Listamos 10 produções que retratam a luta LGBTQIA+ desde a Revolta de Stonewall, nos anos 60
Em 2019, foram celebrados os 50 anos da Revolta de Stonewall. Esse movimento, que é o motivo pelo qual junho é considerado o mês do Orgulho LGBTQIA+, marcou a primeira vez que o grupo oprimido por sua orientação sexual resolveu se levantar contra as duras repressões que sofriam na década de 60, no dia 28 junho de 1969.
Na época, policiais atacavam bares gays e espancavam as pessoas que estavam ali. A data que marcou o primeiro ato de resistência, então, se tornou a data internacional para celebrar a resistência e a luta pela comunidade LGBTQIA+.
Desde então, muita coisa mudou e a luta da comunidade LGBTQIA+ avançou bastante, mesmo que o discurso de ódio ainda exista e seja facilmente disseminado nas redes sociais.
No cinema, a resistência é mostrada em filmes e documentários, tanto sobre a Revolta de Stonewall quanto sobre outros importantes ativistas para a história da luta LGBTQIA+, como Harvey Milk.
Existe o filme 2015 chamado de Stonewall: Onde o Orgulho Começou, mas ele é altamente criticado por ter transformado muitos dos protagonistas do movimento e da identidade histórica da revolta, que colocou jovens brancos e heteronormativos como os verdadeiros responsáveis pelo começo da luta.
A principal crítica é que o filme ignora a diversidade que fez parte de um dos momentos mais importantes da história da resistência LGBTQ+. No Rotten Tomatoes, por exemplo, o filme possui apenas 10% de aprovação dos críticos.
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No Coming Out Day, celebrado neste 11 de outubro, dia em que as pessoas LGBTQs celebram suas "saídas do armário", separamos aqui filmes que são considerados bem representativos e que mostram a luta da comunidade nas redes sociais:
1. Before Stonewall (1984) e After Stonewall (1999)
Os dois documentários falam sobre os eventos que fizeram com que a Revolta de Stonewall acontecesse e o que aconteceu depois que a comunidade LGBTQIA+ se levantou e lutou contra a opressão. O primeiro, inclusive, levou um Emmy.
2. The Life and Times of Marsha P. Johnson (2012)
Este documentário relata a vida e a morte da lendária ativista trans Marsha P. Johnson, uma das verdadeiras líderes que atuaram na Revolta de Stonewall.
O filme está disponível na Netflix.
3. Milk (2008)
Estrelado por Sean Penn, este filme relata a vida do político norte-americano Harvey Milk, que se assumiu publicamente gay nos anos 70. Milk se tornou o primeiro gay assumido a ser eleito a um cargo público nos Estados Unidos.
Pelo filme, Sean Penn venceu o Oscar de 2009, assim como o roteirista assumidamente gay Dustin Lance Black.
4. Lisa y Marcela (2019)
Baseado em uma história real, esse filme fala sobre a vida de Elisa Sánchez Loriga, uma mulher que adotou uma identidade masculina para poder se casar com a mulher que amava, Marcela Gracia Ibeas, na Espanha de 1901.
O filme está disponível na Netflix.
5. Pride (2014)
Durante a greve da União Nacional de Mineiros no governo de Maragaret Thatcher, um grupo de ativistas gays e lésbicas decide arrecadar dinheiro para apoiar as famílias dos mineiros grevistas.
Embora a União se mostre envergonhada com o apoio, os ativistas ajudam os mineiros grevistas mesmo assim.
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6. Strike a Pose (2016)
Neste documentário, conferimos os depoimentos dos dançarinos que acompanharam Madonna na turnê Blond Ambition Tour, na década de 1990. Além de contarem como era ser gay na época, também falam sobre como a própria rainha do pop influenciou e ajudou ativistas LGBTQ+.
Na época, Madonna foi uma das primeiras artistas de grande reconhecimento a incentivar o uso de preservativos entre a comunidade LGBT, com o boom da Aids. A cantora havia perdido há pouco tempo um dos seus melhores amigos para a doença, o artista plástico Keith Haring.
Além disso, os dançarinos contam, e é possível observar no filme Na Cama Com Madonna (1992), que a cantora criou, nos bastidores da turnê, um ambiente inclusivo e de aceitação das diferenças.
7. Game Face (2015)
Este documentário mostra os desafios da lutadora de MMA Fallon Fox, uma mulher trans, e do jogador gay de basquete Terrence Clemens enquanto eles tentam lutar contra a homofobia e a transfobia no mundo do esporte.
8. Oriented (2016)
Neste documentário de 2016, acompanhamos a vida de Khader Abu Seif, Fadi Daeem e Naeem Jiryeshe, três homens gays qye moram em Tel-Aviv, em Israel. Eles se juntaram para criar uma produtora independente que, com clipes sobre a luta de ser gay em uma cultura heteronormativa de casamentos arranjados, luta contra a homofobia e preconceito.
9. Larte-se (2017)
Com entrevistas comandadas pela jornalista Eliane Brum, este documentário mostra uma conversa nua e crua com a cartunista Laerte, que passou quase 60 anos se expressando e sendo identificada como homem, até que decidiu revelar e abraçar completamente sua verdadeira identidade de gênero.
O filme está disponível na Netflix.
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10. The Pearl of Africa (2016)
Mulher trans, Cléopatra Kumbugu teve que fugir de Uganda após ter seu nome divulgado no tablóide que "denunciava" homossexuais no país. Hoje Cleópatra mora no Quênia e luta pelo reconhecimento dos direitos LGBTQIA+ em Uganda, um dos países mais homofóbicos do mundo que, em 2015, sancionou uma lei que prevê pena de 14 anos de prisão para pessoas que se relacionarem com individuos do mesmo sexo.