Série documental de Tatiana Issa resgata a memória de Daniella Perez, que foi esquecida durante o processo
Desde o anúncio de "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", aquele sentimento de história mal contada tomou conta dos brasileiros que acompanharam o caso da atriz, em 1992. 30 anos depois, o assunto ainda fragiliza muitos, especialmente a mãe e familiares de Daniella Perez. Apesar disso, após a estreia da produção, Glória Perez parece ter tido mais uma vez a sensação de dever cumprido, após conseguir contar a verdadeira história por trás do assassinato da filha, quando a jovem tinha apenas 22 anos.
Tatiana Issa e Guto Barra tiveram a capacidade de realizar um trabalho que a mídia não teve na época: apenas contar a verdade sem misturar realidade com ficção. Sem misturar Yasmin e Bira com Daniella e Guilherme de Pádua, um dos culpados pelo crime. Afinal, como um caso bárbaro como este, de ciúmes e ganância, poderia acontecer na vida real, não é mesmo? Talvez tenha sido o pensamento de muitos na época, e com ele, aproveitou-se a abertura que a critividade televisiva garante a quem produz e assiste seu conteúdo.
Mas, depois de tanto sensacionalismo, tantas capas de revista tratando um assassino como super estrela, e diveras versões em depoimentos que não convenciam o júri e os promotores do processo, o povo começou a crer que sim, isso também poderia acontecer na vida real. Para aqueles que acompanhavam o trabalho de Daniella na TV, teatro e na dança, não tiveram dúvidas do que houve desde o primeiro momento. Vê-se isto, nos minutos em que "Pacto Brutal" recorda vídeos de seu funeral na época.
As máscaras cairam, a mídia não tinha mais para onde ou quem vender revistas e matérias superficiais. Já não tinha mais para onde fugir, portanto, os acusados tinham uma opção, a mais básica mas todo aquele que comete um crime não consegue fazer, a não ser que esteja arrependido de fato: colaborar e contar a verdade. Neste caso, Guilherme e Paula Thomaz, sua esposa na época, preferiram manter histórias diferentes e se atacarem, até chegar o fim do relacionamento enquanto ainda estavam presos.
A tragédia por trás do caso todos já sabem, mas recapitulo aqui para eles ou para quem ainda não sabe o que aconteceu na noite do dia 28 de dezembro de 1992, às vésperas do ano novo. Daniella Perez foi morta nesta data, em um caso que parou o Brasil. Na época, ela estava no auge de sua carreira e justamente na novela do horário nobre, em que formava um par romântico com Guilherme de Pádua - o autor do crime-. Entretanto, algo que era para ser vivido com uma felicidade plena, passou a ser comprometido. Seus problemas começaram a partir do dia em que cruzou seu caminho com o mineiro, nas palavras da própria Glória Perez.
Entregue ao acaso, Guilherme entrou no elenco de "De Corpo e Alma" para preencher um gap de um personagem, cujo ator escolhido não conseguiria cumprir, uma vez que atuava em outra nova da Globo neste mesmo tempo. Em meio a uma seleção de atores que tinham um ficha na emissora, de Pádua foi chamado para interpreter Bira, que originalmente foi pensado para Alexandre Frota. Com dito antes, um acaso infeliz para a queridinha do Brasil nos aos 1990.
Ao longo dos depoimentos que complementam o documentário do HBO Max, trabalhadores dos estúdios onde "De Corpo e Alma" era gravada revelaram que o ator perseguia Daniella constantemente. E extamente no dia do crime, ele cercou a atriz de todas as formas possíveis para tentar convencê-la a falar com Glória para não "sumir" com Bira no final da novela, para reecrever a história para que ele pudesse ecerrar a trama ainda como o par romântico de Yasmin (Daniella). Mas, como muitos já sabiam, este posto sempre pertenceu ao personagem de Fábio Assunção, que também presta depoimentos em "Pacto Brutal", assim como Frota.
Baseado nos relatos concedidos e até no veredito do juíz, o ato de Guilherme partiu da ganância e do egocentrismo. Algo que parece ser comprovado ao longo dos cinco episódios da produção de Issa e Barra. O mesmo se dá à Paula, entretanto, o que a levou colaborar foi um ciúmes imensurável, que não a deixava nem assistir à novela. Dois pontos incrivelmente mostrados em "Pacto Brutal" com o auxílio de profissionais da área psicológica. Mas, também foi questionado a possibilidade de um ritual sombrio para Daniela, já que sua aliança fora roubada, uma mecha de cabelo cortada, noite de lua cheia e até a posição de uma árvore.
O corpo de Daniella foi encontrado em um terreno baldio, no Rio de Janeiro, com as feridas causadas por tesoura, futuramente declarada como punhal pelos profissionais da perícia. Ferimentos estes que apenas na região do peito, onde se encontram o coração, foram 18, deixando o órgão exposto. Outros foram na garganta e houve também sinais de socos e muita brutalidade. "Foi ritualístico", "foi um sacrífício", dizem algumas testemunhas do documentário. Já Glória garante que aquelas apunhaladas eram para ela.
Portanto, o objetivo de "Pacto Brutal" não era apenas mostrar o assassinato de Daniella Perez, mostrar a índole dos monstros que fizeram isso e que foram tratados como celebridades e muitas vantagens dentro da prisão. Mas também se encarregava de recuperar sua memória, sua identidade e seu caráter, que ao longo de todos este anos foi esquecida. Para os amigos da atriz, o momento de mostrar que ela não era quem a mídia tanto insinuou, a vez de recuperar o respeito à ela que foi faltado por muitos na época. Para Raul Gazolla, viúvo de Daniella, a vez de conseguir colocar um ponto final em uma história cheia de versões, poder viver o luto daquela que sempre será sua esposa. E para Glória, mais ainda este momento de alívio para também viver um luto que foi impossível desde aquela noite que atropelou sua vida.
É assustador pensar em cada detalhe apresentado e não se emocionar, não sentir-se tocado de alguma forma ou até impressionado. Não apenas com as fotos de Daniella desovada no mato como foi encontrada, mas a profundidade de cada relato, cada depoimento de um ente próximo. A dor deles com certeza foi passada para quem assistia, assim como a revolta por quem não a deixou viver. Na noite do dia 28 de dezembro de 1992, todos perderam uma amiga, uma irmã, uma esposa; mas Glória perdeu uma filha, ela teve que enterrar um filho, lutar por Daniella mesmo quando já não estava mais neste mundo material. E com muita força foi capaz disso, assim como Tatiana Issa e Guto Barra foram no comando dos cinco episódios de "Pacto Brutal", mostrando a verdadeira história por trás do assassinato de Daniella Perez.
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