Nome do ex-ator, morto aos 53 anos, voltou a ser assunto após a estreia de "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", série da HBO Max sobre o crime
Henrique Carvalho-Nascimento | @hc_nascimento Publicado em 07/11/2022, às 02h00 - Atualizado às 08h30
Condenado pelo assassinato de Daniella Perez, Guilherme de Pádua morreu aos 53 anos. Há alguns meses, o seu nome voltou à tona após a estreia de "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", série documental da HBO Max sobre o crime que chocou o Brasil, que relembra também que, antes de matar a atriz, o ex-ator foi stripper e atuou em um filme erótico gay.
Três anos antes do crime, entrou em circulação um filme erótico germano-brasileiro com o ex-ator no elenco. Em "Via Appia", Frank, um homem vivendo com o HIV, retorna ao Brasil para tentar reencontrar o homem que, supostamente, o infectou com o vírus. Para ajudá-lo, ele contrata um garoto de programa, José, papel de Pádua na produção.
O longa é erroneamente considerado como parte da pornochanchada. "Via Appia" foi lançado em 1989, quando o gênero cinematográfico brasileiro já havia entrado em declínio e praticamente desaparecido. No entanto, isso não impediu o filme, que ainda circula em sites pornográficos, tivesse cenas de nudez completas e insinuações sexuais.
Pádua é um dos rapazes desnudados pelo roteirista e diretor do longa, Jochen Hick. Em sua principal aparição, José aparece em um apartamento, posando completamente nu e sensualmente para as câmeras de um fotógrafo. Em um dos momentos, ele chega a abrir e derramar todo o conteúdo de uma garrafa de champanhe sobre o próprio corpo.
O assassino de Daniella Perez, nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, tinha experiência em ficar nu diante do público. Ele se mudou para o Rio de Janeiro com a intenção de investir na carreira de ator. Como era bonito e tinha um físico atraente, foi convidado para ser um dos leopardos de "A Noite dos Leopardos", espetáculo comandado por Eloína dos Leopardos em uma balada em Copacabana. Lá, Pádua tirava a roupa por dinheiro.
Mas o período erótico não durou muito tempo. Em 1990, um ano após o lançamento de "Via Appia", ele fez uma participação na novela "Mico Preto". Depois, conseguiu o papel de Bira em "De Corpo e Alma", onde vivia um romance com a personagem de Daniella Perez. Após ser preso pelo crime, ele nunca mais voltou a atuar.
Em 28 de dezembro de 1992, Guilherme de Pádua, colega de elenco de Daniella na novela "De Corpo e Alma", emboscou a atriz e, com a ajuda da então esposa, Paula Nogueira Thomaz, matou a intérprete de Yasmin com diversas punhaladas, antes de abandonar o corpo em um matagal na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Na época, ela estava no auge de sua carreira e justamente na novela do horário nobre, em que formava um par romântico com Guilherme, seus problemas começaram. Na série, conhecemos o passado do ex-ator, a obsessão que ele tinha em ser famoso e as perseguições a Daniella, que resultaram no crime.
O corpo de Daniella foi encontrado em um terreno baldio, no Rio de Janeiro, com as feridas causadas por tesoura. Ao todo, a perícia totalizou 18 apunhaladas. Guilhereme e Paula foram condenado a 16 e 19 anos de prisão, respectivamente, em 1997, mas tiveram a pena reduzida para seis anos.
Dirigido por Tatiana Issa e Guto Barra, "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez" traz depimentos de Gloria Perez, Raul Gazolla, viúvo de Daniella, Maurício Mattar, Claudia Raia, Fábio Assunção, Cristiana Oliveira e Eri Johnson, Marieta Severo, a jornalista Glória Maria e de alguns membros da família Perez.
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