Penélope Cruz, Jessica Chastain, Diane Kruger e Lupita Nyong'o tentam salvar o mundo em filme de espionagem
ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 18/01/2022, às 14h24 - Atualizado em 20/01/2022, às 09h00
Janeiro é um mês conhecido por lançamentos de filmes questionáveis. Muito do que chega aos cinemas neste primeiro mês do ano são produções que foram descartadas pelos grandes estúdios, salvo raras exceções, como aqueles filmes que chegam atrasados para a campanha do Oscar ou filmes de baixo orçamento.
“As Agentes 355” é o típico caso de filme desprezado pelo estúdio. Mas o que justificaria o fato de um filme com nomes como Jessica Chastain (“Os Olhos de Tammy Faye”), Lupita Nyong'o (“12 Anos de Escravidão”), Penélope Cruz (“Madres Paralelas”), Diane Kruger (“Bastardos Inglórios”) e Sebastian Stan (“Falcão e o Soldado Invernal”) não receber uma campanha de marketing à altura de seu elenco? É que o estúdio sabe que, não importa o quanto invista na publicidade, será dinheiro jogado fora.
Para nós, espectadores, fica a dúvida: assistir ou não? Se nem mesmo o estúdio se importa com o filme, por que nós nos importaríamos? Àqueles que darão uma chance, já adianto: o filme é genérico, mas não é de todo ruim. Àqueles que pensam em passar longe, eu entendo, “As Agentes 355” tinha tudo pra ser muito bom, mas é só mais um filme de ação que não revigora o gênero, apesar de tentar.
“As Agentes 355” tenta empoderar como um filme de ação e espionagem girl power ao contar a história de um grupo de agentes femininas de agências governamentais dos Estados Unidos, Inglaterra, Colômbia e Alemanha que tentam impedir uma organização criminosa de adquirir um dispositivo tecnológico que pode colocar todo o mundo em caos.
Uma premissa datada mas que poderia ser relevante se conduzida por melhores mãos. No entanto, o diretor Simon Kinberg (“X-Men: Fênix Negra”), a partir de um roteiro que ele mesmo assina ao lado de Theresa Rebeck (“Mulher-Gato”) e Bek Smith, não consegue tirar a história do lugar-comum. Se o texto é fraco, sua direção também é.
O filme vai se sustentando aos trancos e barrancos é pelas tiradinhas e pela sinergia entre as atrizes, embora todas interpretem arquétipos previsíveis: Cruz é a dramática, Nyong'o faz a expert em informática, Kruger tem cara e atitude de poucos amigos, sobrando para Chastain o papel de líder do bando.
Lá pra frente da história ainda surge uma Bingbing Fan ("Homem de Ferro 3") para comprovar que o longa tem representantes de todos os continentes do mundo. Há esse desejo ostentivo por representatividade que até é interessante à primeira vista, mas que merecia uma história melhor caminhando junto.
Ao final, “As Agentes 355” exige boa vontade do público para aturar as conveniências do roteiro e acompanhar sequências de ação não tão inspiradas que remetem ao que era produzido no início dos anos 2000 e que, hoje em dia - pós "John Wick" e afins -, não convencem mais. O resultado é óbvio: desligue o cérebro e não exija muito, você até pode se divertir.
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