"Ghostbusters: Mais Além" resgata a nostalgia de uma franquia esquecida | #CineBuzzIndica - Divulgação/Sony Pictures
CRÍTICA

"Ghostbusters: Mais Além" resgata a nostalgia de uma franquia esquecida | #CineBuzzIndica

Longa dirigido por Jason Reitman chega aos cinemas nesta quinta (18)

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO Publicado em 16/11/2021, às 15h49

Em 2016, a franquia “Caça-Fantasmas” ganhou um capítulo quase que à parte dos originais em um filme dirigido por Paul Feig que reimaginou a clássica história por uma perspectiva completamente feminina. Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon e Leslie Jones receberam os quatro macacões dos caça-fantasmas o que, é claro, enfureceu os fãs mais tradicionais e conservadores da franquia, que tinham como sua referência feminina a atriz Sigourney Weaver, musa da ação nos anos 80.

Apesar da tentativa de dar à franquia essa nova roupagem, contando ainda com um Chris Hemsworth afetadíssimo fazendo um personagem que é um ótimo contraponto ao seu Thor, o filme de Feig foi um fiasco de bilheteria, público e crítica e, logicamente, não ganhou uma sequência. Agora, cinco anos depois, "Ghostbusters" novamente é resgatado, com foco total naquilo que mexe até com o mais duro dos corações: a nostalgia.

Dirigido por Jason Reitman (“Juno”), filho de Ivan Reitman, diretor dos dois primeiros filmes da franquia, "Ghostbusters: Mais Além" é uma continuação direta dos seus antecessores oitentistas, ignorando, obviamente, o capítulo de 2016, não por inteiro é verdade, já que neste novo filme sobrevive a mesma vontade de contar a história pela perspectiva das personagens femininas. 

Na trama, acompanhamos Callie (Carrie Coon de “The Leftovers”), uma mãe solteira que se muda para a casa herdada do pai junto de seus dois filhos, Phoebe (Mckenna Grace de “Capitã Marvel”) e Trevor (Finn Wolfhard de “Stranger Things”). Enquanto tenta se adaptar à nova rotina de uma cidade pequena e à nova escola, a esperta Phoebe vai descobrindo uma conexão com seu avô ao mesmo tempo que uma ameaça passa a eclodir do subterrâneo da cidade.

Contando ainda com a presença de Paul Rudd (“Homem-Formiga”) no elenco, interpretando Mr. Grooberson, o professor de Phoebe que logo se simpatiza pela garotinha por compartilharem a paixão pela ciência, "Ghostbusters: Mais Além" não se deixa levar pela presença de um ator da Marvel e mantém Phoebe como o fio condutor da narrativa.

Sua curiosidade é a nossa. Seu encantamento pelas descobertas que faz também passa a nos encantar. E se Mr. Grooberson e Trevor são coadjuvantes de luxo, quem rouba a cena é o jovem Logan Kim e seu personagem Podcast, um aficionado por histórias de lugares mal-assombrados e acontecimentos extraterrenos que acompanha Phoebe em sua missão ocasional como uma caça-fantasmas.

Jason Reitman transita entre o novo e o nostálgico criando um conflito bastante saudável entre o antigo e o atual, dessa forma, "Ghostbusters: Mais Além" caminha com o mesmo senso de nostalgia que J.J. Abrams imputou em “Super 8”, de 2011, sem abrir mão das referências e homenagens aos filmes originais - inclusive com tais homenagens ainda mais presentes nas duas cenas pós-créditos.

O estilo de direção de Jason emana uma aura spielbergiana de quem sempre parece estar atento aos detalhes e à composição do cenário sabendo muito bem o que mostrar ao espectador e o que deixar subentendido. A sequência em que Phoebe vai descobrindo o “escritório” do avô, acompanhada da trilha de Rob Simonsen, é um dos momentos que melhor prova isso.

Ao final, "Ghostbusters: Mais Além" é uma aventura repleta de nostalgia que, mesmo sendo lançada em 2021, não se apavora ao lançar um olhar para o seu próprio passado e homenageá-lo, resgatando uma franquia que parecia esquecida e apresentando-a para as novas gerações.

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