Filme com Jennifer Lopez e Jharrel Jerome chega ao catálogo do Prime Video a partir desta quinta-feira (16)
Publicado em 16/01/2025, às 11h15
Adaptação do livro Imparável: De Oprimido a Invicto – Como me Tornei um Campeão, Imparável, nova adição ao catálogo do Prime Video a partir de 16 de janeiro, propõe contar a inspiradora história real de Anthony Robles, um jovem lutador que venceu barreiras físicas e sociais para se tornar campeão nacional de wrestling, apesar de ter nascido com apenas uma perna. A trama centraliza a relação entre Anthony e sua mãe, Judy Robles, destacando o apoio incondicional entre os dois e como esse vínculo os ajudou a enfrentar adversidades. Embora essa narrativa tenha um apelo emocional inegável, o filme sofre ao tropeçar em uma fórmula já desgastada, típica de dramas de superação no cinema.
Logo de início, o filme deixa claro que o wrestling é apenas um pano de fundo para uma história sobre família, sacrifício e resiliência. O destaque principal do elenco recai sobre Jharrel Jerome, que brilhou em Olhos que Condenam (2019), em uma atuação honesta e cheia de nuances como Anthony, e também em Jennifer Lopez (As Golpistas), no papel de Judy, traz força e vulnerabilidade na medida certa. No entanto, por mais que o talento dos atores seja evidente, eles estão confinados a arquétipos previsíveis e a uma narrativa que, apesar de bem-intencionada, não foge do lugar-comum.
A direção de William Goldenberg, ganhador do Oscar de Melhor Edição por seu trabalho em Argo (2012), tenta dar profundidade emocional ao filme, mas é sabotada por um roteiro que pouco arrisca. O relacionamento de Anthony com sua mãe é o coração da trama, mas em muitos momentos é retratado de forma superficial ou piegas, sem explorar nuances mais complexas. Fica evidente o esforço em exaltar a força de Judy, que criou Anthony praticamente sozinha, mas a narrativa frequentemente recorre a clichês que já vimos em outros filmes de superação, como Um Sonho Impossível (2009).
Outro problema é que Imparável parece ter medo de mergulhar nos aspectos mais sombrios da jornada de Anthony. Embora haja menções a momentos de dor e dúvidas, como o preconceito e as dificuldades financeiras enfrentadas pela família, essas situações são rapidamente superadas, sem permitir que o espectador realmente sinta o peso das adversidades. O resultado é uma jornada emocionalmente segura demais, que não desafia o público a refletir ou se conectar de forma mais profunda.
Imparável também não traz grandes inovações nas cenas de wrestling, que poderiam ser o destaque do filme. Elas até são bem executadas, mas não oferecem a visceralidade ou tensão dramática que tornariam os embates memoráveis. Se comparado a produções como Foxcatcher (2014) ou O Lutador (2008), filmes nos quais o esporte serve como metáfora para lutas internas mais profundas, Imparávelparece um filme menor, mais preocupado em inspirar do que em explorar verdades mais desconfortáveis.
Isso não quer dizer que o filme não tenha seus méritos. Há momentos genuínos de emoção, especialmente nas interações entre Judy e Anthony, que reforçam a importância do apoio familiar em tempos de dificuldade. E é impossível não admirar a história de vida real de Anthony Robles, cujo triunfo no tatame é, de fato, uma prova do poder do espírito humano.
No entanto, essa admiração não é suficiente para salvar o filme de sua própria previsibilidade. O cinema está repleto de histórias de superação que seguem a mesma estrutura: adversidade inicial, luta árdua, triunfo inspirador. Embora essas narrativas sejam poderosas e continuem a atrair o público, elas precisam de inovação para se destacarem - ou de um diretor que vá além dessa fórmula já pronta. Imparávelnão consegue oferecer isso, parecendo mais uma variação de uma fórmula já desgastada do que uma obra verdadeiramente única.
Por fim, Imparável opta por jogar seguro, entregando um drama de superação que, embora comovente, não traz nada de novo à mesa. É um filme que, apesar de seus esforços, dificilmente será lembrado como algo além de mais uma fita em um gênero saturado.
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