"Gemini: O Planeta Sombrio", que chegou aos cinemas brasileiros no início do mês, não consegue acompanhar as grandes ficções-científicas - Divulgação
CRÍTICA

Vale a pena assistir a “Gemini: O Planeta Sombrio”? | Crítica

Novo longa, que chegou aos cinemas brasileiros no início do mês, não consegue acompanhar as grandes ficções-científicas

Paulo Marinho | @_senhormarinho - Publicado em 10/02/2023, às 10h00

Em cartaz nos cinemas desde o começo do mês, “Gemini: O Planeta Sombrio” é um filme dos gêneros suspense e ficção-científica. Em cerca de 98 minutos, os espectadores podem acompanhar uma missão de colonização espacial com o objetivo de salvar a espécie humana, que vive em uma Terra do futuro com seus biomas destruídos por um vírus.

Sem muita festa, o filme não teve grande divulgação em solo brasileiro, e chama a atenção por ser a única produção russa em cartaz dentre os longas hollywoodianos e nacionais. Dirigido por Serik Beyseu, a obra traz elementos futuristas, algo que já foi explorado por produções cinematográficas como “Avatar”, porém, não se desenvolve com a mesma excelência.

Apesar das diversas propostas diferentes, ainda podemos comparar o filme russo com o blockbuster de James Cameron. Se em “Avatar” uma Terra Cyberpunk era a realidade de Jake Sully (Sam Worthington) antes de sua ida à Pandora, em “Gemini” pouco se explora o planeta água, levando o espectador às pressas para o espaço e o fazendo assimilar todos os últimos acontecimentos do mundo em menos de um minuto. 

“Gemini” não é de fácil compreensão, porém, enquanto em “Avatar” os elementos de imersão vão desde um CGI bem trabalhado à uma boa estruturação do roteiro, firmando passo a passo para que quem o assista entenda a trama, o filme de Beyseu tem diversos cortes “a seco” e esquece de levar o espectador junto na construção de sua história. 

Em uma fotografia escura e sem dinamismo algum nas diversas cenas, a produção, no geral, é composta por cores frias que contribuem para o tom de suspense. Com todos os gatilhos inspirados nas grandes ficções de Hollywood, Serik Beyseu parece não ter tido o mesmo êxito para unir roteiro, filmagens e atuação em uma única sinergia. 

A maioria dos personagens são pouco explorados, deixando um vazio para quem busca entender quem é quem. O personagem principal,  Dr. Steven Ross (Egor Koreshkov) e sua amada Amy (Alyona Konstantinova), são os únicos a terem um desenvolvimento que acompanha o roteiro por completo. Enquanto está distante de Amy, Steven precisa lidar com a saudade, com seu orgulho e com sua ambição caso realmente queira salvar a Terra.

Personagem da atriz russa, Alyona Konstantinova, é uma das únicas com bom desenvolvimento na trama. (Créditos: Reprodução)

 

VALE A PENA ASSISTIR A “GEMINI: O PLANETA SOMBRIO”?

O filme escrito por Natalia Lebedeva e Dmitry Zhigalov se assemelha às produções do Syfy, canal de televisão conhecido por “Sharknado” e outros títulos de ficção-científica. Além disso, a obra joga fora toda e qualquer chance que teve de se aventurar em uma temática que, se bem explorada, entretem quem assiste sem nunca entediar. 

A falta de dinâmica talvez seja a principal barreira para o sucesso do longa, afinal, além de um roteiro confuso, cortes aleatórios e a falta de imersão, o elenco não consegue transmitir simpatia a quem assiste. 

Se você é um cinéfilo de plantão, é mais plausível esperar a estreia do longa em algum serviço de streaming, pois a experiência pode não valer à pena para quem deseja desfrutar de 90 minutos ou mais dentro de uma sala de cinema.

Além de Egor Koreshkov, o elenco apresenta nomes como Alyona Konstantinova, Nikita Dyuvbanov, Dmitry Frid, Pyotr Romanov, Viktor Potapeshkin, Elizaveta Martinez Kardenaz e Konstantin Samoukov. O filme foi lançado em 6 de janeiro de 2022 na Rússia, mas chegou ao Brasil apenas esse ano, em 2 de fevereiro.


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crítica CineBuzzJáViu Gemini: O Planeta Sombrio

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