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Código Preto pode se gabar de ter Cate Blanchett e Michael Fassbender | #CineBuzzIndica

Novo thriller de espionagem de Steven Soderbergh, de Onze Homens e um Segredo (2001), já está em cartaz nos cinemas brasileiros

ANGELO CORDEIRO | @OANGELOCINEFILO
por ANGELO CORDEIRO | @OANGELOCINEFILO

Publicado em 14/03/2025, às 16h30

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Código Preto é thriller de espionagem que pode se gabar de ter Cate Blanchett e Michael Fassbender;  leia a crítica - Divulgação/Universal Pictures
Código Preto é thriller de espionagem que pode se gabar de ter Cate Blanchett e Michael Fassbender; leia a crítica - Divulgação/Universal Pictures

Muitos dos thrillers de espionagem se destacam por possuir roteiros super complexos, reviravoltas inesperadas e sequências de ação surpreendentes, não é o caso de Código Preto, novo filme do diretor Steven Soderbergh (Onze Homens e um Segredo), que pode se gabar de ter como protagonistas dois dos mais charmosos atores da atualidade: Cate Blanchett (Carol) e Michael Fassbender (The Killer), em uma trama que surpreende pela maneira simples e eficiente com que se desenvolve.

A novidade apresenta uma narrativa envolvente, onde a tensão psicológica e o jogo de poder entre os personagens são tão importantes quanto os segredos que eles tentam esconder. E é justamente nesse quesito que Código Preto ganha nossa atenção. Ao invés de se apoiar em reviravoltas excessivas ou cenas de ação em cenários grandiosos, o longa foca em diálogos bem construídos e uma atmosfera de constante dúvida, oferecendo uma experiência típica de uma sessão que te fará se desconectar do mundo e se ver envolvido com aqueles personagens.

Seu maior trunfo é a performance do casal protagonista. Fassbender encaixa perfeitamente no papel de um espião envolvido em um emaranhado de lealdades e traições. O filme mergulha profundamente na mente de seu personagem, explorando suas motivações, medos e vulnerabilidades. Isso cria uma conexão com o público, que se vê tão imerso no jogo de espionagem quanto ele próprio. Já Blanchett emula uma espécie de femme fatale típica dos thrillers de espionagem, ela seduz não só seu par, como a nós, enquanto espectadores, que ficamos encantados e ressabiados com seu charme e suas atitudes questionáveis.

O elenco de apoio ajuda a engajar a proposta de Soderbergh - mas nada além disso, o destaque é mesmo da dupla principal, que consegue mergulhar melhor em seus personagens (têm mais tempo para tal). Ainda assim, Marisa Abela (Back to Black), Tom Burke (Furiosa: Uma Saga Mad Max), Naomie Harris (Moonlight: Sob a Luz do Luar), Regé-Jean Page (Bridgerton) e Pierce Brosnan (de Mamma Mia! e 007) funcionam de forma bastante eficiente nesse jogo de cartas marcadas. Como em um jogo de xadrez, eles são peças desenhadas para se movimentar e executar ações já esperadas, e dentro desse thriller de espionagem, funcionam como arquétipos típicos. Por vezes, estamos alguns movimentos atrás, mas quando os percebemos, não nos surpreendemos tanto. 

O roteiro de David Koepp (que já assinou de Jurassic Park a O Quarto do Pânico) é bastante eficaz para costurar essa trama voltada para adultos que vai se afunilando cada vez mais a partir de diálogos afiados e becos sem saída. Ele não deixa a peteca cair.. A tensão se constrói através das conversas e dos confrontos psicológicos entre os personagens, que são tão estimulantes quanto qualquer sequência de perseguição - as duas sequências na mesa do casal anfitrião são excelentes. Em vez de um espetáculo de ação, Código Preto oferece um jogo de mente, onde o real e o falso se confundem a cada momento. 

Em suma, Código Preto é um thriller envolvente e sofisticado. Com uma câmera atenta aos detalhes e closes, Soderbergh consegue, junto de um roteiro provocador e uma montagem que não alivia em nenhum instante, manter o espectador interessado. Ainda que não termine na prateleira das grandes fitas do gênero ou do diretor, o saldo final é positivo. Nem sempre é preciso reinventar a roda.


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