A animação Moana 2, sequência do sucesso Moana: Um Mar de Aventuras, de 2016, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (28)
Camila Gomes (@camilagms) Publicado em 27/11/2024, às 15h45
Moana: Um Mar de Aventuras é um dos maiores sucesso da década da Walt Disney Studios. Lançada em 2016, a animação apresenta Moana (Auli’i Cravalho), futura líder de sua comunidade e que vive confinada à ilha ainda dominada pelo pai, Tui (Temuera Morrison). Escolhida pelo oceano para salvar seu povo, ela navega, a contra-gosto de sua família, além do recife para encontrar o semideus Maui (Dwayne Johnson) e salvar aqueles que ama.
Com todo o sucesso da aventura de Moana e Maui, uma sequência foi originalmente idealizada para se tornar uma série do Disney+. Mas após uma série de fracassos, CEO Bob Iger achou um desperdicio a história de uma personagem que fez tanto sucesso ficar apenas no streaming e decidiu levá-la para as telonas.
Oito anos depois do lançamento do original, Moana 2 chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (28) como uma aventura divertida, mas sem o encanto e magia do original. Com David Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller na cadeira de direção, o filme não conseguiu se desvencilhar de sua estrutura episódica e é fácil identificar onde cada capítulo começaria e terminaria.
Sem grandes novidades, Moana 2 pode não reprisar a grandeza do anterior, mas ainda assim tem bons momentos. Na continuação, a protagonista deve deixar novamente seu lar ao receber um chamado de seus ancestrais para encontrar a ilha perdida Motufetu e restaurar as correntes marítimas, tornando possíveis que os diferentes povos voltem a se reconectar. Agora mais experiente e aventureira, Moana viaja ao lado de outros membros inexperientes de sua ilha que também estão dispostos a se sacrificar para manter o legado e cultura de seu povo vivo.
A nova animação dá à protagonista um novo propósito, que poderia ser explorado e expandido em próximas temporadas, mas neste caso, em mais filmes e derivados. A missão de unir povos não se aprofunda em reflexões sobre isolamento e perda de tradições e as motivações do deus Nalo, que deseja manter os humanos afastados, são pouco convincentes.
O ponto forte do filme é a escolha de Moana entre aceitar que suas escolhas a levaram para a nova missão, muito mais perigosa e com alto risco dela não conseguir voltar para casa. Agora mais experiênte e no papel de irmã mais velha, a navegadora e protetora de seu povo tem consciencia de que há muito a perder se aceitar deixar tudo para trás, como o tempo ao lado de sua irmã.
Mesmo com reflexões e temores, o grande problema que o roteiro assinado por Jared Bush e Dana Ledoux Miller enfrenta é que nem o eminente desaparecimento de seu povo e os perigos mortais em alto mar possuem peso emocional na história de Moana.
O longa mantém seu visual em alto nível, ainda que perca a oportunidade de continuar explorando a estética já impressionante. O filme tem ótimos momentos musicais, como Além, que reforça o conflito interno de Moana, e Só Vai, faixa da nova antagonista Matangi, que brilha em seus poucos momentos de tela (que são mais marcantes que o próprio vilão da história), mas se apoiam nos visuais para empolgar.
Uma das maiores perdas que Moana 2 teve foi a saída de Lin Manuel-Miranda (Hamilton) na trilha sonora. As duas compositoras do projeto, Abigail Barlow e Emily Bear, não conseguem emplacar faixas cativantes que funcionem sozinhas.
Um grande acerto que a sequência repete é a dublagem. A voz impressionante de Any Gabrielly e a decisão de incluir memes e expressões virais, que podem até se tornar datadas, mas conversam diretamente com o público de diferentes idades.
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