Anônimo 2 aposta na diversão para justificar sequência que ninguém pediu | Crítica

Bob Odenkirk retorna na sequência de Anônimo, que estreia nesta quinta-feira, 21 de agosto, tentando manter o interesse do público pelo personagem

Anônimo 2 aposta na diversão para justificar sequência que ninguém pediu; leia a crítica (Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures)

Existem filmes que nascem prontos para virar franquia. Anônimo (2021) não parecia ser um deles. O thriller de ação estrelado por Bob Odenkirk (Better Call Saul) funcionava justamente porque vinha embalado pelo fator surpresa: um ator conhecido pelo humor e pelo drama televisivo mergulhando no mundo dos socos, tiros e explosões coreografadas. Os fãs gostaram de ver um “John Wick suburbano”, mas precisava de continuação?

Anônimo 2 surge tentando responder a essa pergunta com a velha lógica do “mais do mesmo, só que maior”. A trama é praticamente um pretexto para repetir a fórmula, agora com vilões mais caricatos, cenas de luta ainda mais absurdas e um protagonista que já não carrega o mesmo frescor da primeira vez. O filme sabe que não tem nada de novo a oferecer — e por isso se assume como pura diversão sem culpas.

A sequência acompanha Hutch Mansell (Odenkirk), um pacato pai de família com um passado violento, que mais uma vez é forçado a confrontar antigos perigos — desta vez, em meio a uma viagem com a sua esposa, Becca (Connie Nielsen, de Gladiador), e os dois filhos em um parque controlado por um traficante. A pequena cidade onde a família chega em busca de diversão rapidamente se transforma em um campo minado de confusões e perigos.

A chegada do diretor Timo Tjahjanto, conhecido por A Noite Nos Persegue (2018), substituindo Ilya Naishuller (Chefes de Estado), traz um frescor essencial para Anônimo 2. Diferente do tom mais sério e sombrio do antecessor, Tjahjanto aposta em uma ação acrobática, influenciada pelo cinema indonésio, em que a câmera acompanha de perto os movimentos e golpes, valorizando cada sequência de luta e injetando um ritmo cinematográfico mais dinâmico. Seu estilo transforma a sequência em uma experiência mais divertida e exagerada, sem perder a intensidade das cenas de combate.

O ponto alto continua sendo a ação. Hutch se mantém vulnerável: ele se machuca, se suja, perde até o pedaço de um dedo, mas não desiste. O elenco de apoio também sustenta a premissa de entretenimento puro: Sharon Stone (Cassino) entrega uma vilã over e falastrona, Colin Hanks (King Kong) é aquele capanga desprezível, enquanto RZA (O Homem com Punhos de Ferro) e Christopher Lloyd (De Volta para o Futuro) aparecem em papéis breves, mas marcantes.

No fim, Anônimo 2 não é muito além do que promete: mais pancadaria, risadas, personagens exagerados e um espetáculo visual que diverte do começo ao fim. Mas a sensação de necessidade? Essa continua em falta. É uma sequência que ninguém pediu, mas que, ao menos, sabe se divertir e divertir quem se deixa levar. Um filme pipoca que funciona melhor quando desligamos o cérebro e ligamos o prazer de ver uma família passando suas férias em meio à pancadaria.

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Angelo Cordeiro é repórter do núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo. Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas, escreve sobre filmes desde 2014. Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Pisciano, mas não acredita em astrologia. São-paulino, pai de pet e cinéfilo obcecado por listas e rankings.