Diretoras vêm ganhando espaço nas principais premiações do audiovisual nos últimos anos
Por muitas décadas, somente os diretores tiveram destaques nas premiações voltadas para o cinema e a TV. Um reflexo disso, é que ao longo de quase um século da cerimônia do Oscar, apenas sete mulheres foram indicadas na categoria de "Melhor Direção" e somente duas delas levaram a estatueta para casa, Chloé Zhao por "Normadland" este ano, e Kathryn Bigelow, por "Guerra ao Terror", em 2010.
Nomes como Greta Gerwig, que está completando 38 anos nesta quinta-feira (4), e também faz parte do seleto grupo de indicadas por "Lady Bird: A Hora de Voar" (2018), e Ava DuVernay, que recebeu o prêmio Emmy por sua direção da série "Olhos Que Condenam" (2019), da Netflix, estão ajudando a abrir caminho para que novos nomes ganhem recebam o destaque que devidamente merecem.
Nia DaCosta
Aos 31 anos, Nia DaCosta está prestes a lançar seu primeiro longa, o terror "A Lenda de Candyman", após uma série de atrasos causados pela pandemia de COVID-19. Em seu projeto de estreia, ela trabalha com Jordan Peele, um dos nomes consagrados do gênero por "Corra!" e "Nós", que assume a produção da nova adaptação do conto de Clive Barker.
Além disso, Nia também foi contratada para dirigir o segundo da poderosa heroína da Marvel Studios, Carol Danvers, chamado "The Marvels", que estreia nos cinemas em 2022.
Emerald Fennell
Emerald é um rosto conhecido da TV por ter interpretado Camilla Parker-Bowles na terceira e quarta temporada da série "The Crown", da Netflix, mas foi com "Bela Vingança" que ela fez sua estreia como diretora. O conto de terror é estrelado por Carey Mulligan e conta a história de Cassie, uma mulher repleta de traumas e que se usa como isca para dar uma lição em predadores sexuais em baladas.
O longa a levou diretamente para o palco do Oscar, onde ganhou a estatueta de “Melhor Roteiro Original”.
Mati Diop
Além de cineasta, Mati Diop também é uma atriz francesa que estrelou o filme "35 Shots of Rum", de 2008. Em 2019, ela comandou "Atlantics", se tornando a primeira diretora negra a disputar o maior prêmio do Festival de Cannes, a Palma de Ouro. A obra também saiu vencedora do evento, ganhando o Grande Prêmio.
Antes disso, Mati também trabalhou em curtas e documentários, incluindo "Mil Sóis", de 2013, sobre um ator senegalês que se afasta da carreira artística para se tornar fazendeiro.
Carol Benjamin
A cineasta e roteirista brasileira é responsável por títulos como "As Mil Mulheres" (2018), que aborda o ativismo de artistas feministas, e "Capoeira, um Passo a Dois" (2017), que retrata a percepção que as pessoas têm da capoeira fora do Brasil. Carol também colaborou com Leandra Leal em "Divinas Divas" (2016), que conta a história da geração de travestis brasileiras que brilharam na década de 1960.
Seu trabalho mais recente é "Fico Te Devendo uma Carta Sobre o Brasil", filme que mostra três gerações de uma família que foi atingida pela ditadura militar brasileira.
Michaela Coel
Recentemente Michaela Coel foi anunciada no elenco de "Pantera Negra: Wakanda Forever", mas a atriz também tem se destacado por seu trabalho por trás das câmeras. A protagonista de "I May Destroy You" também é roteirista, cantora, compositora, poeta e dramaturga britânica, que recentemente se destacou na temporada de premiações por seu trabalho na minissérie da HBO.
Coel está concorrendo aos prêmios de "Melhor Atriz", "Melhor Roteiro" e "Melhor Direção" nas categorias de minissérie no Emmy 2021.
Leigh Janiak
Leigh Janiak é a responsável por um dos maiores sucessos do catalogo da Netflix em 2021. A cineasta norte-americana transformou 51 livros de "Rua do Medo", escrito por R.L. Stine, mesmo autor de “Goosebumps”, em uma trilogia teen de terror para atrair o público durante o período de férias em julho.
Patty Jenkins
A cineasta Patty Jenkins se tornou um dos nomes mais populares de Hollywood após comandar "Mulher-Maravilha", estrelado por Gal Gadot em 2017. O longa sobre a heroína dos quadrinhos da DC se tornou um projetos dirigidos e protagonizados por mulheres mais lucrativos da história, abrindo portas para que tantas outras personagens ganhassem seus filmes solo.
Em meio a pandemia, ela emplacou o lançamento da sequência, "Mulher-Maravilha 1984" e está desenvolvendo o novo filme da franquia "Star Wars", intitulado "Rogue Squadron", que chega aos cinemas em 2023.