Grupo curitibano se reuniu em 2018 e, durante a quarentena, aproveitou para trabalhar o futuro
Foi pela casualidade que o Sr. Banana voltou a se reunir. Registrados em Uma fina camada de gelo: o rock autoral e a alma arredia de Curitiba, livro de Eduardo Mercer que estava para ser lançado no final de 2017, Eduardo Pizzato, Fabiano Neves, Bruno Balainha, Lúcio Trombini e Gabriel Teixeira toparam se juntar, após quase vinte anos desde o encerramento das atividades do grupo, e, descompromissadamente, relembrar os velhos tempos em um show de lançamento da publicação.
No entanto, o que eles não esperavam é que a reunião despertaria um monstro e o Sr. Banana voltaria à cena musical de vez. Formado em 1994, o grupo ficou marcado por ser o primeiro a gravar com a Virgin Records, gravadora recém-chegada ao país na época e internacionalmente conhecida por trabalhar com nomes como Rolling Stones, Janet Jackson, Lenny Kravitz, The Smashing Pumpkins Joss Stone, Spice Girls, Daft Punk e, no Brasil, Charlie Brown Jr.
"Aconteceu muito rápido. A banda foi formada em novembro de 1994 e, em abril de 1995, a gente já tinha contrato com uma multinacional", relembra Lúcio Trombini, baterista do Sr. Banana. "Em maio, fomos para São Paulo, gravamos o CD em cerca de 20 dias e, em agosto de 1995, ele foi lançado". O primeiro álbum, que levou o nome da banda, abriu portas para o Sr. Banana se apresentar por todo o país, abrir shows para artistas internacionais, como Bon Jovi, e até se apresentar fora do Brasil.
Porém, assim como o sucesso veio rapidamente, o declínio também não demorou a acontecer. Em 1997, quando se preparava para lançar um segundo álbum, a banda se desvinculou da Virgin Records, perdeu um membro - eram em seis, com Sérgio Soffiatti, hoje na Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, atuando como vocalista - e, pouco tempo depois, decretou o seu fim:
"A música não toca na rádio, você não faz muito show. Todo mundo precisa continuar a vida e você acaba indo para outro projeto, vai ficando de lado aos pouquinhos e chegou uma hora que não tinha motivo para continuar", conta Lúcio.
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Apesar disso, a amizade continuou: "Durante todo esse tempo, de 1998 até 2018, vinte anos, a gente sempre continuou tocando junto, [mas] em outras bandas", explica o baterista. Quando surgiu a oportunidade de fazer o show para o lançamento do livro de Eduardo Mercer, foi como andar de bicicleta. Sem Soffiatti, o grupo escalou Gui Vianna, filho de 23 anos de Lúcio, para ser o sexto membro. E a coisa deu certo:
"Nesses ensaios [para o show de lançamento], acabaram surgindo novas composições, novas ideias. O Fabiano, que sempre foi o cara da banda que tinha contato com as gravadoras, falou: 'Estou com alguns contatos, vamos tentar aproveitar isso. Vamos mandar o que a gente está fazendo de novo para ver no que vai dar'. E isso foi despertando um interesse e aí a banda acabou gravando algumas coisas", explica Lúcio.
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A primeira aposta foi Não Vá, composição antiga de Lúcio e Eduardo Pizzato, que assumiu os vocais após a saída de Soffiatti. A sonoridade, mais pop do que a apresentada no primeiro álbum do Sr. Banana, acabou conquistando e eles seguiram em uma linha similar.
Em seguida, em ritmo de reggaeton, lançaram Pura Confusão, que contou com a participação dos artistas Francinne e Juan Labarca e um clipe lançado pela produtora Kondzilla, especializada em artistas voltados ao universo do funk e com um canal no YouTube seguido por quase 60 milhões de admiradores:
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Os novos passos acabaram levando o Sr. Banana a assinar com a Midas Music, gravadora do produtor musical Rick Bonadio, e lançar o EP Mono 2020, com cinco músicas de trabalho. Uma delas é Pétala de Flor, onde somos definitivamente apresentado ao novo membro da banda, Gui Vianna, que escreveu e dá voz à canção.
"Quando você entra para uma banda que já está formada, que tem uma história, você tem que tentar não estragar isso. Trazer a sua identidade, mas sem estragar isso", explica o jovem, sobre o desafio de integrar o Sr. Banana. "Por exemplo, se alguém entra para uma banda, acho que a primeira coisa que tem que fazer é estudar muito o som da banda, ouvir, conhecer tudo o que já fez e essa parte eu já tinha feito durante a minha infância inteira".
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Filho de Lúcio, ele cresceu cercado por música e, agora, aproveita para trazer a identidade da própria geração, definida pelo pai como "good vibes", para a nova fase da banda: "A gente fez músicas juntos e eu acho que o que eu mais trouxe pra banda foi isso: letras mais atuais, com temas bastante diferentes. A banda tinha temas mais políticos e críticos, o que é uma parte legal, só o meu lado é um lado mais romântico", explica Gui. Assista ao videoclipe de Pétala de Flor:
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Com o lançamento de Mono 2020, a ideia era sair em turnê, mas a pandemia de coronavírus acabou frustrando os planos. "Agora seria o momento em que a gente ia conseguir fazer a maior parte dos shows. Teria uma demanda grande de shows e, com certeza, nesse lado foi um baque", explica Gui.
Apesar disso, o grupo não se deixou abalar: "No lado da criação e da divulgação da música nas redes sociais, rádios e tudo mais, a gente conseguiu dar um atenção muito grande e ficar com a cabeça livre pra pensar nisso", continua o jovem. "Você fica em casa e acaba tendo mais tempo para criar, mais tempo para produzir", complementa Lúcio.
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Para compensar o tempo "perdido", com a pandemia ainda sem previsão de acabar, o Sr. Banana ajusta os últimos detalhes para o lançamento de um novo álbum: "A gente está na fase de criar um conceito de como vai ser o álbum, mas as composições já estão, a maioria, 75% definidas", revela Gui.
"Talvez a gente lance em partes. Cinco músicas, depois mais cinco, mais cinco e aí fecha o álbum. É legal lançar em partes para ter novidade, mas a maioria das músicas já estão prontas e nós estamos na fase de começar a produzi-las. Não gravamos nada ainda ainda, mas elas já existem e a intenção é, até o fim do ano, ter algo pronto", conclui.
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