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Cinema / LISTA

Ainda Estou Aqui, Motel Destino e mais destaques nacionais no cinema em 2024

Do pré-indicado ao Oscar Ainda Estou Aqu, ao documentário Salão de Baile, o cinema nacional foi destaque em 2024; confira os principais títulos do ano

ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO
por ANGELO CORDEIRO | @ANGELOCINEFILO

Publicado em 24/12/2024, às 14h00

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Os destaques nacionais no cinema em 2024 - Divulgação/Sony Pictures Classics/Filmes do Estação/Vitrine Filmes/Pandora Filmes/Retrato Filmes
Os destaques nacionais no cinema em 2024 - Divulgação/Sony Pictures Classics/Filmes do Estação/Vitrine Filmes/Pandora Filmes/Retrato Filmes

O cinema brasileiro tem muito o que comemorar em 2024. O cenário foi marcado por produções que conquistaram reconhecimento em festivais internacionais, como Motel Destino, de Karim Aïnouz, aplaudidíssimo em Cannes, a filmes de temáticas que vão desde narrativas femininas, como em Malu, até narrativas históricas, como no pré-indicado ao Oscar, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Central do Brasil).

O ano também destaca o fortalecimento das cineastas mulheres e das produções que valorizam as vozes LGBTQIA+, como no documentário Salão de Baile - This is Ballroom, vencedor do 32º Festival MixBrasil. Confira a seguir os principais destaques do cinema nacional em 2024:

Ainda Estou Aqui

Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles (Central do Brasil), foi o grande fenômeno do cinema brasileiro em 2024 desde sua estreia no Festival de Veneza, de onde saiu vencedor do prêmio de Melhor Roteiro. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e ambientado no Brasil de 1971, durante a ditadura militar,Ainda Estou Aqui conta a história da mãe do autor, Eunice Paiva, que foi obrigada a se reinventar como ativista quando seu marido foi sequestrado e desapareceu durante a ditadura militar.

Desde a forma com que aborda a ditadura a partir de um viés intimista e familiar - leia nossa crítica clicando aqui-, passando pelo sucesso em festivais internacionais e na bilheteria nacional, das avaliações positivas da crítica internacional à campanha promovida pela distribuidora Sony Pictures Classics junto de Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello durante algumas semanas nos Estados Unidos, tudo isso em sintonia fez com que o filme chegasse ao Brasil com status de ser o grande evento do nosso cinema em 2024.

Malu

Em sua estreia na direção de longas, Pedro Freire surpreende com a maturidade cinematográfica em Malu, realizado em tributo à sua mãe, Malu Rocha (1947-2013), uma atriz notável da cena cultural brasileira. Exibido na 48ª Mostra de Cinema de São Paulo, o filme venceu diversos prêmios no Festival do Rio: Melhor Filme, Melhor Roteiro, Melhor Atriz (Yara de Novaes) e Melhor Atriz Coadjuvante (dividido entre Carol Duarte e Juliana Carneiro da Cunha).

Com uma abordagem sensível e incisiva acerca das complexidades das relações familiares, o filme se desenrola como uma homenagem íntima à figura materna, mergulhando na vida de Malu (Yara de Novaes), uma mulher que, apesar de suas fragilidades, busca incessantemente por preenchimento e significado em meio a desafios emocionais e sociais.

A performance das atrizes é um dos pilares do filme e potencializa essa naturalidade. Juliana Carneiro da Cunha, Yara de Novaes e Carol Duarte, vivendo, respectivamente, avó, mãe e neta, não apenas interpretam seus papéis; elas trazem à vida as nuances de cada personagem, criando um retrato autêntico e multifacetado da maternidade e da relação entre mulheres.

Baby

Apesar de estrear nos cinemas brasileiros apenas em 2025, Babyentra nessa lista como uma menção honrosa devido à sua trajetória em festivais nacionais e internacionais. O filme de Marcelo Caetano (Corpo Elétrico) rendeu a Ricardo Teodoro o prêmio de Melhor Ator Revelação na Semana da Crítica no Festival de Cinema de Cannes, foi eleito o Melhor Filme Queer Latino no Festival de San Sebastián e ainda venceu o Prêmio Especial do Júri e o de Melhor Filme na 26ª edição Festival do Rio esse ano. 

Babyfaz com que seu protagonista, vivido por João Pedro Mariano, seja obrigado a vender seu corpo para sobreviver em uma cidade onde muitos dizem não existir o amor. Baby encontra esse sentimento na figura protetiva e professoral de Ronaldo (Ricardo Teodoro) um michê que lhe ensina como ganhar o de cada dia nesta São Paulo nada gentil com seus rejeitados e invisíveis. Violência, crime e drogas estão ali compondo as ruas, prédios e vidas da metrópole cinzenta, mas Babyfascina mesmo é pelas idas e vindas desse casal que pulsa cor, romance e verdade em suas atitudes, por mais explosivas que elas sejam. Existe sim amor em SP.

Motel Destino

Motel Destino, novo filme de Karim Aïnouz (O Céu de Suely) concorreu à Palma de Ouro em maio de 2024 e foi muito aplaudido pelos presentes. A história se passa em um estabelecimento de beira de estrada no litoral cearense, o Motel Destino.

As cores fortes e vibrantes do litoral nordestino dão a tônica visual-narrativa da nova obra. O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revolta são, não raramente, a saída possível.

Calor, crime, sexo e triângulo amoroso compõem essa história. Um noir à brasileira que fascinaria Pedro Almodóvar (O Quarto ao Lado) pelos tons quentes da fotografia e dos ambientes desse motel de beira de estrada. Fábio Assunção em momento excelente da carreira! Motel Destino é sensual, trágico e sacana.

Salão de Baile

Vencedor do Coelho de Ouro no 32º Festival MixBrasil, Salão de Baile - leia nossa crítica clicando aqui - é um documentário feito por e para as pessoas da cena ballroom. Mas não só. Aqueles que se aventurarem em conhecer mais sobre os bailes ballroom irão perceber muita verdade por parte das diretoras Juru e Vitã neste mergulho na cena do Rio de Janeiro, explorando tanto a individualidade dos artistas e performers quanto a força da coletividade que caracteriza esse espaço.

O filme, no entanto, não se limita a ser uma simples documentação da cena, justamente por ter essa noção de que é um manifesto coletivo, um espaço de visibilidade para as histórias pessoais que compõem a ballroom, abordando as transformações individuais e coletivas. É um documentário politizado que, a partir de seu espaço de resistência, no qual essas pessoas invisíveis para a sociedade podem se manifestar e manifestar seus corpos, se torna identitário e transformador.

LEIA TAMBÉM: Ainda Estou Aqui pode concorrer ao Oscar de Melhor Filme em 2025, prevê site


Para qual lançamento de 2025 você está mais ansioso? Vote em seu filme favorito!

  • Baby (9 de janeiro)
  • Aqui (16 de janeiro)
  • Anora (23 de janeiro)
  • 5 de setembro (30 de janeiro)
  • Emilia Pérez (6 de fevereiro)
  • Better Man: A História de Robbie Williams (6 de fevereiro)
  • Capitão América: Admirável Mundo Novo (13 de fevereiro)
  • Branca de Neve (20 de março)
  • Um Filme Minecraft (4 de abril)
  • Thunderbolts* (1º de maio)
  • O Quarteto Fantástico (24 de julho)

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