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Marvel se mantém em alta ao explorar o poder da união em Quarteto Fantástico: Primeiros Passos; leia a crítica (Foto: Divulgação/Marvel Studios)

CRÍTICA

Marvel se mantém em alta ao explorar o poder da união no novo Quarteto Fantástico

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos chega com a responsabilidade de manter a curva de ascensão do Universo Cinematográfico da Marvel após o sucesso de Thunderbolts*

Publicado 24/07/2025

Três meses após o lançamento de Thunderbolts*, uma das melhores produções recentes do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), a franquia está de volta com um novo capítulo, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, que não só carrega o peso de introduzir a aguardada Família Fantástica em universo estabelecido ao longo de duas décadas, mas também ajudá-lo a se recuperar da decadência que vem caindo nos últimos anos.

Na novidade, que chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (24), Reed Richards (Pedro Pascal, The Last of Us), Sue Storm (Vanessa Kirby, Napoleão), Johnny Storm (Joseph Quinn, Stranger Things) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach, O Urso) são os heróis da Terra-828, que adquiriram os poderes de elasticidade, invisibilidade, controle do fogo e força sobre-humana, respectivamente, após uma missão malsucedida no espaço.

Porém, quando a Família Fantástica é confrontada com a ameaça do deus espacial Galactus (Ralph Ineson, A Bruxa) e o seu enigmático arauto, a Surfista Prateada (Julia Garner, Ozark), a responsabilidade de salvar o planeta recai sobre o grupo que, outrora adorado, transforma-se em algoz ao se negar a pagar o alto preço cobrado pelo Devorador de Mundos.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos se destaca, a princípio, por dedicar pouquíssimo espaço para (re)apresentar o grupo. Afinal, após 36 filmes lançados no Univeros Cinematográfico da Marvel — e apenas na franquia, sem contar as produções da antiga 20th Century Fox, incluindo três filmes sobre o Quarteto Fantástico, e da Sony Pictures —, ninguém cai em uma sessão dessas por acaso, não é mesmo?

Com essa decisão, a novidade abre espaço para explorar a família como um todo, mas também individualmente. Exceto por Ben Grimm, o Coisa, que acaba perdido com uma trama fraca sobre a sua aparência e as dificuldades desde que adquiriu os seus poderes, nós entramos na cabeça de Reed Richards, o Sr. Fantástico, para entender a sua dificuldade para lidar com a responsabilidade que assumiu não só como herói, mas também como pai; testemunhamos a força de Sue Storm, a Mulher Invisível, como heroína e como mãe, capaz de arriscar a própria vida por um bem maior; e descobrimos que Johnny Storm, o Tocha Humana, tem mais inteligência e coração do que faz parecer.

Porém, não é um, não são dois, ou três, mas quatro heróis — amigos, familiares, amores — que fazem do Quarteto Fantástico o que ele é. É junto (e somente dessa forma) que o grupo consegue lidar com a responsabilidade de salvar os habitantes da Terra sem se sacrificar no processo, lidando com todas as adversidades e, principalmente, imprevisibilidades de sua difícil missão contra Galactus, que chega com o porte de vilões como Thanos (Josh BrolinDeadpool 2) e Kang, o Conquistador (Jonathan MajorsLovecraft Country), e funciona para mostrar a força da Família Fantástica como um grupo — além de render uma das cenas mais emocionantes da franquia até hoje, que colocou o cinema em um silêncio que não se via desde o desfecho traumatizante de Vingadores: Guerra Infinita, de 2018.

Além da história, também se destaca o universo construído por Matt Shakman. Responsável por WandaVision (2021), em que mergulhou no universo dos sitcoms para trabalhar a história de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), o cineasta criou uma Nova York retrofuturista, misturando um estilo sessentista com tecnologia futurística, que remete a outra família bastante popular na cultura pop: os Jetsons, da animação homônima lançada na década de 1960, acrescentando uma bem-vinda nostalgia à novidade.

Por fim, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos também trabalha bem outra questão cobrada com afinco pelos fãs da Marvel nos últimos anos: os efeitos especiais. Aqui, o cuidado parece ter sido redobrado e, apesar de não estar perfeito, o filme supera o trabalho amadorístico visto em produções como Viúva Negra (2021), Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022) e Thor: Amor e Trovão (2022).

É compreensível que, a essa altura, a descrença em novidades da Marvel seja gigante, mas o novo Quarteto Fantástico é uma oportunidade de ver a franquia fora da armadilha que ela criou para si: ao mesmo tempo em que se preocupa em agradar aos fãs, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um filme que anda com as próprias pernas.

Ele abraça o compromisso de (re)apresentar, de forma independente, esse aguardado novo grupo de heróis — sem cair no marasmo de esmiuçar os seus detalhes mais uma vez — e explora o conceito de “a união faz a força”, um clichê que, no futuro, promete ser importante para a equipe e os seus colegas multiversais no enfrentamento contra o Doutor Destino (Robert Downey Jr., o antigo Homem de Ferro) em Vingadores: Doomsday, previsto para 2026, e Vingadores: Guerras Secretas, que deve chegar em 2027 para encerrar a Saga do Multiverso.

Depois de Thunderbolts*, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é mais um acerto da Marvel. Que essa curva continue em ascensão.

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