"Guardiões da Galáxia 3" é o que a Marvel ganha quando resolve soltar o freio; CineBuzz já viu - Divulgação/Marvel Studios
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"Guardiões da Galáxia 3" é o que a Marvel ganha quando solta o freio de mão | #CineBuzzIndica

Último filme da trilogia dirigida por James Gunn prova que a franquia precisa ser menos conservadora para contar ótimas histórias

Henrique Nascimento (@hc_nascimento) Publicado em 04/05/2023, às 13h00

Incubido de adaptar um grupo secundário de heróis dos quadrinhos para o Universo Cinematográfico da Marvel, James Gunn conseguiu elevar os Guardiões da Galáxia ao patamar dos Vingadores, os X-Men e o Quarteto Fantástico. Ele faria a mesma coisa alguns anos depois, ao corajosamente assumir "O Esquadrão Suicida" após a incursão fracassada do grupo em 2016, pelas mãos de David Ayer.

As duas experiências provam que Gunn não é um cineasta básico, que opta por tomar o caminho mais fácil. Adaptar os Guardiões da Galáxia para os cinemas já era uma tarefa difícil por si só: como apresentar uma nova equipe do nada enquanto os fãs estavam tão focados nos Vingadores, que haviam acabado de se reunir pela primeira vez?

Mas ele fez isso e transformou o grupo de heróis desajustados em um dos mais amados do Universo Cinematográfico da Marvel, um espetáculo à parte na franquia. Agora, com a estreia de "Guardiões da Galáxia: Volume 3", o diretor encerra não só a história nas telonas, mas a sua história com a Marvel - e como nós vamos sentir saudades de James Gunn.

Em "Guardiões da Galáxia: Volume 3", os heróis tentam salvar a vida de Rocket Raccoon (Foto: Reprodução/Marvel Studios)

 

Do que se trata "Guardiões da Galáxia: Volume 3"?

No último capítulo da trilogia dos Guardiões da Galáxia, os heróis estão estabelecidos em Luganenhum e tentam tocar as suas vidas após voltarem dos mortos em "Vingadores: Ultimato". Líder do grupo, Peter Quill (Chris Pratt) passa por um momento difícil, tentando superar a morte de Gamora (Zoë Saldaña), assassinada por Thanos (Josh Brolin).

Em um momento de vulnerabilidade, os Guardiões da Galáxia sofrem um ataque brutal, que deixa Rocket (Bradley Cooper) entre a vida e a morte. Agora, para salvá-lo, os heróis precisarão revisitar o misterioso passado do amigo e enfrentar um aterrorizante inimigo, o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji), que fará qualquer coisa para concretizar os seus planos.

Rocket Raccoon é o verdadeiro protagonista de "Guardiões da Galáxia: Volume 3" (Foto: Reprodução/Marvel Studios)

 

O que achamos do novo filme da Marvel?

Se "Guardiões da Galáxia: Volume 3" é o melhor filme da Marvel desde "Vingadores: Ultimato" ou "Homem-Aranha: De Volta Para Casa", cabe a cada um julgar. Mas os três filmes compartilham a mesma carga emocional que uma conclusão tem, sem o peso de pavimentar o caminho para o futuro.

Com a ampliação constante do Universo Cinematográfico da Marvel, essa sensação de não ter ideia do que vai acontecer acaba se perdendo. Como lamentar verdadeiramente as mortes de praticamente todos os personagens da franquia em "Vingadores: Guerra Infinita" sabendo que ainda há um novo capítulo para resolver todo o problema no futuro?

No entanto, em "Guardiões da Galáxia 3", é tudo ou nada. James Gunn já não está mais atado à Marvel, então essa é a sua última produção junto ao estúdio antes de se dedicar totalmente ao universo DC. Chris Pratt, Zoë Saldaña, Dave Bautista e os outros membros do elenco também já disseram seus adeus. O que esperar? Absolutamente qualquer coisa.

E é isso que o filme entrega: "Guardiões da Galáxia 3" é imprevisível, aflitivo, empolgante, emocionante, divertido e, pela primeira vez na trilogia, bastante assustador. É uma das histórias mais maduras e carregadas de drama do Universo Cinematográfico da Marvel até hoje, estrelada pelo grupo de personagens mais fora do comum possível, que nós aprendemos a amar.

Se não for o melhor filme da franquia até hoje, o último capítulo da história dos Guardiões da Galáxia ao menos define um exemplo bastante sólido do que a Marvel deve almejar para continuar construindo o seu ambicioso projeto.

Mas isso não depende apenas do estúdio: os fãs também precisam se abrir para as mudanças e entender a nova proposta da saga, que está bem clara em "Guardiões da Galáxia 3", mas não ficou tão explícita assim em produções como "WandaVision", "Eternos", "Ms. Marvel" e "Cavaleiro da Lua".

Que "Guardiões da Galáxia: Volume 3" não sirva apenas como o perfeito fim para uma história já perfeita para muitos, mas também como um farol para novas ótimas histórias serem contadas, sem medo de ser conservador e com as apostas lá em cima porque, às vezes, o risco compensa.

 


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