"Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", filme que inicia a Fase 5 do Universo Cinematográfico da Marvel, chega aos cinemas a partir do dia 16 de fevereiro - Divulgação/Marvel Studios
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Marvel desperdiça Kang em um entediante "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" | Crítica

Filme que inicia a Fase 5 do Universo Cinematográfico da Marvel chega aos cinemas brasileiros em 16 de fevereiro

Henrique Nascimento Publicado em 14/02/2023, às 14h00 - Atualizado em 16/02/2023, às 13h00

Durante a "Saga do Infinito", Thanos foi um coadjuvante estrelado. O vilão aparecia em algumas produções, principalmente em cenas pós-créditos, até que finalmente foi colocado sob os holofotes na reta final do primeiro grande arco do Universo Cinematográfico da Marvel, em "Vingadores: Guerra Infinita" (2018).

Porém, com Kang, o Conquistador, novo grande vilão da franquia, a Marvel Studios optou por uma abordagem diferente e já o colocou como antagonista em duas de suas produções, com maior destaque em "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", que chega aos cinemas nesta quinta-feira (16). Mas será que foi uma boa ideia?

O que acontece em "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania"?

No novo filme do Universo Marvel, Scott Lang (Paul Rudd) é um dos Vingadores mais famosos do grupo, após ter ajudado a trazer todos os desaparecidos de volta em "Vingadores: Ultimato" (2019). Em sua vida pessoal, no entanto, ele lida com o fato de ter perdido tantos anos longe de sua filha, Cassie (Kathryn Newton), que agora já é uma jovem mulher, inspirada pelo pai a ser a sua própria heroína.

Só que Kang (Jonathan Majors) está pronto para separá-los novamente caso Scott não o ajude a recuperar o tempo que ele perdeu exilado no Reino Quântico por seus crimes contra o multiverso. Dessa forma, para fugir do misterioso lugar, o vilão atrai o Homem-Formiga e a sua família, colocando-os em risco propositalmente para forçar que o Vingador o ajude, mesmo com os alertas de Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer) sobre os perigos de libertar Kang de sua prisão.

Problemas no multiverso

Desde que a Marvel abraçou a ideia de criar uma franquia com diferentes histórias que se encontram em uma só, os fãs foram conduzidos a pensar nas produções lançadas como meios para um fim, o que não acontecia na primeira fase do projeto, facilitando o voo solo de cada uma delas. 

No entanto, "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" não funciona nem como um filme solo do Homem-Formiga e - com o entendimento ainda bastante raso dos planos da Marvel para o seu Universo Cinematográfico - muito menos como mais uma peça do quebra-cabeça, já que corta a sensação de continuidade em seu desfecho, provavelmente na tentativa de não deixar grandes pendências para o futuro.

O longa não tem carisma - diferentemente de seus antecessores - e flerta com a sombriedade emprestada pela presença de Kang na história, mas não sabe o que fazer com ela. No fim, na tentativa de, talvez, ser uma comédia dramática, "Quantumania" acaba sendo apenas muito entediante.

Kang é a estrela, mas não brilha

Entre soluções fáceis de roteiro (o que parece ter se tornado algo comum nos filmes da Marvel) e efeitos especiais assombrosos (como a aparência esdrúxula de MODOK, que arrancou gargalhadas na cabine de imprensa), o maior problema de "Quantumania" é desperdiçar a primeira grande aparição de Kang nas telonas.

Depois de Aquele Que Permanece, introduzido ao final da primeira temporada de "Loki", agora nós realmente conhecemos Kang, o Conquistador, a versão mais conhecida pelos fãs dos quadrinhos da Marvel. Porém, ele é apenas mais uma Variante.

"Quantumania" nos leva a crer, a princípio, que estamos diante do grande vilão da "Saga do Multiverso", como foi batizado o arco que engloba as Fases 4, 5 e 6 da franquia. No entanto, quando os créditos sobem, fica no ar a dúvida de quem veremos os Vingadores enfrentar ao final de tudo isso.

Será que, a cada novo filme, seremos apresentados a uma diferente versão de Kang? E, se esse Kang não é o grande vilão da nova fase do Universo Cinematográfico da Marvel, qual será? Há uma Variante superior a todas as outras? Ou diferentes Variantes se reunirão para tentar igualar o que Thanos fez sozinho?

São muitas perguntas e poucas respostas em um começo bagunçado para a aguardada Fase 5 da franquia. E não adianta tentar culpar o fã por esperar demais dos filmes, especialmente após "Ultimato". Ninguém é obrigado a aceitar mediocridade só porque a franquia cresceu demais. Inclusive, tem que ser exatamente o contrário, afinal, essas são máquinas poderosas de fazer dinheiro.

Depois de "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", ficam as dúvidas: será que a Marvel perdeu o jeito para fazer filmes? Ou ela só nos enganou bem o suficiente para acreditar que era realmente capaz de bancar um projeto tão ambicioso quanto o seu universo cinematográfico? Só o tempo dirá. Resta saber quem vai continuar apostando na ideia até ela finalmente dar certo outra vez.

 


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