Nova série estreia dia 20 de outubro na HBO e traz de volta legião de (anti) heróis em realidade alternativa aos quadrinhos
Os quadrinhos de Watchmenretornam a mais uma produção audiovisual em formato de série limitada pela HBOno dia 20 de outubro. Publicados em doze edições entre 1986 e 1987, a HQ com roteiro de Alan Moore e arte de Dave Gibbons trouxe à tona uma importante mudança comportamental nos quadrinhos de heróis ao questionar seus papéis e retratá-los como indivíduos também a margem da lei, levando-os a serem enquadrados até como anti-heróis.
Pelas mãos do criador, roteirista e produtor-executivo Damon Lindelof, o elenco de peso tem recebido críticas positivas da imprensa norte-americana - que já assistiu aos episódios da série. Com Regina King, Don Johnson, Jeremy Irons, Tim BlakeNelson e Louis Gossett Jr., entre outros, a série de Watchmennão será totalmente fiel às HQ’s, mas será como um “remix”, como o próprio Lindelof sinalizou.
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Ao todo, a série terá nove episódios e deve ser a única temporada da trama nas mãos do criador, de acordo com ele próprio.
Em 2009, um filme de mesmo nome pelas mãos do diretor Zac Snyder foi feito e travou a primeira produção audiovisual a ser levada ao público baseada nos quadrinhos da década de 1980. Agora, a série promete explorar ainda mais as relações entre os vigilantes e a criminalidade de uma cidade corrompida que tem como pano de fundo motins contra a injustiça social e a guerra a minorias.
Abaixo, saiba algumas diferenças entre os quadrinhos originais e a série inédita da HBO:
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Os quadrinhos se passam no contexto da Guerra Fria
Originalmente publicadas entre 1986 e 1987, as HQ’s do grupo Watchmen são ambientadas no contexto da Guerra Fria e a história se passa em 1985, na qual os Estados Unidos viviam um momento delicado com a iminência de uma eclosão de uma guerra nuclear contra a União Soviética a qualquer momento.
Diferentemente dos quadrinhos, a série acompanha um EUA contemporâneo, na cidade de Tulsa, no estado do Oklahoma. Assim, a narrativa se passa 34 anos após a premissa original e promete abordar outros temas cintilantes na sociedade atual.
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Racismo, extremismo branco, brutalidade policial e outros são assuntos mais focados na série
Enquanto os quadrinhos originais tinham como pano de fundo as tensões políticas e a iminência de uma guerra nuclear que poderia dizimar o mundo, tratando do poder bélico e hegemônico dos EUA, a série de 2019 tratará de alguns assuntos mais atuais e sociais.
Questões como racismo, medo iminente de ataques terroristas, brutalidade policial e supremacia branca serão assuntos tratados em meio aos acontecimentos da narrativa, que vão de encontro com as pautas contemporâneos tratadas nos Estados Unidos.
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Com a eleição de Donald Trump, a direita conservadora viu sua ascensão nos últimos anos no país e a supremacia branca em detrimento da comunidade negra viu tomar proporções grandiosas, com movimentos como o #BlackLivesMatter tomando certa urgência.
O porte de armas legalizado também ressoou ultimamente com as mortes em massa em escolas e prédios públicos em que pessoas com metralhadoras atiravam para todos os lados e deixavam uma grande quantidade de mortos, sendo temas que serão trabalhados na série com um gancho atual.
O ponto de partida da série é diferente dos quadrinhos
A narrativa dos quadrinhos de Watchmentomam lugar após a morte de um dos vigilantes mascarados, o Comediante, em que os justiceiros se reúnem para apurar e fazer justiça à sua morte.
Na produção audiovisual de Dave Lindelof, o ponto de partida é outro: supremacistas brancos seguidores do personagem Rorschach - que se intitulam como “O Sétimo Calvário” - cometem ataques simultâneos nas casas de membros da polícia, fazendo com que a sociedade de Tulsa e arredores entre em desequilíbrio. Assim, os policiais também começam a usar máscaras - na cor amarela - em uma medida de segurança forçada.
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A personagem de Regina King não existe nos quadrinhos
A atriz de 48 anos Regina King será a detetive Angela Abar, conhecida também sob o codinome Sister Night (Irmã da Noite, em tradução livre). A personagem em questão não existe nos quadrinhos e coloca um grande protagonismo nas mãos de uma mulher negra na série.
De acordo com a sinopse e prévias divulgadas, Angela Abar será uma das responsáveis que tentarão parar a revolução e guerra iniciada pelo “Sétimo Calvário”. Ela usa algumas máscaras e é retratada usando uma longa capa preta.
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De acordo com o TV Line, Regina King falou um pouco mais de sua personagem durante o evento do Television Critics Association em julho.
“Assim como todos nós, ela é um produto de suas experiências e de seu ambiente, e como vocês verão ao longo dos episódios, ela sente a necessidade de usar diversas máscaras. Eu acho que como vemos muito da história em Tulsa pelos olhos de Angela, somos lembrados de como vivemos o dia a dia colocando e tirando as máscaras. Isso é diferente de qualquer personagem que já interpretei”, disse a atriz vencedora do Oscar.
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Há mais personagens mulheres na série do que nos quadrinhos
Ao contrário da narrativa original e do filme feito em 2009, um protagonismo feminino é maior na série de 2019 no quesito do elenco principal. Além do papel de Regina King, outras atrizes entram em cena para caracterizar a trama, como no caso de Jessica Camacho no papel de Pirate Jenny e de Frances Fisher como Frances Crawford.
Além delas, Sarah Vickers faz a vez de Ms. Crookshanks e a atriz estadunidense Hoong Chau interpreta Lady Trieu. Todas as personagens acima citadas não existem na história original e foram criadas para a série de agora.
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A única que contraria as novidades é a personagem Laurie Blake - personagem que já existia na história original - sendo interpretada por Jean Smart. Nos quadrinhos, a mãe de Laurie foi a primeira vigilantes a obter certo lucro em cima do combate ao crime e é retratada como ex-mulher de Dr. Manhattan.
Eles não possuem superpoderes
Nos quadrinhos, o único personagem que possui algum tipo de superpoder é Dr. Manhattan, o qual é um cientista nuclear que acabou desintegrado em uma experiência e voltou à vida por meio da união de seus átomos. Ele surge aqui como um ser que pode manipular a matéria e não ficar preso a um certo tempo e espaço.
Na produção da HBO, porém, além do Doutor Manhattan não estar presente, nenhum deles é retratado com poderes sobrenaturais. Todos os personagens são enquadrados como indivíduos que podem ou não viver a margem da lei, fazendo justiça com as próprias mãos diante de uma sociedade corrompida.
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Os capítulos dos quadrinhos têm nomes referentes a cultura popular e da filosofia
Os quadrinhos originais de Watchmenforam realizados em um total de doze edições. Os nomes de cada um deles fazia referência a passagem literária ou musical do último quadrinho da história presente naquela edição. Citações a Nietzsche, a Bíblia e até a Jimi Hendrix e Bob Dylan foram feitas.
Como a série não bebe integralmente da fonte original para ser realizada, os títulos dos nove episódios não fazem referência direta à filosofia ou a ícones do rock, mas sim foram escolhidos de acordo com o que o episódio fala e reflete melhor.
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O primeiro episódio da série, por exemplo, se chama É verão e estamos ficando sem gelo, em tradução livre, e o último recebeu o título de O ser extraordinário.