Além da estreia de Bruna Marquezine em Hollywood, o novo longa da DC traz personagens cativantes e a sensação de que há esperança para os filmes de super-heróis
Publicado em 16/08/2023, às 14h00 - Atualizado em 17/08/2023, às 20h00
Há duas décadas, quando os super-heróis começaram a se tornar cada vez mais presentes nos cinemas, o gênero não era nada como é hoje. Vieram "X-Men: O Filme" (2000), "Homem-Aranha" (2002), "Demolidor: O Homem Sem Medo" (2003), "Quarteto Fantástico" (2005), "Homem de Ferro" (2008) e, antes mesmo que percebêssemos, a Marvel Studios construía um universo cinematográfico gigantesco, que perdura até hoje, quinze anos depois.
A DC Studios, por sua vez, que já havia lançado algumas versões de seus heróis, como Superman e Batman, muitos anos antes da "concorrente" passar a dominar o gênero, também decidiu investir em uma grande franquia nos cinemas, começando por "Homem de Aço", em 2013. Porém, a ideia de uma franquia desmoronou logo em seguida, com "Batman vs. Superman: A Origem da Justiça" que, de tão mal recebido, bagunçou os planos do estúdio de forma quase irreversível.
Independentemente do sucesso ou não das franquias, fato é que, em meio a erros e acertos na tentativa de criar um grande quebra-cabeças, tanto a Marvel quanto a DC moldaram um padrão na mente dos fãs dessas histórias de que você deve sempre esperar que o melhor ainda está por vir, o que acabou estragando a diversão que esses filmes costumavam proporcionar.
Felizmente, em uma nova tentativa da DC de criar o seu universo cinematográfico, chega aos cinemas brasileiros, neste dia 17 de agosto, o divertido e despretensioso "Besouro Azul", que retrata a história de origem do primeiro super-herói latino-americano da franquia e nos traz de volta a sensação de que é possível apenas se divertir em um filme de super-heróis.
No novo filme da DC, conhecemos o recém-formado Jaime Reyes (Xolo Maridueña, "Cobra Kai"), que volta para casa apenas para descobrir que a sua família está em apuros, correndo o risco de perder o lugar em que o jovem nasceu e cresceu. Desesperado para tirá-los dessa situação, Jaime tenta arrumar um emprego e salvar o seu lar.
Na outra ponta está Jenny Kord (Bruna Marquezine, "Maldivas"), a filha do excêntrico mas genial Ted Kord, que desapareceu misteriosamente há muitos anos, deixando o comando da empresa da família, a Indústrias Kord, nas mãos de sua ambiciosa irmã, Victoria Kord (Susan Sarandon).
O caminho dos dois se cruzam quando Jenny rouba um antigo artefato alienígena, conhecido como o Escaravelho e com o poder de destruir mundos inteiros, e usa Jaime para ajudá-la com o seu plano, sem ter ideia de que o misterioso objeto o escolheria para ser o hospedeiro de seus poderes, transformando Jaime em um super-herói do dia para a noite.
Com uma trama clássica de bem contra o mal, "Besouro Azul" não se destaca por sua história, mas por sua execução. O longa é o primeiro a ser lançado após a reformulação do Universo Cinematográfico da DC, agora sob o comando de James Gunn e Peter Safran, e não tem ligação alguma com os outros filmes da franquia.
Há menções ao Superman e ao Batman, mas uma possível conexão não é explorada, o que é um grande alívio. "Besouro Azul" traz uma sensação muito bem-vinda de recomeço, que é o mais importante para a franquia nesse momento. Fazia tanto tempo que não tínhamos um filme de super-herói que funcionasse por si só, sem criar a expectativa para uma nova história e incessante busca por algo ainda melhor no futuro.
Nesse ponto, o longa ainda consegue ser mais bem-sucedido do que "Coringa" (2019) e "The Batman" (2022), que também estão nesse limbo de produções independentes, mas foram lançados ainda em meio à tentativa da DC de arrumar a sua própria bagunça, e pode ser um sinal para repensar o futuro dos super-heróis no cinema. Será que realmente precisamos de um universo compartilhado, por mais empolgante que a ideia seja?
Além disso, o elenco do filme também é bastante cativante, o que torna "Besouro Azul" ainda melhor. Em certos momentos, Maridueña acaba até sendo ofuscado pelas grandes personagens de Milagro (Belissa Escobedo), Nana (Adriana Barraza) e Rudy (George Lopez), irmã, avó e tio do protagonista, respectivamente.
E, é claro, temos Bruna Marquezine, que assume o papel de coprotagonista e faz um bom trabalho em sua primeira grande experiência em Hollywood. A atriz ainda tem algumas afetações em sua atuação, por causa da barreira linguística, mas brilha especialmente em cenas mais dramáticas do longa, que é um campo em que a brasileira se sai muito bem.
Por fim, o filme ainda deve ressonar muito bem para os brasileiros, mas não apenas por Marquezine. Com um passado embebido na cultura mexicana, graças à importação de produtos do país para o Brasil pelo SBT, algumas referências às novelas estreladas por Thalia, como "Maria Mercedes" e "Maria do Bairro", e ao Chapolin Colorado, herói criado por Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), arrancam algumas risadas a mais.
Para qual lançamento de 2023 você está mais ansioso? Vote em seu filme favorito!
- "Super Mario Bros. O Filme" (6 de abril)
- "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" (13 de abril)
- "Guardiões da Galáxia: Volume 3" (4 de maio)
- "Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe" (4 de maio)
- "Velozes & Furiosos 10" (18 de maio)
- "A Pequena Sereia" (25 de maio)
- "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" (1º de junho)
- "Transformers 7: O Despertar das Feras" (8 de junho)
- "The Flash" (16 de junho)
- "Indiana Jones e o Chamado do Destino" (29 de junho)
- "Missão Impossível: Acerto de Contas - Parte 1" (13 de julho)
- "Barbie" (20 de julho)
- "Oppenheimer" (20 de julho)
- "Besouro Azul" (17 de agosto)
- "As Marvels" (10 de novembro)
- "Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" (16 de novembro)
- "Aquaman e o Reino Perdido" (21 de dezembro)