Longa estrelado por Will Smith fala sobre as origens das atletas Venus e Serena Williams
De tempos em tempos, o cinema nos presenteia com um filme que, apesar de não ser excepcional, acaba caindo nas graças do público. Um que me vem facilmente à cabeça é "Um Sonho Possível", que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Sandra Bullock, em 2010, no papel de uma mulher responsável por resgatar um garoto sem teto e dar a ele a oportunidade de se transfomar no campeão de futebol americano que viria a ser Michael Oher.
Mas esse não foi o primeiro e nem será o último filme do gênero, tanto que, para engrossar a lista, chega aos cinemas nesta quinta-feira (2) o longa "King Richard: Criando Campeãs". Muito além de uma simples cinebiografia, a produção é daquelas que te fazem sair do cinema querendo conquistar o mundo, assim como Richard Williams, vivido por Will Smith, um homem que ousou sonhar.
Bastante idealista, o longa conta a história do homem que criou as atletas Venus (SaniyyaSidney) e Serena Williams (Demi Singleton) para a carreira no tênis. Atleta frustrado e lutando para criar as suas cinco filhas, ele divide a tarefa com a sua esposa, Brandy (Aunjanue Ellis), também uma ex-atleta, e treina as garotas enquanto busca por oportunidades para mostrar o talento das duas.
Muitas vezes criticado por colocar todas as suas expectativas em cima das filhas - um julgamento que, mesmo já tendo sido batido pelo sucesso das atletas, atravessa as telas e, inevitalmente, toca a nossa moral -, Richard continua com o seu plano e incentiva as filhas a cumpri-lo, certo de que sabe exatamente o que está fazendo. E, entre uma romantização e outra, ele estava.
Como disse no início deste texto, "King Richard: Criando Campeãs" é mais um daqueles filmes que pregam o quanto a dedicação, o esforço e "dar a cara a tapa" compensam, apesar das adversidades. É aquela história rara, que as pessoas teimam em colocar como um padrão meritocrático e, quem não a atinge, é simplesmente porque não tentou o suficiente. É por aí, mas não é tão por aí. É sempre preciso ler as entrelinhas com filmes como esse.
Ainda assim, apesar de seus pontos negativos, "King Richard: Criando Campeãs", emocionante e presta uma bela homenagem não só a Richard Williams, mas também a Venus e Serena Williams. A produção deve fazer sucesso nas próximas premiações, além de se tornar, no futuro, um clássico das tardes de domingo na TV aberta.
O longa é dirigido por Reinaldo Marcus Green ("EUA: A Luta pela Liberdade") com base no roteiro de estreia de Zach Baylin, escalado para escrever o terceiro filme da franquia "Creed", com previsão de lançamento em 2022. O elenco ainda conta com nomes como Tony Goldwyn ("Scandal") e Jon Bernthal ("O Justiceiro"), e Beyoncé é a cereja do bolo com a inédita "Be Alive", parte da trilha sonora de "King Richard: Criando Campeãs".