"Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola" tem sido acusado de fazer apologia à pedofilia
O Globoplay e o Telecine responderam ao Ministério da Justiça que exigiu a retirada do filme "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola" do catálogo de várias plataformas de streaming. Em nota oficial, a Comunicação da Globo afirmou que a decisão é "censura" e "ofende ao princípio da liberdade de expressão". Confira:
"O Globoplay e o Telecine estão atentos às críticas de indivíduos e famílias que consideraram inadequados ou de mau gosto trechos do filme 'Como Se Tornar O Pior Aluno Da Escola' mas entendem que a decisão administrativa do ministério da Justiça de mandar suspender a sua disponibilização é censura. A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida.
As plataformas respeitam todos os pontos de vista mas destacam que o consumo de conteúdo em um serviço de streaming é, sobretudo, uma decisão do assinante – e cabe a cada família decidir o que deve ou não assistir.
O filme em questão foi classificado, em 2017, como apropriado para adultos e adolescentes a partir de 14 anos pelo mesmo ministério da Justiça que hoje manda suspender a veiculação da obra."
ENTENDA O CASO
A Secretaria Nacional do Consumidor, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, emitiu um despacho nesta terça-feira (15) determinando que os serviços de streaming removam de seus catálogos o filme "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola", baseado no livro homônimo do humorista Danilo Gentili.
Caso não cumpram a ordem em até cinco dias, as empresas estarão sujeitas a multas diárias de R$ 50 mil. O longa lançado em 2017 presente no acervo da Netflix desde fevereiro de 2022 passou a ser acusado por comentaristas e políticos bolsonaristas de fazer apologia à pedofilia.
A polêmica gira em torno de uma cena do filme em que o personagem Cristiano, interpretado por Fábio Porchat, pede a dois estudantes menores de idade (Bruno Munhoz e Daniel Pimentel), que o masturbem. Quando eles negam, Cristiano argumenta: “O que é isso, preconceito nessa idade? Gente, é super normal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês. Uma juventude retrógrada?”.
Parte dos usuários do Twitter apoiam a decisão de censurar o filme, enquanto outros apontam a possibilidade de ser uma estratégia dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para desviar a atenção da alta nos preços dos combustíveis.
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