito filmes de "Harry Potter", puderam salvar a sequência.
O filme não só fracassou - mais uma vez - em bilheterias ao redor do mundo, como foi um grande desserviço para os fãs, que esperaram quatro anos por uma história que pouco se desenvolveu ao longo de mais de duas horas.
Pelo menos, "Os Segredos de Dumbledore" terminou com um fim positivo, sem muitas promessas, porque rumores apontam que os cinco filmes previstos para o derivado de "Harry Potter" não devem mais sair do papel.
"Maldivas" foi uma jogada esperta da Netflix para aproveitar o sucesso de Manu Gavassi na 20ª edição do "Big Brother Brasil". Bruna Marquezine, melhor amiga e torcedora número um, pegou o bonde andando e aproveitou o período da pandemia de coronavírus para alimentar a fama da dupla. O resultado foi a produção criada por Natalia Klein ("Adorável Psicose"), que estreou em junho deste ano.
Infelizmente - e a gente torceu muito para que isso não acontecesse -, "Maldivas" não alcançou o nível de suas protagonistas e se mostrou uma grande decepção. Atriz antes mesmo de poder ir para a escola sozinha, Bruna conduziu muito bem o seu papel como a protagonista, Liz, enquanto Manu colocou em Milene um tanto do seu jeitinho, que cativou tanta gente no "BBB".
No entanto, o problema não estava nelas ou nos demais integrantes do elenco, mas no roteiro fraco de Natalia Klein. Repleta de clichês e decisões que brincam com a paciência do espectador, a produção ainda conta com uma narração da roteirista - além de escrever, Natalia também atua na série - tão pobre e constrangedora, que mata de vez "Maldivas". Não deu e até a Netflix concordou, cancelando a série após uma única temporada.
Vamos ser sinceros: o Universo Cinematográfico da Marvel não mandou muito bem nas telonas em 2022, não é mesmo? "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" até angariou alguns fãs, mas as coisas foram por água abaixo quando "Thor: Amor e Trovão", quarto filme do herói interpretado por Chris Hemsworth, estreou nos cinemas.
Novamente com a direção de Taika Waititi, responsável por "Thor: Ragnarok" (2017), Christian Bale como vilão e Natalie Portman de volta, dessa vez como a Poderosa Thor, o longa tinha tudo para dar certo, mas caiu na armadilha de ser exatamente como a Marvel do passado, ou seja, um excesso de cenas de ação banhadas em efeitos especiais e piadinhas sem critério.
Apesar disso, o filme rendeu uma bilheteria de respeito aos cofres da Disney, mas as críticas pegaram até Hemsworth que, antes da estreia de "Thor: Amor e Trovão", havia dito que só pararia de viver o herói caso fosse expulso da Marvel. Meses depois do lançamento, ele voltou atrás e afirmou que, talvez, estivesse na hora de aposentar o martelo.
Bom, uma coisa que não podemos dizer sobre a DC e seu Universo Cinematográfico é que ela não está tentando. Ela está, muito, muito mesmo, mas a situação ainda está feia. "Adão Negro", que chegou aos cinemas em outubro após ser adiado algumas vezes, é mais uma prova disso. E que prova!
O longa, estrelado por Dwayne Johnson ("Velozes & Furiosos"), bate de frente com um dos piores filmes da franquia até hoje, "Esquadrão Suicida" (a versão de 2016, dirigida por David Ayer que, inclusive, continua gastando saliva para alegar que tem uma edição muito melhor de seu filme escondida por aí).
Tem muita coisa ruim em "Adão Negro": um roteiro repleto de furos e decisões sem sentido, um Noah Centineo tentando desesperadamente funcionar como alívio cômico, um Gavião Negro com a personalidade única de odiar tudo e todos e, para piorar, um excesso anormal - até para os padrões da DC - de cenas em câmera lenta, que parecem servir apenas para aumentar o tempo do filme. Se a ideia era dar argumentos para os haters de filmes de super-heróis, parabéns, "Adão Negro", você conseguiu!
Responsável por dar sequência à história do Pantera Negra após a morte de seu intérprete, Chadwick Boseman, em 2020, "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" não é um filme horrível. No entanto, ela também não é muito bom e, definitivamente, não é o que os fãs esperavam após o espetáculo de "Pantera Negra", lançado em 2018.
O grande problema do filme é deixar evidente o quanto a ausência de Boseman afetou a história. Livremente inspirada pela HQ "Deadliest of the Species" ("A Espécie Mais Mortal", em tradução livre), "Pantera Negra 2" tinha bons caminhos a perseguir, mas algumas decisões - como a escolha forçada de um novo Pantera Negra - acabaram com a experiência.
Outro problemão - não tanto para o filme, mas para a personagem - é a presença de Riri Williams(Dominique Thorne) na história. O longa estende a participação da Coração de Ferro muito além do necessário, minando o seu desenvolvimento, que deve realmente acontecer em "Ironheart", série do Disney+ prevista para estrear em 2023.
Qual foi a melhor série e/ou minissérie de 2022 até agora? Vote na sua favorita!
- "Peacemaker"
- "Cavaleiro da Lua"
- "Ruptura"
- "Pretty Little Liars: Original Sin"
- "Obi-Wan Kenobi"
- "Stranger Things" (4ª Temporada)
- "Ms. Marvel"
- "Andor"
- "Only Murders in the Building" (2ª Temporada)
- "Heartstopper"
- "Sandman"
- "A Casa do Dragão"
- "O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder"
- "Mulher-Hulk: Defensora de Heróis"
- "Dahmer: Um Canibal Americano"
- "O Clube da Meia-Noite"
- "O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro"
- "The White Lotus" (2ª Temporada)
- "1899"
- "Wandinha"