No longa, Nicole Kidman interpreta uma mulher que vê a sua vida aparentemente perfeita ser abalada pela descoberta de um obscuro segredo
Publicado em 29/03/2025, às 15h00 - Atualizado em 30/03/2025, às 10h00
Após lançar Fresh, em 2022, diretamente no Disney+, a diretora Mimi Cave volta a ter um lançamento direto no streaming, agora no Prime Video. A novidade é Holland, longa estrelado por Nicole Kidman, que recentemente se destacou no polêmico Babygirl(2024).
Na história, a sua personagem, Nancy Vandergroot, parece ter a vida perfeita. Ela vive na pequena cidade que dá nome à produção, conhecida por suas raízes holandesas e plantações de tulipas, e é um dos pilares dessa comunidade, na qual mora com o marido, Fred (Matthew Macfadyen, Deadpool & Wolverine), e o filho, Harry (Jude Hill, Belfast).
A realidade dos sonhos, porém, transforma-se numa história estranha e sombria quando Nancy e o colega de trabalho, Dave (Gael García Bernal, E Sua Mãe Também), desconfiam de um segredo e saem à procura de pistas para desvendar o obscuro mistério. O que descobrem, entretanto, não se parece em nada com a vida impecável que se apresenta na superfície.
Hollandapresenta uma premissa intrigante, mas que, infelizmente, não consegue se sustentar ao longo de sua execução. É interessante como Mimi Cave rapidamente subverte a ideia do paraíso de cidade ao mergulhar em uma trama de mistério. Acompanhando a personagem de Nicole Kidman, a trama passa a explorar a desconstrução dessa vida perfeita, à medida que ela se convence de que segredos estão escondidos em sua cidade. No entanto, apesar do ótimo ponto de partida, a história acaba se prendendo demais a tal mistério, sem ousar nas escolhas, como Mimi Cave havia feito em seu trabalho anterior.
Se em Fresh a diretora logo estabelecia Daisy Edgar-Jones (Normal People) como a vítima e Sebastian Stan (Um Homem Diferente) como o vilão para, só então, divertir-se com um instigante jogo de gato e rato, em Holland isso é diferente.
Aqui, Kidman e Bernal investigam o que pode estar por trás do mistério da premissa, mas toda a condução é calcada em clichês que já foram explorados incansavelmente pelo cinema. Se a dupla, quando junta, ainda consegue superar a previsibilidade da trama, o mistério, quando apresentado, está longe de ser chocante ou inesperado.
A escolha do cenário, um subúrbio idílico com tradições e uma estética que remete a melodramas do século passado, é uma das questões mais interessantes do filme. Durante coletiva de imprensa, Mimi Cave explicou que a cidade foi escolhida justamente por ser um reflexo perfeito da fachada da vida perfeita que Nancy tenta manter.
Holland, com seus moinhos de vento e tulipas, serve como um pano de fundo fascinante, que ilustra a tensão entre a beleza externa e a escuridão interna das personagens. Porém, o que deveria propor um contraste entre a aparência e a realidade acaba não sendo completamente aproveitado, deixando a sensação de que a cidade poderia ter sido melhor explorada.
Porém, o maior problema de Hollandé a falta de um tom consistente. Embora comece com uma ideia promissora, a mudança de gêneros, entre comédia, thriller psicológico e romance, acaba prejudicando o desenvolvimento das ideias do roteiro.
O filme tenta ser leve e, ao mesmo tempo, intenso, mas o resultado é uma mistura desorganizada que não consegue decidir sobre o que quer ser. Enquanto isso, o mistério, que segue ali, de canto, vai se tornando cada vez mais desinteressante — apesar de parecer super importante para a história.
Por outro lado, e por fim, a produção tem seu valor enquanto uma adição de catálogo sem grandes pretensões, além de contar com um elenco talentoso, o que torna o processo de assisti-lo mais agradável, especialmente para os fãs de Nicole Kidman, Gael García Bernal e Matthew Macfadyen em performances que, mesmo que não consigam salvar o filme como um todo, proporcionam momentos de entretenimento.
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